O MEU EU: PERANTE UM ESPELHO

"...Quando assim percebi, em meus próprios modos cruéis. Um monstro sem perdão, mostrando a face de quem és.

Foi durante a penumbra, num outubro árduo como um corte, relembrei de súplicas, pedidos de morte.

Indaguei-o-a então: Não posso, não consigo morrer. Eu disse.

Mas porque, porque insistis em viver?. Em resposta afirmei, isto é apenas sofrer. Não fujo da noite, muito menos de mim. Perco-me assim, em resposta pro fim: São apenas aspectos brutais, características das quais não me orgulho, sempre me dizes: Não vás, não os faça, mate-me assim, tome-me aqui. E o faço. Mato e morro, acordo e renasço.

Andarilho das sombras, um espelho cruel da realidade, me perguntou porque culpavas a mim mesmo, respondi sem pestanejo: Culpo-me pela falta de sorte, caminho pois em mim, a vida encontra a própria morte."