O ENCANTAMENTO SECRETO
 
I
 
 
            As nuvens enegrecidas constantemente aferroavam o morro das viúvas, elas pareciam atraídas por forças sobrenaturais, e quando não passavam nervosas e com ligeira chuva ficavam por dias hospedados sobre o monte acinzentado como se estivessem vigiando o solitário casebre construído sobre o cume funesto.
            O monte era tão íngreme que os veículos comuns jamais conseguiam chegar até lá, às vezes alguns doidos se aventuravam na subida, usando os potentes carros com tração quatro por quatro, mesmo assim ainda era uma aventura.
            De tempos em tempos algum solitário viajante sempre passava pela estrada pedregosa e escarpada montado numa reles mula, os únicos capazes de vencer com facilidade aquele perau.
            Os viajantes passavam trêmulos e evitavam olhar para a trilha que levava em direção ao cume do inclinado morro.
            A estradinha com curvas sinuosas que saia da estrada principal, se precipitava em direção ao ponto mais alto da colina.
            Encimando o monte escarpado via-se a estranha tapera de madeira apodrecida e sem pintura, de onde a chaminé incessantemente emitia fugidia fumaça que de forma misteriosa quase ligava o céu com a terra, o fio fino de fumaça parecia atingir as nuvens pesadas se precipitando no firmamento acima da montanha.
            A luz elétrica ainda não havia chegado ao tal cume, entretanto à noite enquanto a lua cheia clareava o pequeno bosque ao redor do casebre, no interior da cabana rústica via-se uma claridade tênue escapando pelas gretas de tabuas centenárias, fulgurando entre os reflexos da ofuscante claridade lunar.
Muitas vezes nas sextas feiras era possível ver algumas pessoas bem vestidas saindo da estranha habitação corroída pelo tempo, elas vinham de longe para consultar as duas irmãs.
            Gente da alta sociedade vinha na calada da noite, buscando solução através das duas mulheres afamadas por suas vidências e contatos com o outro mundo.
            Freguesa assídua era aquela mulher de um industrial famoso, todavia ela não foi vista quando consultava as duas bruxas.
            Era uma sexta feira dia de todos os santos, certamente um dia muito especial, para se consultar com aos mortos.
            A cabana parecia ser espantosamente maior por dentro.      Havia uma sala rústica com algumas poltronas medievais colocadas em forma de círculo onde as visitas se acomodavam.
            No centro da sala estava posta uma pequena mesa circular que as duas necromantes circundavam freneticamente, elas verificavam alguma coisa na bola flutuante de variadas cores.
            De modo intrigante a sala estava ligada a uma cozinha pequena, no canto o fogão a lenha, construído com tijolos e uma chapa de ferro era alimentado com tocos de madeira formando um sinistro fogo que nunca se apagava, emitindo fuligens esporádicas em direção ao telhado.
            Sobre o fogão rústico o caldeirão borbulhante emanava um odor nauseante, que fazia as duas visitas levar constantemente o pequeno lenço branco e bordado nas laterais em direção ao nariz.
As mulheres sexagenárias pareciam ser mais do que simples necromantes, os vestidos pretos e compridos chegava a tapar os pés, e vez por outra levantava uma minúscula nuvem de pó quando elas deslocavam o corpanzil obeso, entretanto a aparência grotesca e os cabelos sempre por pentear compridos e duros ao redor do rosto enrugado, com olhos vivos de tonalidades azuis esverdeados não chegava a colocar medo nas duas mulheres refinadas sentadas nas cadeiras de encosto alto.
 
— Quero de contate meu marido! — Disse a mais velha das visitantes, demonstrando ansiedade nos olhos sombreados e arregalados.
 
— Shiii! — Não interrompa a concentração de Nirva. — Disse a mais baixa das feiticeiras.
 
