O CADÁVER MÃOS DE TESOURAS

A garotinha entrou dentro daquela velha casa – a única que existia naquele lugar cruel e inóspito.

- Bem, acho que o despistei - disse Gabi com o coração ainda acelerado – ele nunca me encontrará aqui. A menos que...

Temerosa, fechou a porta atrás de si, respirou profundamente. Pegou seu celular e discou um numero o mais rápido que pode.

- Alo, é dá policia?! – a ligação estava uma droga - Alô? Alguém? Oh céus...oi, alguém na escuta, tem um maluco atrás de mim! Matou meus colegas. Alô...ah...

Fora de área. Jogou o celular longe.

Então alguém bateu forte na porta. Era ele. Sem dúvidas. Mas como?

- Vá embora!

Do outro lado, ouvia-se apenas som de tesouras abrindo e fechando e uma risada terrivelmente cruel.

Gabi então correu para uma escadaria decrépita. Olhou para trás. Ele estava lá em frete à porta fechada. Como ele atravessou a porta ela não saberia dizer, nenhum som foi ouvido. Lá estava ele, aquele maldito cadáver de máscara de prata e mãos de tesoura.

- Você não vai me matar – disse ela enquanto corria o mais rápido que podia.

Quando ganhou o topo da escada, ele não estava mais lá embaixo. Mas sim, na sua frente. Um golpe na altura da cabeça. Ela se abaixou, engatinhou para um quarto. Fechou a porta. Mas então, ele já estava lá dentro. Ela podia ouvir o riso dele por trás da máscara.

- Desisto! Mata-me logo, anda vai.

- Assim não tem graça – disse a criatura – você deve correr, tentar se esconder, sabe, coisas do tipo.

- Ah mano, mas você tem teleporte. Maior apelo isso.

- Poxa, mas isso é um conto de terror – disse ele – tem que aceitar as regras.

- Sim, entendo, mas é que sou virgem, sabe – disse ela – então, tipo assim, eu não posso morrer.

- Ah, é verdade, me esqueci desta parte.

- Não tem uma outra forma de resolver esta situação?

- Bem, meu prazer é matar garotinhas inocentes. Então nada que você diga me persuadirá.

- Poxa, você não me deixa escolhas.

- É. Não tem como você...

Então Gabi corre e pula da janela no último ato de coragem ou desespero. Ouviu-se um baque surdo. Lá estava o corpo partido como um melão.

- Odeio quando as vítimas são loiras. Sem graça, tão burrinhas coitadas.

A criatura corta o ar com suas grandes tesouras, rindo tão alto que a casa velha quase cai sobre sua cabeça.

Sansa
Enviado por Sansa em 20/02/2015
Código do texto: T5144332
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