republicação: Luar na Ilha
Planejou essa viagem o ano todo, ele conseguiu as férias no mesmo mês que o dela, após muita bajulação com o chefe. Agora é só apagar as luzes do escritório e partir para um mês de descanso.
Um amigo tinha conseguido o aluguel do barco por um preço bem em conta, ele tinha tomado algumas aulas e na amizade conseguiu uma permissão para pilotar alguns tipos de embarcação, pelo menos a que pudesse tirá-los do inferno da cidade grande por 30 dias. Estava sendo uma manhã gloriosa, ele e seu amor navegando rumo a qualquer lugar, pois pouco era importante o local e sim a chegada. Acharam uma ilhota, que não constava no mapa - melhor assim! pensou, pois com certeza não haveria turistas para encher o saco. Atracaram e foram conhecer as maravilhas do lugar, era uma ilha bem simplória, sem muito conforto, o que era compensado pela beleza do lugar Apesar da placa dando boas vindas aos turistas, o povo não era muito amistoso, olhavam com desconfiança para o casal, as casas eram estranhas, de pedra, construções bem fortes, como se não quisessem que algo entrasse ou saisse de suas casa. A praia era esplêndida e deserta, não mais deserta por que a figura de um pescador e sua rede destoava de todo aquele silencio. Era um típico nativo que chamou em muito a atenção da bela turista e a rápida sensação de ciumes do jovem navegador, que tratou logo de se afastar, tentando assim afastar o momentâneo objeto de desejo de perto da sua noiva, da sua canoa o pescador percebeu tudo e se fartou com o doce aroma do desejo daquela jovem e um sínico sorriso surgiu no seu rosto.
Eles se amaram por toda tarde no convés do barco e farto de tanto sexo, decidiu caminhar um pouco pela praia, ouviu algumas objeções da sua noiva, que achava melhor continuar ali, curtindo o vento frio que o anoitecer trazia, mas ele ainda tava incomodado com a situação de mais cedo e o pescador ainda lhe causava raiva, talvez fosse vontade de encontra-lo e realmente perceber que só se tratava de um nativo ignorante e desdentado ou talvez não? ele só tinha certeza que queria conhecer melhor aquele lugarzinho nunca antes comentado. Desacoplou a pequena canoa do barco maior, remou alguns minutos, passou pela praia que a esta hora da noite perdia todo encanto, fria e deserta e dava pra perceber que seus moradores estavam reclusos dentro de suas casas( se bem soubesse ele faria o mesmo) circulou a ilha e viu uma formação de pedras que parecia uma cais Escadas formada por pedras levava a uma area da ilha a qual ele não tinha ido no seu passeio diurno. A lua brilhava alta no céu, cheia e redonda, mas mesmo assim seu campo de visão se limitava a alguns metros do seus olhos, mesmo assim entrou pela mata, seu espirito aventureiro estava a mil, quando voltasse ao barco contaria sua pequena aventura para sua noiva, aumentando algumas coisas, lógico! foi no meio desse pensamento que ele pensou ter ouvido algo se mover a sua frente, depois ao seu redor, ainda avançou alguns passos, talvez fosse a imaginação pregando peças, mas por instinto resolveu voltar para o bote e por fim nessa rápida incursão. a cada passo em direção do bote a sensação de alívio ia aumentando, já que nenhum ruído misterioso era percebido pelos seus ouvidos, que nesse momento era capaz de captar as formigas andando pelo chão da mata, chegou ao bote, desatracou e foi ai que percebeu que o bote não se movia apos a primeira, 2ª, 3ª remadas a situação não melhorou, foi quando percebeu que de dentro daquela mata algo vinha em sua direção, sem fazer nenhum barulho, mas que vinha, isso vinha! o desespero fez com que um dos remos quase caisse n'água, recomposto, percebeu que a maré tinha baixado um pouco e que o barco estava em uma parte um pouco rasa encima de uma pedra(algo iria saltar encima dele) com uma força que talvez só tenhamos nos momentos de medo, ele posicionou o remo esquerdo em uma pedra à frente e com o esquerdo deslocou o barco p trás 1/2 metro, porém bastante para achar alguma profundidade ( o odor da coisa ja era perceptível) e sair remando deve, ter batido o recorde mundial de remo, por que rápidamente se distanciou do cais de pedra em que estava preso( a coisa gruniu de frustação), mas de longe percebeu duas luzes vermelhas aparecerem e voltarem pra dentro da mata, não teve certeza do que era pois nuvens de chuva já se faziam presentes e a lua tinha sido encorberta, mas ainda estava lá, e a coisa que estava na mata, era quem bem sabia disso.