As velas bruxuleavam nos rostos estáticos das visitantes, formando sombras grotescas projetadas nas paredes escurecidas esconderijo de aranhas e salamandras.
            O tempo escorria na ancestral ampulheta ao lado da bola flutuante refletida nos olhos fixos da bruxa Nirva, ela se movia em círculo acompanhando o bailar da esfera que levitava com o toque de suas mãos envelhecidas com unhas medonhas. 
De repente a bruxa emitiu um silvo agudo, e gritou se afastando da mesa como se alguém lhe tivesse empurrado grosseiramente.
 
— Não se pode invocar quem ainda não morreu! — Disse Nirva com voz arranhada.
 
— Como! Ele foi enterrado já faz dois meses! — Respondeu a mulher tomada de espanto levantando da cadeira centenária.
 
A mulher visivelmente alterada voltou a sentar na cadeira levando o lenço em direção ao nariz, retrucando novamente.
 
— Onde ele está? — Se não estava no caixão que vi baixar no cemitério!
 
— Quer que eu lance um feitiço para trazê-lo de onde ele está, ou quer que ele morra?! — Disse a bruxa arregalando um dos olhos de forma assustadora.
 
— Não! — Disse a mulher tendo um pequeno sobressalto.
 
— Quero que diga onde ele está, quero descobrir o que aconteceu, ele nos deixou quase na miséria!
 
—Isto vai custar muito caro! — Disse a mais baixa das irmãs necromantes.
 
—Shiii,— Não é pelo dinheiro Cora, e sim para dar uma lição naquele velho repugnante! Omar de Hotep ficara sabendo que ele abandonou o círculo. — Completou Nirva em tom irônico.
 
Depois de acertado o preço, Nirva escreveu com o próprio punho um encantamento usando um pedaço de madeira provocando calafrios nas duas mulheres sentadas, de algum modo o pedaço de galho ressequido marcava o pedaço de papiro envelhecido com letras pictóricas, emitindo sinuosos fios de fumaça à medida que as letras eram gravadas no papel como se fosse feita por um espeto quente.
Em seguida a necromante sopra as letras que pareciam flutuar fixando-as no papel amarelado.
Nirva entregou o papiro acompanhando as duas mulheres até a porta de madeira encurvada, vendo de longe as duas se dirigindo para um helicóptero que pousara próximo a floresta de arbustos.
De longe as duas visitantes olharam assustadas, vendo a figura sombria da grotesca feiticeira iluminada pelo castiçal com três velas bruxuleantes e da lua minguante surgida a pouco, parecia uma amedrontadora e disforme imagem de alguma criatura refletida das profundezas do hades.
 

 
II
 

A SOMBRA SOBRE A LÁPIDE
 
 
De certo modo as palavras nefandas e impronunciáveis do encantamento antigo, escritas com tinta mágica naquele pergaminho amarelo e envelhecido, letras rúnicas indecifráveis de pura magia negra.
Aquele pequeno trecho críptico escrito rapidamente por Nirva a Necromante e de forma intrigante foi entregue a suposta viúva.
 A poderosa bruxa sussurrou no ouvido da mulher refinada o que deveria fazer, entretanto quando as duas mulheres sumiram na escuridão da noite iluminada pela lua sorrateira, Nirva em seu covil no alto da colina íngreme, onde nenhum visitante é bem-vindo, a não ser se forem aqueles que fazem parte do misterioso círculo de Hotep, um estranho culto pouco conhecido entre a massa, mas muito conhecido entre as pessoas abastadas.
Com certa apreensão ela acompanhara com os olhos semifechados como se estivesse em transe o helicóptero subir rapidamente, e cruzar o céu logo acima dela sumindo rapidamente no horizonte.
 
