DIFERENTE AMOR
Ele se arrumou para mais um encontro. Mal podia esperar para reencontra-la.
Estaria ela também ansiosa? Talvez.
Rapidamente a lembrança do rosto dela veio em sua mente. Sentiu o calafrio. Mas aí estava a grande emoção. Era vibrante, ele tinha que senti-la novamente. O corpo dela colado ao seu, o cabelo longo, o sorriso...o olhar predador, faminto, sexy.
Ele esperava aquilo todas as noites. Então pegou o ônibus, sentou nos fundos. Estava vazio. A cidade vibrante, apesar do frio. Estava perto, sentiu o coração pulsar. Ele queria senti-la, estava viciado.
Ele estava apaixonado. Ela estaria? Talvez.
Desceu do ônibus. Pegou uma rua escura, estranha. Depois curvou em um beco sujo, sozinho. O medo fazia parte. Aumentava a adrenalina. O sangue fervia em suas veias, o coração pulsava. Ele tinha que senti-la. Estava acostumado.
No final do beco estava ela, atrás de um latão de lixo, esperando. Ele se aproximou. Disseram uma ou duas palavras. Beijaram-se. Depois, ele mostrou o pescoço nu. Ela adorava quando ele dava o primeiro passo. A mordida foi demorada, profunda. Então ela chupou seu sangue, lasciva, faminta.
Era viciante, ele queria mais. Porém, ela disse que estava satisfeita e que ele não aguentaria mais uma doação de sangue. Então a vampira beijou-lhe suavemente nos lábios e pulou para cima do muro, depois desapareceu na escuridão da cidade.
- Até amanhã meu amor – ele disse ao vento, sentindo o amargo sabor do próprio sangue na boca.