O Observador

O Observador

Era seu primeiro ano na Universidade.

Clara feliz estava por começar uma nova etapa da sua vida.

Como morava no interior, Clara mudou-se para a capital, onde cursaria Direito.

Alugou um apartamento que encontrou no jornal de anúncios da cidade, o qual já havia morando uma moça, elas então iriam dividir o aluguel.

Clara, minha prima, foi embora e todos da família sempre ficavam aguardando ansiosos por notícias de Clara.

Sempre quando Clara escrevia as suas correspondências, ela escrevia correspondências a parte para mim e também ligava por vezes que eu estava sozinha em casa, pois Clara não queria que mais ninguém soubesse o que em segredo ela falava para mim.

Sempre nós demos bem e além de primas somos amigas. Ela confiava de me falar o que estava acontecendo para que ninguém mais soubesse, ela não queria espantar ninguém e nem que pensassem que Clara estava louca.

Portanto ela precisava falar com alguém e esse alguém era eu.

O que acontecia com Clara era algo estranho, que pra falar a verdade antes nem eu mesma acreditava.

Clara me contava que no apartamento onde ela morava aconteciam coisas muito estranhas. Certa vez ela me contou que foi cozinhar e deixava sempre o frasco de óleo no mesmo lugar, quando foi pega-lo ele não estava lá, procurou em outros lugares pela cozinha e não encontrava. Por fim, quando ela se virou e olhou para trás, no lugar onde ela costumava guardar o óleo, para sua surpresa ele estava lá.

E assim aconteceu com outras coisas e objetos que pertenciam. Clara; brincos, roupas, etc.

Sempre que acontecia Clara me contava, espantada!

Tão intrigante quanto tudo isso era o que Clara me contava que acontecia ao anoitecer.

Toda vez que anoitecia, no vitro do janelao do quarto de

Clara, surgia um rosto como se fosse de vapor, a imagem ficava por dentro do vidro.

O rosto ficava em frente a cama que

Clara dormia. Ela sempre fechava as cortinas mas mesmo assim ia dormir atormentada e intrigada com aquele rosto que aparecia.

A moça que divide o aluguel com Clara também viu o rosto. Clara mostrou a ela, que profundamente se espantou.

Ninguém sabia explicar tal fenômeno.

Clara perdia noites e noites de sono e isso a atrapalhava em seus estudos, atividades e trabalho. Até que ela resolveu que tinha que mudar de lugar para morar.

O rosto que aparecia era de um homem e não saia da cabeça de

Clara. Ela tinha sonhos, pesadelos com aquele rosto.

E cada vez mais aconteciam coisas estranhas naquele apartamento.

Certa vez fui até a capital passar uns dias com Clara e constatei mesmo que o que Clara me falava em suas ligações e cartas era verdade, fiquei também aterrorizada e disse a ela que o melhor a fazer era mesmo que ela saísse dali.

Clara arrumou as suas malas, conversou com a moça que morava no apartamento e decidiu mesmo sair dali.

Novamente Clara procurou no jornal de anúncios um outro lugar para morar. Clara sempre com pouco dinheiro, pois na capital tudo e mais caro e em seu trabalho não ganhava lá aquele salário.

Então Clara viu no jornal de anúncios uma casa, com dois pisos, bastante cômodos, um jardim grande na frente, portões grandes. Era um pensionato.

Falando pelo telefone com o dono do pensionato, o sr Clérus, um homem educado modesto e generoso fez um bom desconto a Clara que já deixou a sua vaga reservada por telefone.

Clara chamou um taxi, pegou as suas malas e despediu-se da moça, a qual dividia o aluguel.

O taxi chegou e levou Clara até o pensionato que ficava um tanto retirado da área urbana .

Chegando lá, o taxista deixou Clara e desculpou-se por não poder ajudá-la a descarregar as malas, pois ele tinha outra corrida em seguida pra fazer.

O taxista foi embora. Clara com suas duas malas pesadas dirigiu-se até o portão o qual estava fechado mas descadeado.

Com dificuldade, ela entrou e fechou o portão, nao avistando ninguém para lhe ajudar.

Ao longe avistava a a casa que escondida ficava, meio a árvores de sombra gigantescas que com o vento balançavam.

Clara sentia uma ansiedade e ao mesmo tempo uma pressa em chegar, com suas duas malas pesadas e o frio que a molestava naquela manhã.

Clara seguiu com mãos e rosto gelados e seus cabelos que voavam ao vento.

Cansada colocou suas malas no chão e tocou a campainha, esperou por um tempo mas nada de ninguém pra vir atende-la.

Sem paciência, depois de um tempo, Clara forçou o trinco da porta e percebeu que estava aberta. Ela entrou, recolheu as malas e fechou a porta.

Avistou a sala escura, deixou suas malas no chão, próximo ao sofá vermelho, ficou admirando os belos quadros que haviam nas paredes, os lustres de bom gosto, as cortinas escuras, o piano no canto e um relógio antigo.

Ela ficou observando e andando pela grande sala até que alguém aparecesse por la.

Foi então que subitamente Clara andando naquela sala escura sentiu esbarrar-se em alguém, levou um susto, suspirou e virando-se para trás viu em sua frente o que jamais imaginava avistar; um homem de smooken preto cujo rosto era o mesmo...

Exatamente o mesmo que avistava todas as noites no vitro do janelao do quarto em que dormia.

Sem palavras, Clara fica tonta, sente sua visão turva e desmaia nos braços do senhor que a espera.

O tempo passou, não tivemos mais notícias de Clara. O pensionato onde Clara se mudaria nunca foi encontrado.

Não sabemos realmente o que aconteceu, pra onde ela foi.

Só esperamos que ela esteja bem.

" Vem minha Clara,

adormece sob meus olhos

que a observam ao chegar

da noite.

Desperta pela manhã,

minha Clara, Aurora

Ao irradiar do sol,

quando vou-me embora.

Apressa-te!

Vem minha Clara.

O seu Lord a espera."

Biah Oliveira
Enviado por Biah Oliveira em 04/02/2015
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