Passeio pelo DTLR25

A Longa Noite começou no Restaurante Nulla. Saí às Onze, com fome, quase uma Fome Póstuma. O Mergulho do Cutelo acabou por cortar O Laço da Pomba Falsa, que seria meu jantar, e ela fugiu. À Meia Noite no Madame Satã, A Misteriosa Casa do Nhõ Zinho, O Festival continuava e eu ouvia O Clarinetista tocando a Canção dos Caídos interpretada por uma cantora enorme que, pelos Mistérios da Natureza, emitia Aquela voz de Criança.

Acho que a letra se referia À Lenda de Beg, A cria da Floresta. Talvez fosse O Ritual da Inspiração, Iniciação, enfim, Um Caminho Sem Volta.

Eles, O Assassino de Babi Yar, O Rapaz da Rua do Meu Tio e O Seboso estavam, como em Um Retrato de Uma Sociedade Esquizofrênica, Espancando o Macaco para extrair Os Demônios, os Grim Reaper, num dos cantos da sala. “Tratamento Paranoico”, pensei. Imaginavam, certamente, que ele pertencia À Linhagem do Demônio.

Pela fúria, parecia que eles, como num Clichê Vampiresco, tinham os Corações Magnetizados nas Interconexões da Morte. E, mesmo tendo o pobre macaco pedido que parassem, teve O Armistício Negado. “Acenderei A Ti Uma Vela”, disse para mim mesmo, pensando no bichinho.

Cansado e com medo, disse “Vá Dormir, Bruce”, ao meu amigo e abri A Agenda Mágica. Sua capa vermelha, que ia do Do Escarlate ao Esmalte Renda, protegia um conteúdo funesto. Saligia, os sete pecados, certamente brincavam naquelas páginas. O Silêncio, a luz da Lua Clara, os Sonhos Roubados e o Medo da Verdade emanavam por entre as folhas finas de um papel amarelado pelo tempo.

Dictum Et Factum: ali repousavam O Relato de Bernardo Muriack e A História do Gigante Grögly. Sem dúvida nenhuma, Uma Viagem Manchada com Sangue em cada relato.

E como numa Doce Sentença, coisa de Coração de Mãe, aquela pequena agenda misteriosa era A Porteira para O Monstro Oculto que eu deveria encontrar. Busquei o mapa na última capa. O mapa para Ascensão. Este lugar de nome estranho e instigante não era bem claro na carta.

Peguei o carro e segui as instruções escassas. Fui até A Longa Estrada Barrenta. Consultei novamente o mapa, que dizia: Vire à Esquerda assim que chegar À Pedra que Caiu da Lua. Após a Curva vinha A Estrada de Hamilton, mais conhecida como Caminho da Besta. Na verdade, não sei qual o sentido de “besta” neste caso, mas era uma verdadeira Estrada para o Inferno. Mas o mapa dizia taxativamente: Siga em Frente. Foi neste momento que o gato parou na frente do carro. Atirei o Pau no Gato... Mas o Gato Não Morreu. Fugiu. Segui.

Bateu o sono, mesmo assim continuei dirigindo feito sonâmbulo. Na verdade, não sei se era eu ou era A Estrada Sonâmbula. Acho que poderia chamar de A Estrada Deserta de Sofrimento Infinito.

Por fim, cheguei. Era A Cidade do Pecado. Fui até a casa que me chamava. Um casebre caindo aos pedaços. Pisei no Degrau que Estala e empurrei as portas. Eram como Portais para um outro mundo. Foi um rangido longo. Senti uma pequena tontura assim que elas cederam. É “A Loucura que Se Aproxima”, pensei.

Assim que entrei totalmente na casa, dei de cara com O Estranho Quadro de Bárbara Ambrosini, com aqueles Olhos Verdes, quase um Pesadelo Verde. Encontrei, por fim, o que buscava. Fiquei apaixonado na hora. E era um amor estranho, quase mórbido, maculado... um verdadeiro Tainted Love.

FIM

Esta é uma pequena homenagem aos participantes do desafio. Brinquei um pouco com os títulos dos contos para formar esta historinha que serve como agradecimento pelas leituras e pelos comentários.

Gostei muito de ter participado.

Parabéns a todos.

E mais parabéns ainda para o pessoal da organização.

O S Berquó
Enviado por O S Berquó em 20/12/2015
Código do texto: T5486467
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.