*** VELHO OESTE ASSOMBRADO - 1ª TEMPORADA - CAP.2: TÚMULO PARA TODOS ***

Vinde a mim,todos os que estais cansados e oprimidos,e eu vos aliviarei.

MATEUS.11.28

Um vento frio sopra no oeste no fim de tarde, trazendo consigo uma calmaria nunca antes experimentada pelos cidadãos de Mariah Field. Calmaria essa misturada com cheiro de morte.

Daric crava sua pá na terra fofa uma, duas, três, muitas vezes sem cessar. Ele está abrindo um túmulo, mas muitos outros já se encontram abertos. O jovem está encharcado de suor, mas não deseja parar o que está fazendo - não quer parar. Seus amigo de infância, Barney lhe ajudam na fatídica missão - o jovem também perdera muitos amigos e entes queridos quando o mal tomou conta de tudo.

Os futuros donos dos túmulos se encontram há distância, enfileirados e cobertos por lençóis. Cada morto com sua própria identificação: uma bala na testa.

ALGUM TEMPO ANTES...

- Pai?!

A surpresa do encontro não planejado impedem que Daric Myers consiga dizer mais alguma coisa. O jovem está totalmente tomado por vários sentimentos que ele mal consegue reconhecer: angustia, medo, desespero, dor, ódio, raiva, espanto - tantas coisas ao mesmo tempo que Daric fica paralisado numa espécie de transe temporário, que mal consegue vê o perigo se aproximando.

Quando se dá por si, ele já está no chão coberto por um monte de ossos e carne apodrecidos recém saídos da sepultura. Dentes podres e enegrecidos tentam abocanhar a jugular do jovem auxiliar de xerife. Tudo foi tão rápido, mas pareceu uma eternidade: o momento em que Diana é mordida por um morto-vivo, o aparecimento repentino do pai de Daric do mundos dos mortos, o ataque e o fim. Tudo como se fosse a mesma coisa, a mesma cena caótica e borrada. Uma pá é gravada no topo do crânio de Black Myers, despejando sangue enegrecido e apodrecido em cima de Daric. O rapaz empurra os restos mortais do pai para o lado e não consegue evitar a ânsia de vômito que toma de conta do seu intimo, e despeja tudo o que comeu nas 24 horas na terra.

- Você está bem cara? - a voz de Barney Simpson sai meio embargada, ele ainda apoia na mão direita a pá que deu capo do velho Black.

- Estou... - Daric fica mudo outra vez. Às palavras ficam presas em sua garganta e ele apenas deixa a emoção tomar de conta - lágrimas quentes rolam sobre seu rosto e banham o chão quente do deserto.

A tarde está chegando ao fim, o sol se encontra fraco no horizonte -e o céu é tomado por um tom alaranjada. Homens começam a levantar barricadas na entrada e saída da cidade, para evitar surpresas desagradáveis. Ninguém sabe ao certo o que de fato está acontecendo, certo mesmo é que os mortos resolveram sair de suas tumbas e andar entre os vivos. Já se ouve pela cidade até quem ache que o apocalipse chegou enfim.

Um vento frio sopra no oeste no fim de tarde, trazendo consigo uma calmaria nunca antes experimentada pelos cidadãos de Mariah Field. Calmaria essa misturada com cheiro de morte.

Daric crava sua pá na terra fofa uma, duas, três, muitas vezes sem cessar. Ele está abrindo um túmulo, mas muitos outros já se encontram abertos. O jovem está encharcado de suor, mas não deseja parar o que está fazendo - não quer parar. Seus amigo de infância, Barney lhe ajudam na fatídica missão - o jovem também perdera muitos amigos e entes queridos quando o mal tomou conta de tudo.

Os futuros donos dos túmulos se encontram há distância, enfileirados e cobertos por lençóis. Cada morto com sua própria identificação: uma bala na testa.

Daric vai ao encontro do corpo da esposa, enfileirado juntos aos outros. Ele se debruça sobre o corpo de Diana, ainda inconsolado pela perda brutal da amada. Seu amigo Barney, carteiro da cidade até o dia de hoje, tenta lhe consolar, uma tentativa em vão. O jovem auxiliar de xerife se encontra em um estado de dormência permanente. De repente, algo lhe desperta do sono de morte em vida; Diana abre os olhos. Daric fica contente ao ver a esposa com vida outra novamente - ele não consegue esconder seu contentamento diante da situação - nem tão pouco enxergar o perigo logo à frente

Mas aquela não é a mesma Diana, não a mesma que Daric conheceu e amou um dia.

Tomada pela fome voraz típica dos todo mortos-vivos recém transformados, a nova nascida dentre os mortos tenta jantar aquele que um dia foi seu marido - tentando abocanhar o pescoço do rapaz. Daric cai para trás, tendo aquela que um dia foi sua esposa por cima de si. Barney se encontra tão atordoado e amedrontado que não sabe o que fazer. Por vezes o rapaz olha para a pá em suas mãos, a mesma que usou para acabar com Black Myers, mas não tem consegue ter reação alguma.

O xerife McCoy surge de surpresa e tira a pá das mãos de Barney, e a grava no topo da cabeça de Diana. Daric se rende ao peso morto da esposa sobre si.

- Vem Daric, eu te ajudo - fala Barney, dando às mãos para o amigo e o tirando de baixo de Diana. Daric não consegue conter a emoção, foram muitas perdas importantes por um dia. Eles está esgotado física e mentalmente.

Ao cair da noite Mariah Fiel se acha tão morta quanto seus mortos que estão sendo sepultados. A cidade é tomada por uma atmosfera de medo e terror. A noite está gelada e algumas pessoas sentem uma brisa fria passar por seus corpos.

Os mais antigos já diziam que quando estamos nos aproximando da morte, é possível sentir um frio passar por nossos corpos. Aqueles cidadãos estariam pressentindo suas mortes?

FIM DO CAPÍTULO 2

Johnathan King
Enviado por Johnathan King em 24/04/2015
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