O Maior Fã.

Gustavo não conseguia acreditar.

Sara Serena, a grande atriz de teatro e TV, estava bem à sua frente.

Os dois tomavam grandes cálices de vinho tinto.

Apesar de se sentir um pouco mal, pois tinha esposa e filhos, não consegui resistir ao convite da diva.

Gustavo era um simples vendedor de seguros cuja maior paixão era Sara.

Uma paixão que julgava inalcançável.

O destino lhe deu uma mão naquela fria noite de julho.

Após um dia maçante, resolveu comer algo em um pequeno restaurante de aspecto perturbador.

Era um lugar cheio de gente estranha.

- “Devem ser artistas”! - pensou ele.

Colocou sua pastinha de lado e pediu frango.

Todo o movimento cessou, como se tivesse dito algo terrivelmente errado.

O garçom sorriu de modo selvagem aproximando-se mais e mais.

Quando estava próximo o suficiente para tocar Gustavo, alguém lhe agarrou o braço.

- Ele é meu!- avisou uma voz feminina.

Com uma pontada de medo, o garçom fez uma reverência afastando-se em seguida.

- Esse lugar está tão cheio... Posso sentar com você? – quis saber ela.

Gustavo subiu o olhar pelo corpo esguio, checando os seios, e finalmente olhou-a nos

olhos.

Tomou um susto fenomenal.

- AIMEUDEUS! SARA SERENA!- Gritou Gustavo.

Um pequeno burburinho tomou conta do pequeno restaurante.

Estranhamente concentravam-se nele.

- Claro! Sente-se! Ai meu Deus!- Disse Gustavo.

Após meia hora de animada conversa, parecia que se conheciam a anos.

Não foi sem uma ponta de culpa, que Gustavo aceitou conhecer o apartamento dela.

Foram em um Astra 2008 blindado cuja marcha tinha um crânio cromado.

Chegaram ao bairro nobre do Iguatemi.

Sara entregou uma nota de cem dólares ao manobrista do prédio.

Os dois subiram trocando longos beijos molhados no elevador.

Era uma cobertura de um edifício que tinha um apartamento por andar, Repleto de obras

de arte, e pôsteres de seus filmes e peças.

Beberam um Black Horse e Gustavo estava vidrado nas curvas fatais de belíssima negra.

Os olhos amendoados lhe hipnotizavam assim como a curva dos seios.

Ela usava um corpete e calças de couro bem agarrados, lembrava uma pantera com seu

olhar e jeito felino.

Gustavo foi servido com licores exóticos, enquanto seus olhos deleitavam-se com o corpo nu de Sara.

Ela agarrou o rapaz bêbado e excitado.

A atriz mordeu seu pescoço rompendo a carne e as veias.

O grau de prazer era tão grande que Gustavo mal notou que estava morrendo.

Após segura-lo firmemente por alguns segundos, ela o soltou.

O cadáver sorridente caiu no chão com bem pouco sangue.

Os olhos avermelhados de Sara brilhavam de satisfação.

Limpando um filete de sangue que escorria pelo canto de seus lábios, a vampira apertou uma campainha.

Dois grandes filhos da noite apareceram na sala.

Pegaram o cadáver e as roupas.

Jogariam em algum ponto da cidade mais tarde, talvez simulando um assassinato.

- “Até logo, meu fã numero um”! - pensou Sara Serena.

Ela foi se deitar, saboreando o gosto de sangue com álcool que enchia sua boca.

FIM.

Humberto Lima
Enviado por Humberto Lima em 18/06/2007
Código do texto: T532292
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