Bem feito! Um professor brilhante, muito bem sucedido, quarenta e dois anos de idade, conceituadíssimo. Não se sabe como e quando realmente, deu para falar "mal" da humanidade, que ao seu ver era extremamente atrasada, de baixo grau evolutivo no período de sua recente história pelo universo.

Era sempre ouvido com muito interesse por todos, catedráticos ou não, pois possuía um carisma quase hipnótico, uma oratória e dialética bastante convincente, até pela sua erudição.

Pois bem, nesse processo começou a desenvolver uma espécie de paranóia> tinha que ter acesso a uma civilização superior à do planeta Terra, trazendo informações, quem sabe poderia consertar nosso mundo
?

Gastou um ano planejando, desenhando, projetando uma pequena nave que o pudesse levar a um planeta mais próximo e supostamente habitado por seres superiores e mais um ano construindo o veículo, com uma equipe de quinze engenheiros. Trabalho feito no mais absoluto sigilo.


Pensava em sua viagem, por dias e noites a fio, já não dormia mais.

Certa tarde de domingo, ao cochilar no sofá da sala, foi acordado por uma pessoa vestida com um longo casaco de capuz azul, escondendo o rosto e com um gato escuro no colo.

- Desculpe-me mas o senhor é um tolo. É só segurar na minha mão que o levo até o planeta LV. O senhor não precisava ter perdido tanto tempo na construção de uma nave que o pode deixar pelo meio do caminho, ou levar muitos e muitos anos para ir e voltar. Venha, segure na minha mão!

Sem hesitar, estendeu a mão e numa questão de segundos foi parar no Planeta LV, notoriamente muito mais evoluído do que o nosso e foi tomado por um sentimento de paz. Olhou para os lados para agradecer e não viu mais o seu condutor, mas nem se abalou, foi colhendo informações sobre tudo, reparou que não precisava nem comer nem beber, e que sua aparência havia mudado, estava pequenininho, gelatinoso e azul. Jogou todos os seus conceitos fora e passaram dias, meses, quase um ano... Depois desse tempo perguntou-se :
- E agora? Como voltar ?
Procurou por algum tradutor, mas não encontrou. O desespero começou a bater. E sentou-se no chão chorando copiosamente. Apareceu um indivíduo que arguiu:

- Há quanto tempo está aqui?
- Não sei.
- Que eu saiba, todos do seu planeta que chegaram até aqui, nunca mais voltaram, não há como, são infinitos anos luzes, se você voltar, vai estar centenário, aqui só está seu espírito, tem certeza de que seu corpo ainda vive?

E chorou e chorou mais ainda, dias e dias chorando desesperado, até que adormeceu.

Quando acordou, estava no sofá da sala, olhou para o relógio e só havia passado dez minutos. 



Ainda deu tempo de ver o gato escuro no parapeito da janela, pulando para o lado de fora.

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Obrigada pelas leituras, escutem, se possível também, meus áudios musicais! Beijo
LYGIA VICTORIA
Enviado por LYGIA VICTORIA em 15/08/2015
Reeditado em 01/10/2015
Código do texto: T5347256
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