Sombra – Ato V – Capítulo 12
 
   Deveria reunir a todos para discutirmos sobre nosso futuro, o que poderíamos enfrentar e de que lado ficar. Mas já imaginava a reação de muitos, não queria ter nenhum desertor, mesmo sabendo que alguns deles iriam desistir.
   No dia seguinte levei todos a floresta, nos sentamos bem ao centro, formando um círculo esperando Derek aparecer. Em sua forma humana ele vinha caminhando entre as árvores, fazia tempo que não o via assim.
-O que decidiram? – perguntou.
-Teremos que lutar, mas contra quem? – se pronunciou Catherine.
-Demônio e Diablo, ambos vão os caçar.  – respondeu Derek.
-Por que temos que lutar? – perguntou Adrian.
-Para sobreviver. – respondeu Raymond.
   Stefani estava sentada ao meu lado e não se pronunciou, agora com a derrota do exército de demônios ela parecia mais tranquila, porém menos interessada em seguir conosco.
   Um raio branco veio do céu, acertando o centro do círculo próximo a Derek. Destino se levantou e olhou para todos nós um de cada vez.
-Vejo que gosta de ser humano. – falou a Derek.
-Sempre gostei.
-Se levante Liam. – Destino me olhou diretamente enquanto pedia. – Onde está minha lança? – completou.
-No cofre. – respondi.
   Ele levantou sua mão direita e em poucos segundos a lança se materializou em sua mão, jogou-a para mim, e andou dois passos para trás.
-Me acerte, com toda força. – ordenou.
-O que?
-Agora! É o único jeito de Derek parar de conspirar contra mim.
-Okay.
   Eu a apontei em direção a Destino e pensei no vento, fazendo com que ele voasse para longe batendo contra uma árvore e caindo ao chão. Corri até lá para ajudá-lo a se levantar. Derek veio logo atrás de mim, com seu rosto claramente desapontado consigo mesmo.
-E agora, acredita que quero ajudar? – perguntou Destino.
-Isso não prova muita coisa. – respondeu Derek.
-O que mais quer que eu faça? Entreguei a arma mais poderosa do universo a vocês, não poderia ajudar melhor.
-Está bem, mas qual seu plano? Eles virão atrás deles, eu e você estaremos por fora, apenas torcendo que consigam sobreviver a dois dos maiores seres malignos.
-Vocês não estão sozinhos. Chegou a hora de anunciar o mais novo integrante do grupo. – anunciou Destino.
-Quem? – perguntei.
-Doze. Não posso revelar meu nome humano, por isso ele será chamado apenas de Doze por todos vocês, okay?
-Okay.
   Ao norte um rapaz caminhava, dois metros de altura, com a mesma fisionomia de Destino, olhos azuis e cabelo castanho, usando um óculos com formas retangulares.
-Belo óculos. – disse Bryan, tentando fazer graça.
-Belo chapéu, 1853? Londres? Você realmente é velho cara. – respondeu Doze.
-Como sabe disso? – Bryan se levantou surpreso e andou até ele.
-Bom, quero lhes apresentar Doze, minha versão humana. Liam, apenas você é mais forte que ele aqui, quero que os dois usem minha lança, claro, irei a dividir para ambos.
-Por que não podemos saber seu nome? – perguntei
-Alguém entre vocês o conhece. – respondeu Destino e poucos segundos depois desapareceu, deixando o mistério e curiosidade entre nós.
   Eduarda encarava Doze sem nem piscar, parecia que ela via um velho amigo, mesmo assim não conseguia dizer se já o conhecia, algo faltava em sua memória.
-Liam? – perguntou Doze. – Só queria pedir para que esses seus amigos parassem de me olhar como se eu fosse de outro planeta, é algo tão simples, quanto todos aqui presentes hoje. – completou.
-Desculpe, estamos todos surpresos por finalmente conhecê-lo.
-Surpreso? Bom, eu entendo. Lhes encontro mais tarde, preciso checar a área.
   Doze carregava consigo um pequeno livro preto com alguns números rabiscados em branco na capa. Ele começou a correr em direção a cidade e logo o perdemos de vista, mas com toda certeza ele era totalmente diferente de Destino, ou pelo menos era uma parte muito bem criada por ele.

 
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 01/09/2015
Código do texto: T5366787
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.