Almas Roubadas, Episódio II
II
Em uma casa noturna....
- Olá, meu nome é Diego e o seu?
- Meu nome é Linda.
- Linda, eu posso lhe oferecer uma bebida?
- Claro que sim.
Os dois foram ao bar para tomar um drink, chegaram lá e Diego apresentou um amigo.
- Esse é meu amigo Rubens, nós moramos na mesma casa.
- Vocês então são...
- Não, não, é que temos faculdade e rachamos o aluguel.
- Ah sim, entendi.
- E então Linda, o que acha de irmos para lá, para ficarmos mais a vontade?
- Eu acho uma ótima ideia!
- Você está com alguém? – perguntou Rubens
- Não, eu vim sozinha.
- Vamos então?
- Agora!
Os três saíram da casa noturna e foram para a casa dos rapazes. No caminho, músicas, piadas e muitas conversas.
- Chegamos – disse Diego.
Entraram e foram se acomodando.
- Bela casa – disse Linda – Só mora vocês dois aqui?
- Sim – respondeu Rubens.
- Vou preparar uma bebida para nós – falou Diego.
Enquanto Diego preparava as bebidas, Rubens e Linda conversavam. Diego trouxe as bebidas.
- Gente, eu vou precisar dar uma saída.
- O que houve? – perguntou Linda.
- Recebi um recado de Lucia – respondeu Diego.
- E quem é Lucia?
- É a namorada dele – respondeu Rubens.
- Danadinho você! – disse Linda.
- Estou indo – disse Diego rindo, abriu a porta e fechou para ir.
- Então Rubens, já que estamos só nós dois, que tal esquecer as bebidas?
- Como assim?
Linda pulou no mesmo sofá que Rubens e começou a beijá-lo loucamente, a coisa estava esquentando.
Diego entrou no carro, e deu partida, quando foi sair se lembrou de avisar que não voltava.
Na sala, linda havia rasgado já a camisa de Rubens.
- Nossa garota que fogo é esse?
- Você ainda não viu nada!
Os olhos da garota começaram a ficar brancos e a face a mudar.
- Meu Deus o que é isso! – gritou Rubens.
Diego foi bem devagar e foi abrir a porta para avisar, quando viu a cena se chocou que não se agüentou.
- Mas o que você está fazendo com ele? – A garota olhou, os dentes afiados e seus olhos vermelhos , com a mão sobre o peito de Rubens.
A garota saiu de cima do Rubens e pulou para atacar Diego que no susto conseguiu fechar a porta. Enquanto a garota batia na porta, Diego a trancou. Entrou no carro e deu partida. A garota quebrou toda porta.
O carro estava a 120 km/h, Diego olhava no retrovisor e via uma sombra negra atrás de seu carro se aproximando, a sombra chegou e pulou em seu carro.
- Mas que porra é essa! – batidas no teto.
- Deixe-me entrar para transarmos gostoso – dizia a garota com a voz suave.
- Saia daqui demônio! Sai de perto de mim.
- Eu vou voltar! – disse a garota só que dessa vez com a voz grossa e rouca.
Os barulhos pararam, e Diego continuou pisando fundo.
Na delegacia, estavam chegando Eduardo e Richard.
- Eu estou falando Edu, tem cabelo nesse ovo!
- E o que faremos, acha que vai aparecer alguém aqui, dizendo que foi atacado por um monstro que rouba almas?
- Rapazes – disse Luiz ao vê-los – venham até aqui.
- O nome dele é Diego – dizia Oliveira – Ele disse que foi atacado por um monstro e que esse monstro roubou a alma de seu amigo.
Richard olhou para Eduardo.
- O que? – perguntou Eduardo – Ele deve estar bêbado!
- Vão até lá e falem com ele – disse Oliveira.
- Diego? Eu sou Eduardo e esse aqui é Richard, somos da divisão de homicídios, pode nos dizer o que aconteceu?
- Claro – disse o garoto tentando se controlar – estávamos em uma balada eu e meu amigo Rubens, conhecemos uma garota lá e a chamamos para casa, fiz umas bebidas para nós, e minha namorada ligou, eu ia para lá, mas esqueci de avisar que não voltava.Quando voltei eu vi, aquela mulher tinha virado um monstro e veio atrás de mim, eu consegui fugir, mas ela disse que voltaria!
