5ª Zona Morta Uberaba - Resgate/Continuação
Dia 6 de Setembro de 2004, terça 8:00 – O Resgate Continuação.
O grito que ouvimos com certeza era da Paloma, os zumbis já deveriam ter percebido a presença dela na casa por isso estavam loucos como estavam, deve ter saído e dado de cara com aquela legião de pessoas mutiladas em seu portão e se assustado. O portão estava prestes a ceder.
Fill: Precisamos fazer algo, eles vão entrar em pouco tempo.
Jones: Concordo, tive uma idéia.
Peguei a M16 retirei o silenciador, abri o teto solar da Blazer atirei algumas vezes em direção aos zumbis, os mesmos começaram a se dispersar e vir em nossa direção, todos em sincronia ao ouvir o som dos tiros, vi um ao fundo cair, o tiro deve ter acertado em sua cabeça com certeza.
Jones: Fill corra e atire, eles são muito lerdos, entre na casa, procurem algum refugio lá mesmo, te dou cobertura.
Não pensou duas vezes, era sua namorada, abriu a porta e saiu correndo e derrubando os que não conseguia desviar com a sua arma. O ajudei como “Sniper” com minha M16, já com seu silenciador para não atrair mais nenhum deles. A mira dessa arma é muito boa, o tiro é preciso. Estou vivendo um inferno, mas não estou abalado tanto quanto pensei que ficaria, alguma coisa catástrofe iria acontecer com a ganância do ser humano. Meu pensamento é interrompido quando vejo 3 zumbis se aproximando do Fill, ele tentando pular a grade desengonsadamente não percebe, e ele também não da ouvidos a mim. Me sento no banco e piso fundo no acelerador fazendo os pneus da Blazer girarem no mesmo lugar por poucos segundos, os que restavam na pequena rua se encontraram com o quebra-mato cromado da Blazer. Atingi em cheio dois dos três zumbis que se aproximavam do Fill, um que era uma figura desfigurada de um mecânico, com macacão sujo de graxa e agora sangue, voou com a coleção e bateu de costas no muro do beco, o outro era um adolescente com roupas espalhafatosas, bateu de lado, capotou por cima da caminhonete e caiu de cabeça no chão, pude escutar o som de seu pescoço quebrar completamente. Sai da Blazer rapidamente, com a M16 em mãos, o terceiro zumbi totalmente desfigurado, com uma manta em seu ombro, dava a idéia do que foi um mendigo, conseguiu agarrar a perna do Fill que já tinha um pouco menos na metade do corpo para dentro da grade, estava prestes a dar uma dentada com seus dentes amarelados. Fui sem pensar duas vezes para cima dele, quando me aproximava, este, veio de encontro a mim, porém de costas como se estivesse sendo empurrado, era Paloma que abriu o portão e o empurrou, porém o zumbi a agarrou também, os dois se chocaram contra mim, eu cai, bati a cabeça e fiquei um pouco tonto, mas logo me recuperei, mas infelizmente não totalmente a tempo. O zumbi e a Paloma caíram e rolaram pelo chão, quando me levantei vi que o maldito zumbi já cravava os dentes em seu pescoço, seu olhar confusão de como se não soubesse o que estava acontecendo (e não estava mesmo) se voltava para mim, eu corri para cima do dele, puxei afim de que soltasse ela, antes que pudesse dar cabo da “vida” do infeliz Fill veio correndo rapidamente e em um empurrão me atirou longe, girou o pescoço do zumbi que caiu, deu 5 tiros em sua cabeça e o chutou, foi até Paloma e vendo que já estava morta pô-se a chorar agarrando-a contra ao peito. Eu mesmo me machucando um pouco com as duas quedas não deixei de ser apreensivo e vi que mais deles vinham caminhando no começo da rua. Corri até Fill, insisti para que viesse comigo, já não adiantava mais, ela havia morrido, compreendi a dor de meu amigo, porém não podia deixar que ficasse ali, até por que logo ela iria acordar, não queria que ele visse sua namorada daquele jeito. Ele me empurrou e fazendo gestos para que fosse embora, já não conseguia nem falar pela tristeza e dor que ele sentia. Não podia deixá-lo, agarrei-o pela gola da camiseta e disse – me desculpe por isso amigo – dei-lhe um soco com a força que tinha para fazê-lo desmaiar, coloquei-o sobre meu ombro e levei-o para a Blazer. Engatei a ré, pisei fundo novamente e atropelei muitos zumbis que estavam indo para onde estávamos. Parei em diagonal com a rua em que viemos, muitos zumbis batendo nos vidros das janelas, olho novamente para o fim da rua e vejo um único corpo dos que estavam caídos se levantar, era o de uma jovem chamada Paloma, que perdeu a vida sem entender o que estava acontecendo. Senti raiva, ódio, pena, estava confuso, atordoado agora. Chegando na minha avenida vejo que o numero de zumbis aumentaram, porém estão dispersos, entrei rapidamente na garagem, tranquei tudo e carreguei Fill para dentro, acomodei-o ainda desacordado em uma das camas, Rafaela que é enfermeira, fez ele acordar fazendo-o cheirar Amônia, enquanto bebia água e tentava me recuperar ao lado de Lia que estava feliz por me ver bem. Fill acordou desesperado, mas viu que já estava seguro e que tudo havia acabado, pô-se a chorar e a pedir para que trouxessem Paloma de volta, já era tarde. Mais tarde naquele dia estava acompanhando os jornais, o local MG TV já estava em emergência, o de São Paulo no SBT ainda transmite, parece que a situação não está tão grave lá ainda, porém medidas já estavam sendo tomadas. Fill, agora mais calmo, veio me agradecer por tê-lo ajudado e por tê-lo tirado de lá. Não fiz as coisas certas me sinto culpado e ainda transtornado, além disso não tenho alimento suficiente aqui para todos, tenho que cuidar disso.