Maesltröm
Imensas galerias são degustadas pelo olhar cheio de voracidade daquele homem.
Ele anda de um canto a outro, convidado a navegar naquele espaço imenso preenchido pelos seus olhos espelhos. Nenhum detalhe escapa daquele Maesltröm em forma de gente. As cores e formas daquele salão são devoradas com intensa voracidade. Ele não quer perder nada, deseja sentir os aromas agridoces daquelas cores suaves e sufocantes.
Seu desejo é ser tragado por aquele espaço, ser o próprio espaço com todas as suas cores e formas, ser cada rachadura, a própria tinta e tornar-se cada objeto que preenche aquele lugar, o cheiro de mofo impregnado num canto da parede, a luz forte que emana de uma lâmpada e as sombras geradas por sua força criadora.
Enfim, ser destruído e esmagado por aquela vontade intensa que despersonaliza cada átomo de seu corpo e o torna objeto de múltiplas sensações transmitidas pelo seu próprio olhar onisciente.