O corredor
Havia um antigo colégio, tradicional na cidade que em tempos áureos era freqüentado pelos os filhos dos moradores da cidade, era lotado, mas após o fim da exploração da mina de prata, começou o êxodo das famílias da cidade, com isso foi reduzindo gradativamente o numero dos alunos, dessa forma dos seus três andares só o primeiro andar e algumas salas do segundo ainda eram usados; como em todo lugar pouco usado, começou a circular as histórias de estranhos acontecimentos, figuras sombrias, sombras, todos os elementos das historias de fantasmas.
Nunca se soube quem as começou ou quando começaram, alguns diziam que nasceram pela voz dos alunos mais velhos que contavam essas histórias aos mais novos, como uma forma de assustá-los, mas após um tempo a história criou raízes e nos anos seguintes ninguém se atrevia a subir lá.
Paulo se mudou para aquela cidade fazia poucas semanas antes do inicio das aulas, ele estava ansioso para conhecer novas pessoas, fazer novas amizades, o pessoal da sala dele foi bem receptivo com ele, logo ele se enturmou de forma bem rápido.
Num certo dia durante o recreio, enquanto sentado a sombra de uma arvore enquanto comia o seu lanche, ficou a observar o prédio da escola, virou para um colega ao lado e perguntou o que tinha no terceiro andar, começaram a contar que ali eram salas de aulas, mas que há muito tempo não era usado, mas que era um lugar sombrio, que havia muitos acontecimentos estranhos que acontecia lá. Houve relato de alguns alunos que sumiram, por essa razão chegou a ser montados grupos para ir investigar o que acontecia, mas não encontraram nada, dizem que aqueles que somem ficam vagando pelos corredores por toda eternidade.
Paulo ouviu toda a narrativa sem muita firmeza do que diziam era verdade, pois nunca acreditou muito nesse tipo de histórias de sobrenatural, disfarçou e fez que acreditou, pois como era novo não queria perder os amigos que começava a fazer, mas no intimo ele ficou com a pulga atrás da orelha achando que os colegas queriam lhe pregar uma peça.
Ele jogou a história num canto esquecido da memória e seguiu a rotina diária, passando algumas semanas desde aquele dia, Paulo não se sentiu bem, estava com dores na barriga, sinal que algo não lhe caiu bem, pediu licença para professora e foi correndo ao banheiro, quando chegou à porta do banheiro esse estava sendo lavado, deu meia volta e procurou o do primeiro andar, para seu azar o banheiro estava fechado para reforma, nesse momento estava tão desesperado que estava quase entrando no banheiro feminino, foi quando surgiu ele não sabe de onde um faxineiro e lhe disse que o do segundo andar estava aberto, não pensou duas vezes alçou a escada e correu para cima em busca do banheiro.
Foi correndo até achar o banheiro e dessa forma aliviar sua penúria, saiu dali sentindo-se feliz, só depois disso que se tocou de estar no segundo andar, percebeu que tudo estava bem empoeirado, a curiosidade bateu forte, então foi olhando tudo, nesse momento deparou com um grande quadro com fotos parcialmente encoberto pelo pó e teias de aranha, começou a passar a mão para tirar a sujeira de cima, eram fotos antigas, percebia por causa das roupas que usavam.
No alto do quadro havia uma gravação com os seguintes dizeres – “A todos aqueles que um dia pisaram nesses corredores e agora eternamente neles vagam” – estranhou as sinistras palavras, começou a esquadrinhar as fotos, ao tirar o pó de uma foto seu rosto perdeu a cor e um grito surdo se fez em sua boca, pois a sua frente surgia uma foto nova, a sua...