A Grande - DTRL 21
E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou.
Nunca mais será habitada, nem nela morará alguém de geração em geração...
ISAÍAS - 13:19-20
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BABILÔNIA
539 a.C
A Babilônia se encontra em festa, com todos os seus habitantes, do maior ao menor festejando ao grande Bel dos babilônios. Se embriagam no vinho da prostituição e se entregam à imundice da sua fornicação.
Mas se esquecem de que o inimigo bate à porta!
Por trás das fortificadas muralhas que protegem a cidade da Babilônia, o exército do rei persa, Ciro, se acha parado diante da entrada sul da grande metrópole. Os portões que levam para dentro da cidade estão abertos, mas é preciso atravessar os altos muros até chegar neles. Os mesmos são margeados pelo rio Eufrates.
As altas muralhas afiguram-se intransponíveis. Só a força bruta não seria, jamais, suficiente para derruba-la. O cenário parece desfavorável ao rei persa.
- Existe um velho lago praticamente seco nas cercanias da cidade, ó, meu rei - informou um dos soldados persas - se construirmos um canal de irrigação do Eufrates até esse lago, podemos baixar o nível da água na entrada que leva aos portões, meu senhor.
O rei Ciro nada diz.
Apenas fica em silêncio andando de um lado para o outro.
Então, ele se volta para seu exército.
- Formem dois grupos, vamos construir um canal que ligue o Eufrates até aquele lago seco - o rei aponta na para o outro lado, na direção do lago - vamos desviar as águas do rio para lá. Hoje nós conquistaremos a Babilônia!
Um "salvo rei" é dado de maneira vibrante.
Mas os babilônios estão muito ocupados para perceberem a euforia do inimigo.
A música cantada aos deus Bel os ensurdece!
A visão de toda sorte de luxúria e devassidão os cega!
O dique de irrigação começa a ser construido. Lentamente as águas do rio Eufrates vão baixando, deixando a então intransponível muralha da grande Babilônia vulnerável ao avanço do inimigo. Soldados entram no rio. O nível do Eufrates baixou o suficiente para ser atravessado por forças pedestres.
Eles começam a marcharem na direção dos portões sul, e logo estão dentro da cidade. Os outros portões são baixados e Ciro e o resto do seu exército que aguardam fora da cidade, tomam enfim à Babilônia.
A noite é fria e o céu está tingido de rubro. As estrelas se acham escondidas por entre as nuvens avermelhadas que banham o horizonte. Não há soldados fazendo a vigília da cidade. A Babilônia se encontra totalmente desprotegida. Seus moradores vibram de euforia embriagados pelo vinho da luxúria, dançando alegremente sem se darem conta do perigo.
Os persas entram sorrateiramente, e tomam a periferia da grande metrópole. Logo eles estão diante dos cidadãos babilônios que são pegos de surpresa. Não tem como reagirem, o poderio persa é bem maior e mais equipado militarmente.
Já se ouve os gritos de desespero da multidão dentro das muralhas que cercam a grande Babilônia.
Uma bandeira é alçada na torre mais alta da cidade.
É a bandeira do exército Persa!
Fileiras e mais fileiras de cavaleiros montados em seus cavalos adentram a "Grande Cidade" à passos largos. Carros de guerra seguem logo atrás. Na frente de linha vem Ciro, o rei da Pérsia.
Raios cortam o céu, enquanto o ri bombar dos trovões anunciam a chegada dos inimigos. O semblante dos habitantes da Babilônia é perturbador. Todos elevam suas mãos aos céus clamando aos seus muitos deuses que os salvam da fúria daquele que vem do Norte.
O coração de muitos se encontra desanimado!
O rei Ciro da o sinal, e as portas da cidade são fechadas.
- Todos os homens, os jovens e os velhos que for achado, que sejam transpassados à espada - é a ordem do rei - que suas crianças sejam despedaçadas e suas mulheres violentadas. Depois queimem tudo, não faço caso de ouro nem prata.
E as ordens do rei são cumpridas.
Não há para onde nenhum cidadão escapar. Mulheres são brutalmente violadas diante dos olhares de terror de maridos e filhos, enquanto esses são transpassados ao fio da espada. Crianças são penduradas em afiadas lanças juntas de animais. Casas e suntuosos palácios são queimados.
A hegemonia babilônica chega ao fim em um única noite!
Mercadores de todas as partes do mundo olham de longe, de dentro de seus navios a "Grande Babilônia" sendo engolida pelas chamas.
A fumaça do incêndio sob até os céus, se misturando ao vermelho das nuvens. E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra que se enriqueceram com a abundância de suas delícias.
- Ai! Ai! daquela grande cidade chamada Babilônia, aquela que era forte! Pois em uma hora veio o seu juízo.
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QUANDO ELA SE GLORIFICOU, E EM DELÍCIAS ESTEVE, DAI-LHE OUTRO TANTO DE TORTURA E PRANTO; PORQUE DIZ EM SEU CORAÇÃO: ESTOU ASSENTADA COMO RAINHA, E NÃO SOU VIÚVA, E NÃO VEREI O PRANTO.
PORTANTO, NUM DIA VIRÃO SOBRE TI DOR E PRANTO, E SERÁ QUEIMADA NO FOGO; PORQUE É FORTE O SENHOR DEUS QUE A JULGA.
Apocalipse 18:7-8
Nota do autor: Prezados leitores, o texto que trago até vocês é baseado em relatos históricos e bíblicos, mistura um pouco de realidade e ficção.
Procurei colocar um pouco de terror nessa história pouco conhecida para alguns sobre a queda da Babilônia, mas se formos vê um pouco do contesto histórico e bíblico, a trama que envolve o fim dessa cidade chega a ser um pouco assustadora.
Com esse texto eu marco aqui meu retorno ao RECANTO DAS LETRAS e ao DTRL. Eu espero que todos curtam o conto e deixem dicas, criticas, sugestões, tudo é válido para nos aperfeiçoarmos ainda mais na arte de escrever.
Abraços para todos e uma boa leitura!
TEMA: Cidade Fantasma