- Você usou algum tipo de droga hoje? – Perguntou Eduardo
- Não, eu apenas bebi!
- Só um momento – disse Richard – E Então Eduardo o que acha?
- Um garoto, bêbado com peso na consciência de trair a namorada – viraram para o garoto.
- Uma última pergunta – falou Richard – Pode descrever a garota enquanto ela estava normal.
- Sim – Diego Chorava – ela tinha os cabelos longos e negros, era branca e seus olhos eram azuis.
- Tinha os seios fartos? – perguntou Richard.
- Tinha! Tinha sim.
Richard olhou para Eduardo – Então Eduardo! Como pode explicar isso? A descrição é igual a do porteiro!
- Então quer dizer que é isso que está matando os jovens por aí? – perguntou Diego, muito assustado.
- Não, não é nada disso – respondeu Eduardo – isso é resultado de trair sua namorada! Venha Richard!
- Para onde?
- A casa dele! Onde mais?
- Esperem e eu? – perguntou Diego.
- O senhor fique aqui bonitinho!
Chegando a casa dos rapazes, os policias estavam lá, entraram na casa e lá estava o corpo, igual aos outros.
- Igual aos outros! – disse Richard.
- Nós vamos resolver isso!
- Mas como?
- O menino da delegacia. Suponhamos que ele esteja certo, ela voltará atrás dele! – Eduardo viu bem o corpo e viu um pequeno furo no peito de Rubens – Veja isso Richard.
- Pode ser qualquer coisa.
- Não! Vamos a minha sala, lhe mostrarei mais.
Chegando a sala de Eduardo, foi posta as fotos em seu computador.
- Veja, nossa primeira vítima, o Adalberto, olhe bem no lado direito de seu peito, também a um pequeno furo!
Richard olhava bem a foto – Me dá arrepio só de olhar.
- Não é só a dele, vejam os outros – Eduardo foi mostrando as vítimas e todos eles tinham esse pequenino furo.
- Está bem, achamos uma brecha, mas o que faremos com essa descoberta?
- Suponhamos que dessa vez o garoto esteja errado, quem sabe alguma digital, algum vestígio do assassino podemos achar.
Richard pegou o telefone: - Luiz! Avise o legista para olhar bem o peito do cadáver, haverá um furo em seu peito peça para analisar bem!
- Rapazes! É bom vocês virem para cá, precisam ver isso!
Richard desligou o telefone
- Edu, o Luiz pediu para a gente ir ao IML, há algo lá que ele quer que vejamos!
- Vamos!
- Espere! E o Diego?
- Pegue-o, vamos levá-lo junto.
- Diego?
- Sim?
- Você vem com a gente!
Diego estava junto de sua namorada na delegacia, e a garota perguntou: - Onde vocês o levarão?
- Ele vai com a gente, aqui pode não ser seguro!
- Tudo bem amor! Eu vou com eles, qualquer coisa eu te ligo.
Caminharam para a saída e Diego disse:
- Fale a verdade, vocês estão me levando para ser a isca não é?
- É mais ou menos isso – Respondeu Eduardo – Mas se acontecer alguma coisa, nós estaremos aqui para te defender, lá dentro não!
- Aonde vamos?
- Ao IML.
Chegaram lá, Luiz estava na porta.
- Demoraram!
- Tivemos um atraso!
- O que o garoto faz aqui?
- É para segurança dele – respondeu Eduardo – fique aqui com ele.
- Não, não – disse Diego – Vamos entrar todos, eu já vi isso em filme de terror, sempre ficam duas pessoas esperando e elas sempre são as primeiras a morrer.
- O garoto é bom – disse Richard.
- Então vamos todos!
Entraram na sala do legista e estavam alguns restos de poeira na mesa.
- Que poeira é essa em cima da mesa? – perguntou Richard.
- Essa poeira meus amigos, essa poeira é o Adalberto – disse o Legista.
- Como assim? – Eduardo não entendia – Como virou poeira?
- Não é só ele – disse Luiz – veja o outro que chegou depois dele.
O legista mostrou o jovem estava todo cinza, a cada encostada em alguma parte do corpo, ele se desmanchava.
- Meu Deus do céu, e os órgãos?
- Aí é que está, todos estão ocos por dentro!
Diego andou um pouco e viu o corpo de Rubens na mesa.
