O Gênio da Lâmpada
Foram desejos.
Reprimidos, ocultos pela névoa da negação infinita. O medo que acometia os pobres a sonharem com vidas de luxo. O homem queria dinheiro, e o dinheiro não escolhia o homem. Era de todo e qualquer um. Mansões em marfim e palácios de jade; Janelas em esmeralda com pedaços de granada. O brilho, o ouro a joia... A loucura que aflige o ato de ser humano, e viver segundo as leis da vida.
Nos desertos que me abrigaram, e nos Califados que me desejaram, viajei com as areias do deserto, tão concreto e intangível como uma partícula bailando com o vento. Das tempestades eram realizadas vontades, e essas nada mais traziam do que a morte.
Amargurada.
Amaldiçoada.
O toque gracioso, e o vem-e-vai dos esfregões. Fumaça e enxofre. O fogo ardente inundando o gargalo e se dissipando em forma de matéria.
A pergunta e a resposta. A vida infinita que perduraria até o fim dos tempos, incutindo um sofrimento post mortem a longo prazo. O homens que ansiavam ser deuses, e deuses que não desejavam a presença dos homens. A morte era a certeza, e o segundo dos desejos também.
Seus desejos por sua vida. Anos vencidos em troca de mentiras. Que fossem dez ou quarenta, eu viveria mais um dia.
A escuridão englobando a existência, no aguardo do destino que carrega. Realizando um desejo de cada vez, de três em três.