Alguns dias depois, sob o olhar da solitária lua minguante no firmamento clareando pouco as sombrias instalações daqueles inquietantes e derradeiros inquilinos.
Mortos!
A enorme necrópole era composta por numerosos jazigos separados por uma pequena trilha e se perdiam na escuridão. Os dois vultos furtivos carregavam lanternas, olhando de um lado para o outro em plena madrugada buscavam no cemitério a lápide luxuosa de granito verde, que fora lacrada há meses.
As duas mulheres cautelosas caminhavam como fantasmas pelos canteiros sinuosos e desertos do cemitério sombrio, acompanhadas de sons de ratazanas noturnas e revoada de corujas cinzentas, lhes provocando vez por outra pequenos sobressaltos.
 Então, de repente uma delas parou subitamente ante uma lápide alta, esculpida e entalhada com inscrições douradas.

—É este, Dona Gilda?! — Disse com voz trêmula a moça baixa cujo nome era Kate, ela estava vestida de preto com botas de cano longo, muito trêmula apontara o foco da lanterna em direção da sepultura recém-construída.
Quando Gilda, à mulher alta e que aparentava ser mais velha acendeu o fogo queimando o papiro amarelado em cima da lápide de jade, as duas sentiram uma estranha lufada do vento noturno, aquele deslocamento de ar soprou com força no rosto das duas mulheres espantadas.
Em seguida outra rajada de vento morno pareceu sussurrar um nome. Aquele assovio cavo não imitou o som do nome do falecido escrito em letras douradas na lápide verde. O zunido que as duas ouviram imitou com seu sopro grotesco um som sussurrado que parecia com uma invocação, “Hotep” foi o som cavo que as fez estremecer.
Daquele túmulo críptico ante os olhos arregalados de espanto das duas incrédulas mulheres emergiu lentamente uma sombra negra, tão negra que contrastava com a escuridão da noite.
—Olhe! — Cuidado, o que é isso! — Balbuciou com voz trêmula a mulher mais jovem se afastando e puxando grosseiramente a mulher mais alta pelo braço, nenhuma delas parecia acreditar naquela visão turva e ondulante.
A sombra negra inacreditável ficou estática como um gênio amaldiçoado sobre a sepultura, se contorcendo como uma imagem desfocada e zumbindo agudamente.
 A imagem lembrava vagamente uma forma humana, na cabeça sem rosto apenas dois olhos avermelhados.
Quando a cabeça negra simétrica fixou aqueles olhos vermelhos e brilhantes na mulher mais alta, um calafrio percorrera a espinha de Gilda e fizeram suas pernas afrouxar.
 Em seguida, como um amaldiçoado Djinn a criatura sobrenatural levantou sua mão negra apontando com um dedo inumano, disforme, tremeluzente e pontiagudo na direção da mulher mais nova assustada, sumindo no ar, desfazendo-se como se fosse uma miragem.
 
—Eu sei onde ele está! — Gritou a mulher mais jovem com voz gutural como se quisesse acordar os mortos.
 
            Havia uma brancura hipnótica dos olhos dela e o movimento da cabeça como uma serpente, com espasmos nos braços e no tronco parecendo uma marionete fez a mulher mais velha gritar. Kate com certeza estava possuída por aquela sombra surgida sobre a lápide. Os olhos voltados para o céu estavam totalmente brancos e os cabelos lisos armaram-se como fios de arame enrijecidos, como se tivessem recebido uma descarga elétrica.
 
— Kate! O que ouve com você? — Com medo e espanto, Gilda tremia enquanto se afastava. De algum modo sabia das forças que havia despertado com aquele encantamento das profundezas.
 
— O guardião das sombras mostrou-me como podemos achar o crápula do seu marido, ele forjou a própria morte, roubando quase todo o seu dinheiro! — Disse Kate parecendo que sua voz ecoava na escuridão silenciosa.
Num movimento brusco a moça abaixara a cabeça fechando os olhos totalmente esbranquiçados, em seguida os abre mostrando que haviam voltado ao tom castanho natural.
Todo aquele horror explícito experimentado por Kate fez o rosto de Gilda ficar ainda mais sisudo, e sua raiva latente resplandecia na sua face envelhecida que aparecia iluminado pelo foco de uma das lanternas.
 
