Sombra – Ato VIII
 
Capítulo 11 – O Bracelete do Infinito
 
   Charlô não queria me explicar o que aquele homem na colina representava, por tanto desisti de entender a situação e voltei a pensar no de sempre, nada. Jacob e Kevin já haviam se tornado grandes amigos e parecia que minha presença naquela casa era mera solidariedade.
   Durante a madrugada reuni minhas poucas coisas e sai, não queria me despedir de quem não sentiria minha falta, duas quadras a frente encontrei Charlô na entrada do parque que se localizava no centro da cidade.
-Aonde pensa que vai?
-Embora, não tenho mais nada a contribuir com vocês e também não me sinto bem vindo. – respondi.
-Eu já disse como você parece uma garotinha falando? Ah sim, já disse. Elliot você não pode ter medo do mundo assim. Você não vai ser notado até se importar consigo mesmo, não adianta esperar dos outros o que precisa vir de você, só assim você chamará a atenção.
-Por que se importa comigo? Você mesma já disse tantas vezes que eu era um inútil.
-Todos somos inúteis, estamos vagando nesse planeta grandioso sem propósito até finalmente encontrarmos nossa função, ajudarmos as pessoas ou destruí-las, o que você quer fazer? Por que partindo apenas está fortalecendo as trevas.  
   Caminhei até perto dela, seu olhar se prendia ao meu. Toquei seu rosto devagar e senti seu calor, ela parecia cada vez mais sem graça comigo tão próximo de seu corpo.
-Eu não vou deixar você ir.
-Por que me quer tanto por perto?
-Não entendeu ainda?
-Não.
   Ela me beijou, mas não foi um beijo comum, aqueles de filmes ou seriados. Foi intenso, lento e totalmente impossível descrever a sensação. Mas logo que aproximei meus braços de sua cintura tentando abraçá-la, Charlô me deu um soco no rosto.
-Deixe de ser idiota, aprenda a notar as coisas, já passou da hora.
-Tudo bem, eu volto contigo.
   Mas não voltamos naquele momento, Charlô me puxou pelo braço até o centro do parque, onde sentamos à beira da fonte. O mais estranho foi notar um brilho intenso vindo de lá, bem no centro abaixo da água.
-O que é aquilo?
-Não faço ideia. 
– respondi.
   Charlô invadiu a fonta e se ajoelhou próxima do centro, ela puxava com cuidado um pequeno bracelete dourado, pelo menos era apenas isso que parecia ser. 
-É lindo, vou usá-lo. 
– Charlô já o colocava no pulso.
-Não acha estranho encontrar algo assim a essa hora da noite?
-Está reclamando por que peguei primeiro não é?
-Não, mas no nosso mundo real coisas assim não costumam acontecer sem explicação.
   Na manhã seguinte fomos até a biblioteca, Charlô não parava de falar sobre o bracelete e que já tinha o visto em algum livro. A acompanhei e invadimos a sessão reservada.
-Teórias Milenares, Religião, Artefatos Antigos.. É esse! – gritou ela enquanto já começava a procurar pelo livro. - Bracelete do Infinito, consiste em uma das sete ferramentas antigas de Infinito, antigo deus controlador do universo, o Bracelete tem suas próprias habilidades especiais que permitem a quem o possuir: Controlar mentes, ver o futuro e por um breve período parar o tempo. – completou espantada.

 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 09/02/2016
Código do texto: T5538531
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