Poindexter e a vingança dos cinco parte 2

Com Suzane o buraco seria mais embaixo... Suzane era a patricinha da turma, sempre limpinha, nunca repetia uma roupa, sempre cheirosinha. Poindexter usou das maquinancias da sua magiência, evocando um duende do supra-mundo que se apresenta à nossa realidade nas frequências das notas sol - fá e dó. As notas mais fáceis de se realizar em sequência, tanto em musicas quanto na fala... E o que ele pediu ao duende? Que a cada sequência correta de notas, o intestino de Suzane fosse como um singelo beija-flor: livre, leve e SOLTO!

É meu amigo, e quando dava essa sequência, ninguém ficava perto. E Suzane abria a boca a chorar... e mal sabia ela que o choro se compõem do acorde perfeito... sol-fá-dó...

E ela buuaaa de um lado, e todo mundo corria para o outro! E quanto mais ela punha pra fora... mais as pessoas riam... e a sequência das gargalhadas advinha qual é: Pois é... essa mesmo. E assim, ela chorava... e "splash"... E então o povo ria, e "splash"... e era um círculo vicioso terrível. E eu já não sabia mais pra onde correr!

Depois de três dias Suzane já estava andando de pernas abertas, feito uma siriema manca. Nunca achei que iria dizer isso, mas eu tive dó dela, e isso não tem nada a ver com a homônima nota musical. Foi porque os homens da carrocinha vieram buscá-la para interná-la num local onde ela pudesse se sujar à vontade, onde nenhum desavisado pudesse pisar em suas obras... O pessoal do hospício não a aceitava, doido tem nariz também... Sugeri mandarem ela pra Brasília, mas o pessoal comentou que lá já se fazia muita cagada. O fato é que nunca mais a vi.

Quanto a Ivo, bem, esse também foi de dar dó... Ele era um cara inteligente, iria se formar em engenharia elétrica, já com emprego garantido, era fidalgo de alguém da cidade que tinha seus contatos. Tempos atrás ele tinha sofrido um acidente e colocou uma platina na cabeça... Poindexter foi genial! Ele foi até o cata-vento da cidade, maior torre dos arredores, colocou lá um emissor em forma de cabeça de porco, dirigido diretamente para a cabeça de Ivo.

Nada contra, acho muito valiosa a contribuição do homem do campo para todos nós, eu particularmente gostaria de morar no campo. Mas Ivo foi muito radical! Ele largou tudo e virou criador de porcos! A pocilga mais azeda da cidade era dele. Ele ficou tão fanático por porcos, que dormia com os porcos, traçava os porcos, e dizem, até se casou com uma! Ele andava pela cidade com uma camisa xadrez, uma galocha de sete léguas, um chapéu de palha maior que um sombreiro mexicano e coberto de lama até às sobrancelhas... Com o tempo, dizem que ele virou um porco. Agora não sei se isso foi de verdade ou só uma figura de linguagem. Mas sinceramente, eu acho que ele virou mesmo, vez ou outra eu mesmo o vira roncar duas ou três vezes...

Joaquim e Mário nem podiam sonhar com o que os aguardavam...

London
Enviado por London em 02/03/2015
Reeditado em 03/03/2015
Código do texto: T5155637
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