PSICO-TERROR -2
Decidi levar os quadros ao museu na cidade,lá vendem velharias de todo tipo.Um historiador foi ver os quadros minuciosamente e chamou um colega.Então disse:Não posso afirmar com certeza,não há assinatura nos quadros,mas pelas características são do pintor Claus Bergen,existem muitas falsificações da época.Os quadros retratam a segunda guerra mundial sob o ditador nazista Adolf Hitler.A série de quadros com pessoa deformadas e crianças defeituosos físicos mostram o resultado do anticoncepcional Contergan,que provocava anomalias nos fetos de gestantes. São quadros históricos,onde voce achou eles? Tem mais algum?
Então eu mostrei o portrait daquele homem,o general de guerra.Eles observavam o quadro estupefatos,e um deles disse:Temos um portrait inédito,pintado exclusivo de Adolf Hitler em pessoa.O senhor não pode retirar os quadros daqui,nem serão levados a leilão,pois são patrimonios do estado.Vamos organizar uma exposição com eles.Em algumas horas estava por toda mídia."Encontado portrait de Hitler" e quadros inéditos de Claus Bergen. A pior notícia era:os quadros foram analizados por especialistas renomados.Foi constatado que na tinta havia cinzas de osssos humanos misturados.O assassino sanguinário mandou pintar seu quadro com os restos mortais de seus inimigos cremados no fogo.Maldito demonio que a mando do diabo matou inocentes com sua guerra atroz. Na rua havia uma fila de jornalistas e pessoas para entrar no museu,eu fui para casa com mau pressentimento.
Era 1 hora da manhã quando voltei,tinha ido me encontrar com os amigos num bar.Perto de casa pisei no freio,uma menina com uma bicicleta surgiu duma ruela,a colisão foi inevitável,Ela caíu ao chão e a bicicleta bateu no muro e ficou girando as rodas no ar.Eu desci e vi que ela estava ferida.Eu disse:Fique onde está,vou chamar um médico.Ela respondeu:Estou bem,pegou a bicicleta e desapareceu rua abaixo.A frente do carro estava amassada e fui na polícia registrar a ocorrência.O policial olhou para mim e fomos ver o carro.Mas lá não havia sinal algum de dano.Ele me disse:Aqui não existem crianças,todos cresceram e foram morar na cidade,mas pode ser que alguma tenha vindo passar férias com os parentes,eu irei perguntar aos moradores.Eu voltei para casa sabendo que ele não acreditava em mim.Mas eu tinha atropelado uma menina,tenho certeza.
Eu estava magro,abatido,e aquela casa cheia de ruídos e vozes estava me torturando.O médico que procurei me receitou um sedativo e me mandou ir ao psiquiatra,já que eu estava vendo coisas.
No meio da noite seguinte,acordei com um barulho lá fora e som se sirenes.Quando abri a porta na rua corriam pessoas,havia um bombardeio,as casas estavam destruídas e soldados armados de fuzis disparavam sem cessar,então fechei a porta.Quando abri novamente a rua estava deserta e todos dormiam.Era mais uma das minhas visões de loucura.Eu estava mesmo ficando demente e teria que fazer alguma coisa por mim.
No outro dia fui na prefeitura mais próxima me informar sobre os moradores daquela casa maluca,os últimos quatro proprietários haviam sido internados numa psiquiatria e ao voltarem se suicidaram todos enforcados na mesma árvore do parque que eu mandei cortar.Aquela era uma casa maldita.
Tudo piorava mais.Além disso sonhava com uma antiga namorada,Eu tinha 19 anos e ela 16.Constance era seu nome.Há quantos anos eu não pensava nela.Seus pais eram ricos e proibiram ela de se encontrar comigo,um bastardo criado num orfanato.Eles se mudaram do lugar sem deixar pistas eu nunca mais a vi.Nenhuma palavra,eu tratei de esquece-la e cuidar da minha vida.Agora ela aparecia constantemente em meus sonhos.Me ficou claro o motivo que nunca me casei,eu jamais a havia esquecido,o vazio que ela deixou ninguém podia preencher.Minha Constance,ela estaria com mais de 60 anos hoje,será que ela se lembraria de mim?
Procurei um detetive na cidade para encontrá-la.Ele era o melhor e o mais caro também.Deixei as duas velhas fotos que achei dela nas minhas coisas antigas.Ela era uma bela mocinha em plena juventude,filha única dum proprietário de diversas joalherias que queriam algo melhor para sua princessa,do que um pé rapado como eu.
O detetive era competente e tocou a campainha de minha casa 3 horas depois.Ele me estendeu um envelope com as informações que eu pedi. Constance tinha se mudado para os arredores de Paris com seus pais.Ela era casada com um renomado cirurgião cardiologista e tinha uma filha.As duas foram viajar de trem e hove um descarrilhamento.Não houve sobreviventes.Ela estava morta há 14 anos,ela e sua filha.
Mas ele me deixou o endereço do marido,ele estava vivo e havia se casado novamente.Eu decidi ir até lá.Em Paris tomei o trem e fui ao lugar onde ela morava.Era 8h da noite.Uma bela mulher me recebeu,e me convidou a entrar.Um homem possante e bem educado me disse:Sobre o que o senhor quer falar comigo? Eu respondi,sou Martin Beckermann,fale-me de Constanze.Ele me dissse:Vamos na biblioteca,poderemos conversar a sós.Ele me mostrou um álbun de fotos dela com sua filha.Era a mesma menina que eu havia atropelado com o meu carro.Ela estava sentada na mesma bicicleta numa das fotos.Então ele me disse:Pode ficar com as fotos,afinal ela era sua filha.Constance e eu não tínhamos segredos,eu sabia que ela estava grávida quando nos casamos e adotei a menina no meu nome.Ela se chamava Martine.
Aquilo era demais.Eu nunca soube de nada.Ela havia dado meu nome para nossa filha,ela pensava em mim.Ele continuou:Voce a abandonou vergonhosamente,ela era uma menina apenas.o que quer de mim?
Duma coisa eu tinha certeza,aquele homem a amava mais do que eu,e a tinha feito feliz.Fui embora de lá direto ao cemitério onde elas estavam sepultadas.Na frente do jazigo da família,havia uma foto das duas juntas e comecei a chorar todos os anos perdidos de minha vida sem ela.Elas estavam mortas e eu era um velho esquizofrênico,nada mais. Retornei para minha vila makabra,mas tudo era diferente agora.
-Continua no próximo capítulo