Diante do avanço da madrugada e o burburinho de seus sons noturnos, em meio às inúmeras sepulturas arrebatou um vento estranho, aquela lufada assoviando soprou sobre as lápides levantando uma fina poeira.
 As duas incrédulas mulheres tiveram um sobressalto quando viram que uma coruja agourenta pousara sobre a lápide por alguns segundos, em seguida alçou voo em direção ao vazio do céu escuro, parecendo ser seguida por uma estranha sombra negra.
 Sentindo na pele o sopro gelado do vento noturno, as duas mulheres fugiram seguindo pela lateral do muro alto de tijolos com grades pontiagudas que cercava todo o cemitério. Quando chegaram próximo da saída com enormes portões de ferro enferrujado, fora talvez o rangido agudo ouvido quando passaram os portões que apressou as duas, com passadas ligeiras logo chegaram até a limusine preta sem placas de identificação parada no estacionamento e foram embora.
 

 
III
 
O CIRCULO NEGRO
 
 
           
 
            Alguns meses depois.
 
            Foram muito estranhos os fatos ocorridos naquela ilha solitária de Fiji, em um pequeno hotel próximo a enseada ao norte.
Os meios de comunicação alardearam alguns fatos estranhos ocorridos, a estranha história contava que dois corpos totalmente murchos, esqueléticos e irreconhecíveis, de algum modo os cadáveres encontrados por um nativo quando ia para seu trabalho estavam em avançada decomposição.
 Ao amanhecer, enquanto passava por aquela enseada viu aquela cena um pouco afastada da praia rodeada de cabanas,  os corpos totalmente desfigurados irreconhecíveis ao lado de montículo estranho fumegando ao amanhecer na praia deserta.
            Ninguém sabia o que havia acontecido, um ritual realmente estranho ocorreu naquela noite enluarada, todos pensavam que o barulho dos Tantãs era alguma espécie de ritual nativo, porem ao amanhecer tudo havia sumido, e somente aqueles esqueletos junto daquela massa disforme e fumegante fora encontrada naquela praia de uma ilha deserta de Fiji no Pacífico.
            Muitos que leram a estranha história acreditavam que se travava de uma vingança, no entanto alguns jornais relataram se tratarem de uma queima de arquivo. Investigadores do sobrenatural indo mais fundo venderam a história para alguns tabloides sobre uma estranha seita, onde os desertores de tal culto secreto eram mortos e queimados, entretanto ninguém acreditou nesta especulação de tal jornal sensacionalista.
            Com certeza algumas verdades sempre permanecerão ocultas, no entanto aqueles fatos já eram de conhecimento das duas visitantes da Necromante Nirva, enquanto ela mexia o caldeirão colocando ervas e vários ingredientes, Cora a mais baixa das irmãs alimentava o fogo.
As duas mulheres estavam silenciosas, acomodadas nas cadeiras de encosto alto parecendo ansiosas. Enquanto a bruxa Nirva apontava para o caldeirão borbulhante, gesticulava freneticamente e sussurrava sinistros encantamentos, as borbulhas multicores se misturavam a fumaça que enchiam a sala com inquietantes odores desconhecidos, isto fazia as duas visitantes manterem os lenços próximos no nariz. De repente o silencio foi quebrado pela voz da necromante.
 
— Shiii! — Eu sinto a presença de alguém!
— Ele queira era estar morto! — Então fizemos segundo o desejo dele! — Disse a mais velha das visitantes levantando da cadeira e levando o lenço até o nariz.
— Descobrimos que ele traiu o círculo negro forjando a própria morte; levou metade do dinheiro de dona Gilda, tudo isso para fugir dos compromissos com a seita — Agora está morto! — Completou Kate.
            Acima do fogão de tijolos os olhos dilatados de Nirva viram surgir à figura fantasmagórica de alguém que se misturavam as ondulações da fumaça subindo das borbulhas do caldeirão emitindo gemidos apavorantes.  Parecia um rosto disforme que acompanhava o bailar do fumo subindo verticalmente, olhos enegrecidos e boca disforme se contorciam emitindo grunhidos ininteligíveis que a bruxa traduzia para as mulheres sentadas próximas.
            Gilda parecia estar satisfeita, apesar do terror da cena demonstrava um pequeno sorriso na sua face com excesso de maquiagem que a tornavam por vezes mais grotesca que a própria feiticeira.
 
