Vamos Brincar de Forca?
Há mais ou menos duzentos anos atrás, ou melhor, no dia primeiro do primeiro mês do ano de 1811, uma mulher é encontrada morta na banheira de sua casa. Sem braços, sem pernas e com a cabeça por um fio. Seu nome era Carolinne Piedievara, vivia na linha da pobreza. Sem marido, filhos ou parentes próximos. E para o cachorro deixou poucas moedas e comida.
DUZENTOS ANOS ATRÁS...
Naquela terça-feira Carolinne saíra mais cedo para caçar os ratos selvagens, seu único alimento. Morava numa cabana velha e fria, no meio de uma grande mata fechada. Era o único lugar da cidade que não existia no mapa.
Faltava apenas um rato quando senhorita Piedievara avistou um vulto entra as árvores. Talvez um homem. Ela então se aproximou e nada viu. Juntou os ratos mortos e voltou para a cabana. Acendeu a lareira e colocou seu alimento para cozinhar.
Um vento forte fez com que a lareira se apagasse e a cabana escurecesse. Carolinne, que adormecera por um breve período de tempo, acordou de súbito. Estava amordaçada e amarrada numa cadeira. Um vulto preto á sua frente batia palmas animadamente. Foi se aproximando devagar. Os sapatos pretos batiam no chão cada vez mais fortes. Carolinne apagou.
Duas horas depois acordou numa cama, com as pernas e braços amarrados. Semelhante ao homem vitruviano.
Na frente da cama havia uma parede branca com tracejados retos. Sete na parte de cima e cinco na parte de baixo. O vulto então apareceu no vão da porta, permitindo que a luz invadisse o quarto onde Carolinne estava. Era impossível identificar o tal vulto.
A senhorita Piedievara ainda amordaçada e agora vendada escuta o vulto proferir as seguintes palavras: “Vamos brincar de Forca?”