O trajeto de volta foi bem mais rápido, ele subiu no barco, olhou para o lado leste da ilha e ficou incomodado com sua idiotice, só agora ele percebia como era escuro e por certo perigoso andar por lá a noite, imaginou: o cão que o estava perseguindo deveria ser enorme, entrou no deck que era tipo um quarto, sua noiva ainda dormia
tomou um banho para dissipar os pensamentos, aquele cão teria problemas, afinal ele tinha dois remos para se defender, na verdade estava até empolgado, téria a aventura tão desejada para contar para sua amada. A chuva esperada não chegou, as nuvens desapareceram e se talvez ele tivesse ficado mas alguns momentos no convés divagando sobre a sua perigosa aventura, teria visto os dois brilhos vermelho-fogo, surgirem novamente. A criatura farejava o ar, não sabendo o que fazer, o cheiro saboreado o enlouquecia, a lua o inspirava, a fome o motivava a decisão foi tomada, o corpo avantajado da besta bateu na água, um uivo tímido foi ouvido quando em contato com a água fria, pensou em desistir, mas a lua, a fome... continuou, braçadas vigorosas o levaram em minutos ao barco, o homem havia resolvido tomar umas cervejas antes de dormir, deixaria as estórias para o outro dia quando ela acordasse, em pouco minutos o resultado de 02 cervejas tomadas de alguns goles se fez presente, então foi atender o chamado da natureza, já estava quase aliviado quando algo chamou atenção, duas bolotas vermelhas dentro d'água, achou até que fossem peixes, só que pra seu desespero um braço gigantesco, muscoloso e peludo o agarraram pelo pênis, quase puxando-o pra dentro do mar, não se fez presente a dor, nem o grito característico deste momento, apenas se fez presente o espanto e a surpresa, quando no seguimento daquele braço, surgiu um ser demoniaco, 2m de pêlos e musculos, corpanzil arqueado, orelhas de raposa finas e levantadas, as suas unhas eram enormes e negras, e faziam barulho enquanto o bicho se aproximava do homem, que agora já comecava a sentir os 1º sinais de dor e pavor ao ver seu pênis naquelas mãos hediondas, os primeiros sons de pavor já se organizavam na sua garganta, porém uma patada vigorosa e certeira arrancou-lhe a cabeça, que mesmo retirada do corpo, tentava emitir qualquer aviso que alertasse, a inocente que dormia no deck.
Se o sono não tivesse tão bom e pesado, ela perceberia o movimento que o barco fez para a esquerda quando a besta subiu no barco, fazendo com que ela rolasse na cama, seu instinto feminino, depois de algum tempo a alertou da ausencia do homem e ainda um pouco sonolenta, sentiu um cheiro estranho, cheiro de cachorro molhado, mas como? no meio do mar? e o mais estranho eram aquelas 02 coisas escuras e peludas proximo dos pés da cama, deitada ela não conseguia distinguir o que eram, foi levantando e aos poucos percebeu que pareciam orelhas, o pavor veio como um nocaute, pois a criatura ao se erguer exibia dentes em formas de adagas, uma bába gosmenta saia da sua boca, se ela reparasse bem, poderia ver que na verdade a coisa sorria. não poderia tá acontecendo aquilo, e aquela coisa já deveria ter passado por seu noivo que estava do lado de fora do barco, em minutos tudo passou por sua cabeça, sua infancia, adolescência e vida junto do seu futuro noivo ou melhor futuro-ex-noivo, tudo acabou! foi o unico pensamento dela antes do ser abrutalhado pulasse encima dela profanando seu corpo com dentes e garras. A besta no convés da embarcação, fez mais uma reverência para lua, sua fonte inspiradora, aquela que o movia, aquela em que a algumas noites trazia tanto sofrimento e prazer, e que há 10 anos atrás vinha sendo a sua sina.
Um Barco de turista atraca, confraternização de fim de ano, vários turistas, homens e mulheres, ilha perfeita, apesar dos moradores calados e casas de pedra, um casal se afasta com maldade no pensamento, buscam um lugar mais sossegado, acham o lugar perfeito, apesar do pescador que ao longe joga sua rede, ele percebe a intenção do casal e recolhe sua rede, nativo bonito, único da especie, olhares se cruzam, sentimentos são jogados no ar, ciumes, despeito e desejo, o cheiro doce fica no ar. 05hs depois é hora de ir embora, o barco não funciona, alguns fios parecem ter sido cortados, não tem problema a festa vai até o raiar do dia, a noite chega a lua surge, um uivo é ouvido quando algo cai no mar gelado, as casa de pedras estão fechadas e dentro seus moradores sabem, que por mais uma noite estão seguros, afinal a besta vai ter um banquete está noite...
Fim.