Conto Sobre Uma Condessa Sangrenta
A criada penteava-lhe suas longas madeixas pretas. Enquanto isso, a condessa estava sentada, observando sua imagem refletida no espelho. Era indiferente e fria. Não havia emoções, nem esperanças. Era apenas aquele momento e o vazio dentro de seu coração de pedra. Nada lhe tocava, nada lhe satisfazia. O amanhã não lhe importava, muito menos as consequências.
Algo precisava mudar. Ela precisava sentir algo, mas nada conseguia lhe satisfazer. O vazio dentro dela lhe consumia cada vez mais e a ausência de qualquer tipo de emoção já lhe era familiar.
Sentiu então uma pequena ardência no couro cabeludo.
- "Me desculpe, senhora" - a criada puxara sem querer alguns dos seus fios de cabelo. Se desculpava com medo - "Mil desculpas, não foi minha intenção..."
A condessa virou-se, segurou seu longo vestido, preto como sua alma e levantou-se. A criada recuou alguns passos. A condessa, que precisava de apenas uma desculpa para voltar a fazer o que lhe dava prazer, sentiu a excitação lhe percorrer o corpo.
Pegou a criada pelos cabelos e derrubou-a no chão. Começou a estapeá-la, e com o mesmo pente de madeira que antes lhe arrancara alguns fios de cabelo, começou a bater na face da pobre criada.
A criada implorava para que ela parasse, mas isso só lhe dava mais prazer. Continuou a batê-la com o mesmo pente, quando este se partiu ao meio, cortando levemente a pele da criada. O sangue vivo começou a escorrer por ele, e nesta hora a condessa colocou-o sob a luz, visualizando o sangue escorrer do pente para suas mãos.
Era vivo e muito vermelho. Bonito de se admirar. Quando limpou a mancha de sangue em seu vestido, olhou para suas mãos novamente, e percebeu que uma parte delas, antes em contato com o sangue, parecia mais brilhante e jovem.
Ela continuou a admirar aquela parte de suas mãos, sorrindo. Acabara de encontrar a fonte da juventude.
A criada estava encolhida no canto do quarto. Chorava e implorava para que lhe deixasse ir embora. Em seu rosto ainda escorria um filete de sangue, e ardia seu ferimento quando entrava em contato com suas lágrimas.
A condessa reaproximou-se. Com seu dedo indicador, recolheu mais uma gota de sangue da criada. Admirou-o por alguns segundos e passou em seu belo rosto. Olhou para o espelho e percebeu que aonde passasse o sangue, este lhe deixava cada vez mais jovem.
Pegou a tesoura em cima da penteadeira. Sabia o que devia fazer. A criada gritava e implorava por misericórdia, mas a condessa estava obcecada e encantada demais para parar. Reaproximou-se da criada com a tesoura em punho e começou a fazer pequenos cortes sob seu corpo. A criada gritava de terror e dor, mas a condessa se excitava cada vez mais com isso.
Os cortes ficavam cada vez mais profundos. A condessa então arrastou a criada até o banheiro. Tirou-lhe as roupas e despiu-se também. Sem dizer uma palavra, segurou a criada pelos cabelos e arrastou-a até a banheira, de modo que ficasse ajoelhada do lado de fora dela, com a cabeça e o pescoço para dentro. A condessa entrou na banheira, e ainda segurando a criada pelos cabelos, levantou-lhe a cabeça com força, e num movimento brusco e rápido, cortou-lhe a garganta com a tesoura.
O sangue jorrava e a criada caiu com metade do corpo para dentro da luxuosa banheira de mármore, agora pouco a pouco mudando sua cor para um vermelho vivo. A condessa sentiu um calafrio, e todo seu corpo fora tomado por um prazer intenso. Banhou-se no sangue fresco, à luz de velas, dos candelabros que iluminavam todo seu castelo sombrio.
O sangue ainda escorria quente do pescoço do cadáver. A condessa mergulhava suas mãos nele e passava por todo seu corpo. A imagem era bizarra e assustadora. Ela continuava a percorrer suas mãos, encharcadas de sangue pelo seu corpo. Passou em seu rosto, em seus longos cabelos, em seus seios... Deslizou as mãos para as pernas, para as coxas... Por dentro delas. O sangue quente em contato com seu corpo lhe fazia estremecer de prazer. Suas mãos, ainda cheias de sangue, tocaram gentilmente suas partes íntimas, cada vez mais forte e cada vez mais rápido. Ela se contorceu na banheira e pensou no que havia feito. Pensou nos gritos da criada, na tortura excitante, no sangue percorrendo todo seu corpo... Na sua juventude... Ela seria jovem para sempre... Cada vez mais sentia mais prazer... O sangue continuou caindo sob seu corpo, então finalmente... O gemido mais forte... O suspiro mais longo... Seu corpo se contraiu todo em um forte orgasmo, então ela relaxou na banheira e admirou todo o sangue...
Levantou-se e completamente nua, admirou-se no espelho. Estava completamente coberta de sangue inocente. Achou aquilo bizarramente sexy.
Limpou então todo seu corpo com água e deixou o cadáver intacto na banheira. Teria agora a resposta para a sua dúvida. Caminhou até o espelho de olhos fechados, deixou a toalha cair ao chão, e quando abriu os olhos...
Descobrira a fonte da juventude. Estava mais jovem do que nunca. Encostou suas mãos no espelho e admirada, observou sua imagem por muitas e muitas horas.
Colocou seu longo vestido preto e desceu as escadarias. Todos se admiraram com seu possível rejuvenescimento. A condessa ria maliciosamente quando lhe perguntavam sobre sua idade.
Ela sentou-se em sua poltrona e bebeu de sua taça de ferro. Seus lábios rapidamente se coloriram de vermelho vivo. Quando sorriu, seus dentes denunciaram o conteúdo da taça. Continou então observando todas as garotas do castelo, em busca de sua nova vítima. Uma garota sorridente e simpática lhe acenara. A condessa então sorriu e caminhou em sua direção, levando em seu lento andar e em seu olhar toda a malícia, vaidade, crueldade e obsessão, que uma hora ou outra, seriam descontadas em sua próxima vítima.