O TEXTO
Foi foda! Está sendo! Depois de anos de glória, fui acusado de plágio, todos os segmentos da sociedade voltaram-se contra mim! Logo eu que só dei alegrias às pessoas, escrevi tantos textos que ajudaram milhões pelo mundo afora. Pessoas riram com minhas obras, choraram, tomaram coragem para resolver problemas baseados no comportamento dos meus personagens e obtiveram êxitos, emocionaram-se, viajaram comigo, enfim...
Um bando de ingratos, a mídia que nos eleva ao status da realeza e depois nos torna lixos e ainda nos empurra para debaixo do tapete.
E agora? Tem gente que deu para dizer que plagiei os textos deles, que fico garimpando literaturas boas de novatos na Internet e me apropriando delas, que só dou meu toque de gênio, porque não crio nada, dizem cada coisa que estão me revoltando,
dá vontade de esganar esses linguarudos, minha espiritualidade, por isso está indo pras cucuias, pro beleléu. Estaria eu sendo castigado por alguma coisa? Pelo meu narcisismo talvez?!
E a qualidade, a textura, a tessitura da minha pena tão peculiar, é coisa para poucos. Tudo isso, esse alarde, é pura inveja da minha inteligência, do eu sucesso, ou melhor do meu sucesso.
A merda sabem qual foi? Vai me dizer que não estão sabendo?! O mundo inteiro sabe e me aponta o dedo, acusa-me.
Dizem que todos os presos juram que são inocentes. Eu me sinto como um preso, só que sou inocente.
Estou preso por esta teia de mentiras ao meu respeito. Já que vocês sabem da história, pela boca dos outros e olhos, eu desminto. Não plagiei nada, não sei como eu produzi um texto ipsis líteris de um ilustre desconhecido escritor inglês do século XIX.
Um escritor que está sendo conhecido só agora e sua obra soa como palavras de hoje, pensamentos de hoje. Eu produzi o texto e quando me deram para ler o original que eu não conhecia, fiquei abismado, tão surpreso como qualquer um, um texto sobre os reminiscentes bruxos Celtas e perseguição da igreja católica a eles. Será que eu psicografei, então?!
Eu vou confessar, não acredito em reencarnação, nem em psicografia, para ser sincero, não acredito em 70% do misticismo que professo. Será por isso que fui castigado?!
Sei que, há três meses, apareceu um cara, numa grande livraria de um grande Shopping do Rio de Janeiro, trajando um longo casaco de capuz azul vivo, ele me disse com uma voz muito grave e cavernosa que naquele dia eu iria produzir o texto que definiria toda a minha arte. E sumiu atrás da estante de livros esotéricos. eu o procurei, porém em seu lugar vislumbrei um gato escuro, que me olhou e correu para a saída, desaparecendo.
De fato eu produzi o tal texto fatídico, e vi toda a minha arte sendo coroada deste jeito?! Minha reputação, minha vida, minha arte, tudo escorreu pelo ralo. Mas eu vou me reerguer, vou provar minha inocência, vocês vão ver só!
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P.S.: PARA QUEM NÃO SABE, EU-POÉTICO, OU EU-LÍRICO É A "VOZ" QUE "FALA" NO TEXTO. NESTE, ADOTO UM EU-LÍRICO MASCULINO. SOU MULHER, MAS CRIEI UM PERSONAGEM MASCULINO QUE "FALA" EM PRIMEIRA PESSOA (EU). A HISTÓRIA ACIMA, EVIDENTEMENTE, NÃO VIVENCIEI.
Foi foda! Está sendo! Depois de anos de glória, fui acusado de plágio, todos os segmentos da sociedade voltaram-se contra mim! Logo eu que só dei alegrias às pessoas, escrevi tantos textos que ajudaram milhões pelo mundo afora. Pessoas riram com minhas obras, choraram, tomaram coragem para resolver problemas baseados no comportamento dos meus personagens e obtiveram êxitos, emocionaram-se, viajaram comigo, enfim...
Um bando de ingratos, a mídia que nos eleva ao status da realeza e depois nos torna lixos e ainda nos empurra para debaixo do tapete.
E agora? Tem gente que deu para dizer que plagiei os textos deles, que fico garimpando literaturas boas de novatos na Internet e me apropriando delas, que só dou meu toque de gênio, porque não crio nada, dizem cada coisa que estão me revoltando,
dá vontade de esganar esses linguarudos, minha espiritualidade, por isso está indo pras cucuias, pro beleléu. Estaria eu sendo castigado por alguma coisa? Pelo meu narcisismo talvez?!
E a qualidade, a textura, a tessitura da minha pena tão peculiar, é coisa para poucos. Tudo isso, esse alarde, é pura inveja da minha inteligência, do eu sucesso, ou melhor do meu sucesso.
A merda sabem qual foi? Vai me dizer que não estão sabendo?! O mundo inteiro sabe e me aponta o dedo, acusa-me.
Dizem que todos os presos juram que são inocentes. Eu me sinto como um preso, só que sou inocente.
Estou preso por esta teia de mentiras ao meu respeito. Já que vocês sabem da história, pela boca dos outros e olhos, eu desminto. Não plagiei nada, não sei como eu produzi um texto ipsis líteris de um ilustre desconhecido escritor inglês do século XIX.
Um escritor que está sendo conhecido só agora e sua obra soa como palavras de hoje, pensamentos de hoje. Eu produzi o texto e quando me deram para ler o original que eu não conhecia, fiquei abismado, tão surpreso como qualquer um, um texto sobre os reminiscentes bruxos Celtas e perseguição da igreja católica a eles. Será que eu psicografei, então?!
Eu vou confessar, não acredito em reencarnação, nem em psicografia, para ser sincero, não acredito em 70% do misticismo que professo. Será por isso que fui castigado?!
Sei que, há três meses, apareceu um cara, numa grande livraria de um grande Shopping do Rio de Janeiro, trajando um longo casaco de capuz azul vivo, ele me disse com uma voz muito grave e cavernosa que naquele dia eu iria produzir o texto que definiria toda a minha arte. E sumiu atrás da estante de livros esotéricos. eu o procurei, porém em seu lugar vislumbrei um gato escuro, que me olhou e correu para a saída, desaparecendo.
De fato eu produzi o tal texto fatídico, e vi toda a minha arte sendo coroada deste jeito?! Minha reputação, minha vida, minha arte, tudo escorreu pelo ralo. Mas eu vou me reerguer, vou provar minha inocência, vocês vão ver só!
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P.S.: PARA QUEM NÃO SABE, EU-POÉTICO, OU EU-LÍRICO É A "VOZ" QUE "FALA" NO TEXTO. NESTE, ADOTO UM EU-LÍRICO MASCULINO. SOU MULHER, MAS CRIEI UM PERSONAGEM MASCULINO QUE "FALA" EM PRIMEIRA PESSOA (EU). A HISTÓRIA ACIMA, EVIDENTEMENTE, NÃO VIVENCIEI.