A IGREJA DOS PERDIDOS

Meu nome é Samuel Santos! Sou investigador federal do estado de São Paulo; por toda minha vida eu testemunhei visões que deixaria qualquer Homem comum de cabeça pirada. Mas nem tudo pode ser visto por um simples Homem.

Eu me lembro desta data como se fosse hoje, mesmo passando-se 20 anos deis a última vez que visitei aquela maldita igreja, naquela maldita noite de sexta-feira 13.

Em 1980, fui designado para investigar um crime ocorrido em uma cidade pequena, chamada Pedrosa; cidade pequena onde as pessoas estavam acostumadas a ter uma vida monótona.

Para mim naquela época não passava de mais um dia de trabalho, mas tudo estava estranho; eu me sentia angustiado e perdido. Eu posso me lembrar das dores de cabeça até hoje; ao avistar a entrada da grande igreja Matriz da cidade, eu podia sentir uma energia ruim daquele local.

Lá no meio, deitada sobre uma poça de sangue, estava à jovem Melissa! Filha de um Homem importante na cidade de pedrosa.

-Melissa Gulta, 23 anos, solteira, morte ocorrida por ataque cardíaco- disse-me o legista da cidade.

-Tenho 15 anos de trabalho e nunca avistei um ataque cardíaco em uma igreja, ainda mais com tanto sangue assim, é como se o sangue fosse de outra pessoa- Respondi ao legista.

Ele sem palavras, apenas olhando um santo no altar e fazendo o sinal da cruz, se retirou da igreja em direção a saída; eu havia continuado ali parado olhando para aquela jovem moça, ela tinha um futuro brilhante pela frente, boa aparência e de família importante.

Algo me incomodava naquele olhar de morte que a própria moça transmitia para mim; na minha cabeça coloquei em tom alto que sua morte não era acidental ou natural, alguém esteve ali! Sempre alguém está no meio.

Ao avistar o padre, aproximei-me dele e questionei se podia voltar à noite para investigar com mais calma; o padre não podia negar, alem disso ninguém iria rezar ali tão cedo, a imagem do cadáver da moça ficará por muito tempo na mente daquelas pessoas.

O relógio havia tocado ás 7 da noite de uma sexta-feira 13; lá estava eu; tão jovem e seguro de si mesmo eu era naquele tempo. Sinto falta daqueles dias, dias onde eu não temia nada além de uma arma e um maluco que a portava.

O padre não aparecia, eu batia e batia cada vez mais forte na porta da igreja, mas nenhum sinal de vida do homem mais próximo de Deus naquela cidade estranha e fria.

Eu entrei, eu entrei desejando voltar para trás, eu entrei naquela maldita igreja, como eu fui um tolo! Como eu desejei entrar num carro e voltar para São Paulo após abrir aquela maldita porta. Caminhando na direção do altar eu podia avistar o local todo escuro e frio.

Ao me aproximar do local aonde a moça foi encontrada morta, eu escutei a porta se fechar rapidamente e um choro de mulher caminhar na minha direção:

- Quem está ai?- Gritei com mais força.

Ninguém respondia; ninguém estava ali eu podia ver, poderia ser minha mente? Talvez! Mas algo estava acontecendo naquela igreja, por mais que eu desejasse ir embora. Algo me prendia naquele local.

Então eis que surgiu uma luz branca saindo do teto e indo em direção ao local onde Melissa estava caída, eu podia ver uma silhueta feminina se formar na minha frente, não conseguia ver seu rosto, mas ela me disse com uma voz calma e tranqüila:

-Vá embora, ele está chegando!

Sem entender o que estava acontecendo, eu apenas avistei a porta da igreja abrir lentamente sozinha, após correr em sua direção eu me virei para trás após ouvir um barulho estranho e ao olhar para o altar, eu pude ver aquele ser horrendo me encarando.

Sim! Eu pude ver um homem com uma cabeça de cão olhando com sede de fome para mim, mas por algum motivo ele não me atacou; apenas me deixou partir e hoje estou aqui contando o que vi naquela noite. Talvez seja o Diabo ou coisa da minha cabeça.

L P Santos
Enviado por L P Santos em 03/06/2015
Reeditado em 14/06/2018
Código do texto: T5265294
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