— Isto acontece com que quebra o círculo?! — Indagou a mulher levantando da cadeira.
 
— Depois de entrar para o circulo não se pode mais sair, a única madeira de sair!  É a morte! —  Respondeu a bruxa Nirva olhado com um dos olhos arregalado para a mulher de pé.
 
Em seguida, a necromante pareceu flutuar sobre o chão enevoado, então se curvou agarrando no canto escuro uma enorme tampa de madeira, afastando algumas salamandras que dormiam sobre a madeira úmida e colocou sobre o caldeirão, finalizando a sessão.
            Tão logo a tampa de madeira rústica e arredondada fora colocada sobre o caldeirão, um último suspiro abafado foi emitido pela imagem na fumaça ecoando pela sala enevoada.
            Quando Kate, a jovem morena de cabelos lisos e olhos negros amendoados, vestida de preto com botas de cano longo aproximou-se com a maleta.
Imediatamente a feiticeira Cora arregalando assustadoramente os olhos, segurou firme a estranha maleta com fecho prateado que lhe fora entregue, era com certeza o pagamento cobrado pela consulta e do terrível encantamento mortal.
A bruxa colocou a maleta sobre a mesa arredondada de madeira envelhecida e abriu mostrando o conteúdo.
Não era dinheiro ou joias que havia no interior da maleta, e sim um livro, sim, um livro com folhas amareladas e capa de couro com rachaduras parecendo ter muitos séculos de existência, o couro enegrecido de pele de algum animal desconhecido era de alguma maneira familiar para as necromantes.
O título não era muito visível, apenas algumas letras desgastadas eram vistas sobre a capa, um ¹N E C seguidos de cinco letras gastas e indecifráveis terminando com I C O N, Nirva folheava o sinistro ¹NECRONOMICON extasiada com o conteúdo do volume amaldiçoado, enquanto Cora conduzia as duas visitantes até a porta.
Sem dizer uma única palavra às duas mulheres se retiraram saindo pela porta encurvada, sumindo na escuridão da noite com passos nervosos em direção ao helicóptero parado próximo, onde um piloto amedrontado observava a silhueta das duas sombras furtivas andando apressadas acompanhadas da sorrateira lua minguante, que parecia de forma inexplicável eternamente vigiar o casebre das duas grotescas irmãs necromantes.
Foi quando as duas visitantes olharam pela última vez na direção do casebre que viram uma sombra, uma forma assustadora que ondulou diante da tapera de madeira, aquela sombra negra entrou para o interior da casa das necromantes, era aquilo que viram sobre a lápide disse a mais velha demonstrando medo pela primeira vez enquanto se acomodavam no helicóptero. Minutos depois levantando voo cruzando com a luz da lua, sumindo na escuridão da noite estrelada.
 Enquanto a luz intermitente do helicóptero das visitantes sumia no horizonte, outro pousara próxima a floresta de arbustos, não foi possível ver o rosto do passageiro que caminhou apressado na direção da casa das bruxas, mas sua figura esguia e de elevada estatura deixava claro que talvez fosse Omar o mago, líder e sacerdote supremo do círculo negro.
 
 
 
¹ Necronomicon – O livro dos mortos criando pelo escritor americano HP Lovecraft (1890-1937).
 
 
FernandoCreed
Enviado por FernandoCreed em 20/06/2016
Reeditado em 14/04/2017
Código do texto: T5672907
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