TRIUNVIRATO IMBATÍVEL
TRIUNVIRATO IMBATÍVEL
Desde a primeira vez que morri (Gato não tem sete vidas? Por que não posso ter as minhas?), lá se vão muitos anos, hoje estou na quinta morte; e espero ultrapassar o gato. Pois bem, como estava dizendo, desde a primeira vez, tenho notado que o capeta não anda lá muito satisfeito comigo. Na primeira fui tratado como majestade, nas três mortes anteriores ainda me cumprimentou, assim como que a contra gosto, mas desta vez nem ao menos um “olá”. Cheguei, não sorrindo, por que quem vai para o inferno quase sempre chora; também não estava chorando; sabe aquele jeito tipo cachorro que caiu da mudança, assim estava eu. Devia estar acostumado, por que todas as mortes anteriores me levaram para lá. Também pudera, nunca dei asas as virtudes; sempre pratiquei os pecados nossos de cada dia, alguns triviais é bem verdade outros cabeludos, como dizem por aí, só posso deixar claro que não matei ninguém, de resto fiz de tudo: blasfemei, cobicei, afanei, forniquei, desonrei, adulterei, falsifiquei, fui preguiçoso...
Voltando a cara de poucos amigos do diabo, mal entrei na sala de recepção do inferno, ele saiu. Deixando-me a cargo de seus subordinados. E não me fiz de rogado, fui logo exigindo tratamento VIP, ou seja, se não ar condicionado, pelo menos ventilador. O cara pode não ir com minha cara, mas meu cartaz com ele não está nada mal, fui atendido, deve ter deixado os capetas menores instruídos a meu favor.
Estava eu ouvindo as acusações que me levaram ali quando chegou outro freguês, o LULA.
Os capetas subalternos ignoraram-me, pararam de imediato o que estavam fazendo e foram chamar o chefe. Este chegou sorrindo de orelha a orelha; e puxando um saco danado:
- E aí companheiro, como vão as coisas?
O LULA antes de qualquer papo pediu:
- Vê uma branquinha!
O capetão apontou para um daqueles capetas desqualificado e ordenou:
- Você aí. Vá buscar uma dose daquela especial que está nos meus aposentos. Mas diga aí meu amigo LULA; como foi a viagem até aqui. Não fui avisado da sua morte. Conta aí: de que morreu?
- Esta minha mania de não ver as coisas. Tinha tomados umas e outras, estava naquela fase entre a tontura e o coma, fui da sala para a cozinha, não vi a janela aberta. Cai do décimo sétimo andar.
- Não se preocupe amigo, você terá tratamento de primeira.
- Minha preocupação não é comigo, mas a companheira DILMA, agora está sozinha contra o Congresso todo.
O satanás, solícito como ele só, puxou um telão, do teto, apertou um botão e apareceu a imagem dos congressistas se digladiando pelo impeachment. Apertou outro botão e apareceu a presidenta numa rua, nua; fazendo passeata, com muitos seguidores gritando slogans: “NOS FUDEU, NÃO SE PRECAVEU, AGORA TOMA NO SEU”. Para não deixar seu amigo exaltado o capeta desligou o telão e apaziguou:
- Vou mandar imediatamente buscar nossa companheira DILMA para cá. E daqui vamos governar o Brasil. Seremos um triunvirato imbatível.
Nisto chegou a cachacinha pedida, o LULA bebeu de um gole, pediu outra.
Não vi da hora que meti minha colher no angu deles:
- Não é por nada não, mas se precisarem de alguém para jogarem a culpa, estou de sobreaviso. Podem ficar tranquilos: não sou delator.
Por esta e outras o Brasil segue esta merda governada pelo CAPETA, DILMA, LULA... E eu de coadjuvante.