- Desgraçada! Meu amigo – Diego chorava.
- Eu avisei para não entrar – disse Eduardo – Conseguiu analisar o pequeno buraco que falamos?
- Sim – Disse o legista – Nos outros não conseguimos nada, quando o corpo estava bom, mas nesse aí, pela pressa, um fio de cabelo foi encontrado dentro deste buraco.
- E a análise?
- Ficará pronta amanhã – disse o Legista.
- Ela está aqui – disse Diego Assustado.
- Quem está aqui?
- A garota, eu posso sentí-la.
- Acalme-se rapaz – disse Richard – você sofreu um grande choque!
Um enorme estrondo foi ouvido pelos homens na sala.
- O que foi isso? – perguntou Luiz.
- Não sei – disse o Legista.
- Há mais alguém aqui além da gente? – perguntou Richard.
- Não, apenas nós!
- É ela! Eu estou falando para vocês! – Diego tremia de medo.
- Outro sonho? – falou Eduardo baixinho.
- O que disse?
- Nada, Luiz. Fique com eles aqui, eu e Richard vamos ver o que houve.
- Não, eu concordo com o garoto – disse Richard – Em filme de terror sempre saem dois palermas para ver o que acontece e quase sempre os dois morrem, e se não morrem os dois, um é certeza!
- Vem logo! – disse Eduardo.
Estavam os dois no corredor, as armas nas mãos, a luz começara a piscar.
- Eduardo, não to com bom pressentimento, to com aquele calafrio que senti no apartamento.
- Acalme-se, vai ver que não é nada – um estrondo veio de dentro de uma sala – Aqui, o barulho vem daqui! No três arrombamos a porta.
- Está bem!
- Um, dois.............Três! – arrombaram a porta com as armas apontadas, um gato marrom saiu de dentro do armário – Viu, era só um gato!
- Graças a Deus! – Disparos de arma foram ouvidos – O garoto!
- Vamos logo! – um grito de desespero foi ouvido da sala dos corpos.
Chegaram lá...
- O que aconteceu? – perguntou Eduardo.
- Edu, olhe aqui – disse Richard apontando para o Legista que estava com um rombo imenso na barriga.
Diego estava no canto em prantos, encolhido
- Mas que diabo aconteceu aqui?
- Eu atirei na vagabunda! – disse Luiz caído.
- Luiz! O que houve? – perguntou Richard
- O garoto está certo! A vadia entrou aqui e comeu a barriga do legista, sorte que não me viu e quando foi atacar o garoto eu consegui atirar nela, mas ela veio pra cima de mim – Richard olhou e Luiz estava sangrando muito – Quando fui jogado eu bati a cabeça.
- Onde ela está? – perguntou Eduardo.
- Ela virou uma sombra negra e saiu daqui.
- Richard, chame o resgate!
- Aonde você vai?
- Vou pegar essa filha da puta agora!
Eduardo saiu correndo pelo corredor arrombando todas as portas.
- Cadê você? Sua vagabunda! – Eduardo gritava.
Continuava a procurar intensamente por todo necrotério, passou por todos os lugares, escutou o barulho das sirenes.
Na sala Richard, tentava manter Luiz acordado.
- Você não pode dormir! fique comigo!
- Ela vai voltar – dizia Diego ainda encolhido no canto da sala.
- Cale a boca – gritou Richard – vamos Luiz não durma!
- Faça um favor para mim – disse Luiz.
- Fale meu brother!
- Acabe com essa desgraçada por mim!
- Não, nós vamos acabar juntos.
- Não da não! – Luiz fechou os olhos.
- Não! – gritou Richard.
Eduardo voltou a sala...
- Nada dela, ela conseguiu fugir!
- Não importa! Luiz também está morto!
- Droga!
Chegaram o resgate e junto algumas viaturas. Em uma delas estava Oliveira.
- O que houve aqui? Perguntou Oliveira
- Fomos atacados!
- Como assim atacados? E o que o garoto faz fora da delegacia?
- Olha Oliveira, Luiz e o legista estão mortos! A única coisa que temos agora é o garoto, não encha o saco, enquanto você coça a bunda atrás da mesa, nós estamos morrendo.
- Amanhã sairá o resultado da análise – disse Eduardo – Até lá é bom comunicar que nenhum jovem entre dezenove e vinte um anos que more sozinho, saia de casa.