O medo do medo.
Na noite escura de um inferno friorento, o frio que me sobe a espinha arrepia meus pensamentos, não um frio que gela a pele, mas um frio que de medo me entorpece. As 3 da madrugada
uma hora bastante ingrata para na escuridão me encontrar a tremer de medo por algo que se quer creio.
A luz de meu abajur queimou nesta mesma noite quando escrevia sobre os demonios que atormentavam os sonhos de mandame Le Blon, e a infelicidade mais uma vez bate ao constatar
que a energia que traz a luz que me revela a verdade não consta em meu interruptor, um frio tremendo, um medo horrendo, e agora a falta de luz eletrica no meio desta noite.
Uma vela, ah sim uma vela, que coisa mais bela, o fogo que há de iluminar-me nesta escuridão talvez faça desaparecer os temores que me faz tremer a mão, mas realmente não
é uma boa combinação, a trovoada e o temporal que agora cai, nesta madrugada de frio infernal, solitario nesta casa, tracafiado em um umbral, a seriedade de meus pensamentos
a noção da realidade, a falta de fé na tosca credulidade, mas ai de mim que meu coração mais acelerado bate. Um trovão, um clarão, uma vela em minha mão, escuridão e um som
no sotão, o que leva um homem da ciencia e da arte temer artes obscuras da maldade? Meu corpo treme de frio, ou é o medo que faz tremer-me a fio ? O medo que não se vai agora
não lembro quando chegou, será que já é tarde para ter um pouco de credulidade ? Oh pernas, minhas amigas que tanto me carregam, porque vão em direção de meu pensamento o inferno
a curiosidade sim pode mover um homem, e de fato vejo movendo-me ao longe, mas e o medo de constatar o que nego-me a acreditar ? Olhos esbugalhados, um demonio enclausurado ?
O que há de temer neste comodo apertado ? Ah não sei o que há de ser de mim, mas no fundo, sei que isto me levara a um fim, ou do medo descabido, ou da vida neste torvelinho.
Trovão, lampejo, azedume, um cheiro, um movimento no escuro, sombras sobre o muro, arvores a bater na janela, vento a soprar pelas frestas, medo que me infesta e corpo me
molesta, mas a coragem sempre há de provar ao homem que seu esforço a algum lugar ele vai levar, um rato morto é o que vejo em um dos cantos e de relance vi um outro que fugiu
talves aos prantos, ratoeiras e venenos funcionam muito bem, eis que meus medos se mostraram infudados, apenas um impressão em meus pensamentos, em meu estado, diante deste clima,
desta noite invernal. A cama me espera, com toda essa agitação por completo me esqueci mas agora que vejo o tremor de minha mão e me lembro, eis o veneno de meus pensamentos,
O que zuniu entre as frestas como o vento? O que me tirou o sussego e que me encheu de medo? não acordei normalmente, mas um sobresalto de medo me tirou da cama quando em um pesalo
me vi com a mão tremendo, segurando uma vela, sobre o olha da fera, que espreitava da janela, esperando-me que na cama meus medos eu fosse embalar.