O ENCONTRO DO HOMEM SOLITÁRIO COM O MUTANTE DO CAPUZ AZUL, SEU GATO, E OS NÚMEROS DA LOTERIA
Um morador de rua, trajando um casaco bem limpo de capuz azul, estranhamente muito cheiroso, seu perfume exalava a duas quadras de distância; sempre acompanhado de seu lindo gato, costumava gritar uma mesma sequência de números por dia. No dia seguinte, já os mudava e repetia a mesma sequência o dia inteiro.
Foi aí que um jogador inveterado, certa vez, reparou, parou em frente a ele e discretamente os gravou em seu celular. Sentou-se num bar, na praça Cruz vermelha, pediu guardanapo, caneta e uma cerveja; com um fone de ouvido, foi anotando os números. Depois de beber, levantou-se, pagou a conta, dirigindo-se a uma casa lotérica na rua da feira, pegou alguns volantes no balcão e marcou suas apostas.
Tarde da noite, foi conferir os jogos na Internet e, para sua surpresa, quase caiu para trás, UUUUUHHHHHHUUUUUUUUU, estava milionário! Acertou todos os números de todos os jogos. Sua alma transbordava de tanto alívio e felicidade. Tratou logo de providenciar a mudança do mendigo e seu gato para a sua humilde residência. Ele próprio já estava quase sendo despejado, pois devia três meses do aluguel da quitinete localizada na rua do Riachuelo.
Seu sonho, desde a infância , era o de morar em uma mansão com jardins arborizados, quadras e piscina no bairro de Santa Tereza. Já contava com cinquenta anos, embora não aparentasse, pois subia diariamente o morro para ver a propriedade, isto o mantinha em forma, apesar da vida boêmia e desregrada como frequentador da Lapa.
Comprou a casa dos seus sonhos já mobiliada, de sua antiga casa, só iria levar documentos.
Voltando à quitinete, com uma pizza enorme, vinho e ração para o gato, deparou-se com a casa vazia e um bilhete na porta da geladeira: "Parabéns, você é um homem bom e de sorte. A sorte sorri para todos, mas não são todos os que sabem aproveitar nem ouvir a voz da sorte. A partir de agora, você trilhará um caminho iluminado, irá se casar com uma mulher que o amará loucamente e esse amor será recíproco, terá três filhos naturais e dois adotados. Será muito, mas muito feliz! Deus o acompanhe! Sigo agora minha sina."
Imediatamente, desceu as escadas do prédio, oito andares, desesperado, atrás do novo amigo e seu bichano.
Perguntou para o porteiro:
- O senhor viu aquele homem do capuz azul, que estava comigo estes dias?
- Não senhor, não vi e não tinha ninguém com o senhor!
Pagou caro para ver as imagens das câmeras de segurança do prédio. Como é que pode?! Em nenhum momento foi registrada a presença do homem do casaco de capuz azul e seu gato.
Um morador de rua, trajando um casaco bem limpo de capuz azul, estranhamente muito cheiroso, seu perfume exalava a duas quadras de distância; sempre acompanhado de seu lindo gato, costumava gritar uma mesma sequência de números por dia. No dia seguinte, já os mudava e repetia a mesma sequência o dia inteiro.
Foi aí que um jogador inveterado, certa vez, reparou, parou em frente a ele e discretamente os gravou em seu celular. Sentou-se num bar, na praça Cruz vermelha, pediu guardanapo, caneta e uma cerveja; com um fone de ouvido, foi anotando os números. Depois de beber, levantou-se, pagou a conta, dirigindo-se a uma casa lotérica na rua da feira, pegou alguns volantes no balcão e marcou suas apostas.
Tarde da noite, foi conferir os jogos na Internet e, para sua surpresa, quase caiu para trás, UUUUUHHHHHHUUUUUUUUU, estava milionário! Acertou todos os números de todos os jogos. Sua alma transbordava de tanto alívio e felicidade. Tratou logo de providenciar a mudança do mendigo e seu gato para a sua humilde residência. Ele próprio já estava quase sendo despejado, pois devia três meses do aluguel da quitinete localizada na rua do Riachuelo.
Seu sonho, desde a infância , era o de morar em uma mansão com jardins arborizados, quadras e piscina no bairro de Santa Tereza. Já contava com cinquenta anos, embora não aparentasse, pois subia diariamente o morro para ver a propriedade, isto o mantinha em forma, apesar da vida boêmia e desregrada como frequentador da Lapa.
Comprou a casa dos seus sonhos já mobiliada, de sua antiga casa, só iria levar documentos.
Voltando à quitinete, com uma pizza enorme, vinho e ração para o gato, deparou-se com a casa vazia e um bilhete na porta da geladeira: "Parabéns, você é um homem bom e de sorte. A sorte sorri para todos, mas não são todos os que sabem aproveitar nem ouvir a voz da sorte. A partir de agora, você trilhará um caminho iluminado, irá se casar com uma mulher que o amará loucamente e esse amor será recíproco, terá três filhos naturais e dois adotados. Será muito, mas muito feliz! Deus o acompanhe! Sigo agora minha sina."
Imediatamente, desceu as escadas do prédio, oito andares, desesperado, atrás do novo amigo e seu bichano.
Perguntou para o porteiro:
- O senhor viu aquele homem do capuz azul, que estava comigo estes dias?
- Não senhor, não vi e não tinha ninguém com o senhor!
Pagou caro para ver as imagens das câmeras de segurança do prédio. Como é que pode?! Em nenhum momento foi registrada a presença do homem do casaco de capuz azul e seu gato.