O armário - Dia 12
Em casa sozinho. Que clichê.
Você está assistindo um filme de terror, deitado na cama enquanto o homem assassina outro na tela do computador, mesmo sendo apenas um filme, você sente a realidade, a brutalidade igualmente os abusos do passado. Esse filme é baseado em fatos reais, o ar condicionado no 16 faz você arrepiar de frio e envolve as cobertas nas pernas. Está tudo escuro, apenas a luz da tela e a que entra nos seus óculos. Quanta besteira. Você desliga a tela e aperta o botão para o computador desligar, aproveitando a luz e acha a cama novamente, se deita. O relógio marca 3:25 da madrugada, outro clichê.
Enquanto permaneceu 3 minutos deitado, o barulho da máquina para e finalmente desliga, computador velho. O silêncio é devastador, você lembra todos os acontecimentos do filme de terror, passa a mão no pescoço após relembrar a cena de degolamento e se vira para frente, está quente para uma madrugada, por isso o ar continua ligado. Finalmente olha para o lado, porque diabos o armário está aberto? Só podia ser visto o marrom escuro do carvalho da porta, nem mesmo podia-se delinear as bordas da porta, muito menos ver o cartaz dentro dele. Preguiça maldita de levantar e fechar, continua encarando a porta, mas o sono começa a pesar suas pálpebras, mais uma vez finta a porta aberta então pega no sono repentinamente.
Um sonho esquisito, meio conturbado, preto no branco e sem vida, sem nem mesmo se lembrar da metade, não importa.
Ao acordar, está virado pra parede, você olha direto para o armário para fechá-lo, mas as portas estavam fechadas.
Elas sempre estiveram fechadas essa noite.
Você não quer ficar sozinho em casa.
Você não está sozinho.