9 - A Revelação (Final)

(Recomendo a leitura dos números anteriores, pois são os contos que antecedem a este!)

Depois que fui demitido naquela manhã, já sabia pra onde iria e o que eu faria em alguns minutos, então me adiantei e já esperei o meu "eu" do passado na casa de minha mãe..., o momento era agora e eu só tinha essa chance de mudar minha história, se eu evitasse essas mortes, certamente a Morte teria que escolher outra pessoa para assumir seu lugar.

Então, pouco antes, ainda pude ver minha mãe soltando as cabras na frente de sua casa e depois entrar pela porta da cozinha para possivelmente pegar um pouco de silagem e feno para alimenta-las. E foi neste momento que "eu" cheguei, estava cego, mas obstinado, estava determinado a matar..., mas isso não iria acontecer, não hoje, então quando decidi agir, fui surpreendido por uma imagem que me paralisou, literalmente, pois não consegui avançar mais que dois passos, não estava em choque, naquele momento eu estava sendo impedido de intervir, era como se um campo de força, um muro estivesse na minha frente.

Ao lado do meu eu mais jovem, estava a Morte, maldita, ela estava o tempo todo comigo, ela me fez pegar a foice no quintal da minha mãe, foi ela quem me cegou, que me fez cortar sua garganta, nesse momento o desespero tomou conta de mim, como impedir se eu não podia sair do lugar? Então no golpe derradeiro, a Morte, como se soubesse que eu estava olhando, virou-se, me encarou com aquele olhar de ódio e desapareceu..., e como se o muro fosse destruído, consegui chegar na cozinha e ainda pude ver novamente, minha mãe agonizar e por fim morrer, "QUE MERDA, DE NOVO NÃO, DE NOVO NÃO...".

Eu tinha que fazer alguma coisa, mas o que? Foi quando tive uma ideia, neste momento, usei mais um dos meus poderes e fiz o meu "eu" escrever no teto a palavra"Fuja", pra quem sabe dessa vez, conseguir atrapalhar o plano da Morte...

"FUJA SEU IDIOTA, NÃO VOLTE PRA CASA, FUJA", mas se fazer ouvir para os vivos, não era um dos meus dons, então sem opção, voei pra minha casa, pois queria chegar primeira que minha antecessora, então chegando na porta de entrada, novamente fui barrado, "COMO ISSO É POSSÍVEL? A NÃO SER QUE... FILHA DA PUTA...", a Morte já estava em meu quarto, só esperando o meu "eu" chegar e não demorou muito e lá estava eu entrando pela porta, ainda tentei impedir, mas sem sucesso, o muro de novo estava a minha frente..., tudo estava acabado, eu falhei, ambos estavam mortos.

Mas eu não podia desistir, tinha que tentar mais uma coisa, então quando a barreira foi rompida, fui até o quarto e fiz ele, "eu", escrever novamente a mensagem no teto "Fuja", quem sabe se ele não fosse para a clareira, a Morte desistiria, pois dessa maneira, eu estaria mudando os fatos, não é?

Então me vi andando pela entrada de novo, como se essas horas não tivessem acontecido, como se eu não tivesse feito nada do que fiz, essas horas definitivamente haviam desaparecido da minha memória.

Foi quando refiz o roteiro, como se eu estivesse acabado de sair da Bello Monte, nesse momento já não havia mais nada a se fazer, então aguardei a noite chegar, a Lua cheia aparecer e lá estava eu, olhando para a Morte, ouvindo aquele discurso "precisei encontrar alguém que tivesse uma alma pura e ceifar a vida de três pessoas que ela mais amava...", "chegou a sua hora sim, mas não pra eu te levar e sim porque você ficará no meu lugar...", foi quando tudo fez sentido, se eu era a Morte e nunca houve outra antes de mim, então aquele que eu sempre busquei..., "Merda", sempre foi eu, certamente todas as marcas que eu adquiri durante todos esses anos, me preencheram por completo e assim eu precisava voltar para renascer, por isso esse talento era tão útil e por isso eu dava conta de matar todos desde o início dos tempos.

Fim

https://m.facebook.com/rascunhosescondidos

Moises Tamasauskas Vantini
Enviado por Moises Tamasauskas Vantini em 23/10/2015
Código do texto: T5424073
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.