Floresta dos suicidas
Escrevo esta carta,para relatar a estúpida ideia que tive,de vir ao Japão,visitar a floresta dos suicidas.Vim ver com meus próprios olhos este lugar lindo e macabro.
Assim que amanheceu entrei,sozinho e sem guia.Mesmo sendo verão,só senti frio,não passava um raio de sol,tamanha quantidade de arvores.Estava muito animado no começo,segui a trilha até ouvir choro.Não dava para identificar se era de homem ou mulher,fiquei arrepiado.Fiquei atento para ver de onde vinha,a uns dez metros a minha direita tinha uma pedra grande,capaz de esconder uma pessoa.Para chegar lá tive que sair da trilha.Nunca saia da trilha,foi o conselho que me deram.Mas o choro continuava,e minha curiosidade foi maior que minha prudencia.
Devagar fui até la ,não tinha ninguém,e não havia mais choro.Apenas um bilhete escrito em japonês. Um calafrio percorreu meu corpo.Devia ser uma carta de despedida.
Derrepente escureceu,não estava pronto para essa mudança repentina.Peguei o celular para ver as horas,simplesmente o aparelho não funcionou.Pelo meus cálculos,estava na floresta a no máximo meia hora.Respirei fundo e tentei voltar para a trilha,sei que estava a poucos metros dela,mas não consegui achar.
A cada segundo que passava,o desespero aumentava,sem achar o caminho de volta,segui o instinto e minha caminhada,na esperança de achar a saída. O céu voltou a clarear,junto com minha esperança,reconheci uma arvore pela qual tinha passado,ao chegar nela,vi ossos e o que sobrou das roupas de um suicida.
Comecei a ouvir vozes que vinham de todos os lugares,não vi ninguém.Sai correndo,tropeçando em pedras,galhos e o que mais vinha pela frente.
Só parei quando vi um lago,que tinha um cheiro de esgoto,mas a água muito limpa.Sentei no chão tentando botar os pensamentos em ordem,só então vi a canoa no meio do lago.O que ela esta fazendo ali foi o que pensei.No meio do meu devaneio,senti alguém tocar meu ombro,dei um pulo,olhei para trás e vi cerca de vinte pessoas pálidas e molhadas me olhando.
Numa reação instantânea,entrei no lago e nadei até a canoa,ao olhar para a terra,não vi mais ninguém.
Termino minha carta,dizendo que não vim me matar,simplesmente fui engolido pela floresta.