VISÃO REMOTA


Pow, ainda vão inventar um aparelho que organize as ideias do escritor e saia escrevendo, quando ele não estiver muito disposto a exercer seu ofício, seja por preguiça, por doença, por sono, por falta de tempo e outros motivos.
Escrever é como um vício, em que se vão criando mundos, todos eles impossíveis de se restringir ao corpo e ao intelecto de uma só pessoa, eles têm que se exteriorizar, vir à tona, ser compartilhados, também sujeitos a receber críticas, opiniões, senão perde a graça. Escrever é um ato sotitário, mas quando o texto é lido por outros, torna-se um ato solidário. Alienar, que significa: transferir para domínio alheio.
Pois bem, comecei a divagar, porque tenho a ideia aqui de um texto sobre visão remota, uma técnica desenvolvida e estudada pelos americanos, na época da guerra fria. A CIA Treinava espiões paranormais para localizar armazéns de armas bacteriológicas, por exemplo, ou estratégias do inimigo para dominar o mundo, esta visão remota, nada mais é do que vidência, com treinos psicológicos e parapsicológicos. Estou com muito sono e o texto na cabeça. ÔUH, máquina, venha do futuro para me auxiliar na escrita deste texto, porque está difícil! Daqui a pouco durmo aqui e acordo procurando por um texto que ainda nem escrevi.
Mas voltando, algo também está me atormentando, como já tive inúmeras vidências tenho que dar crédito a esta. Há dias vi um homem cometer suicídio, jogando-se da janela do sétimo andar do prédio da frente, porém a construção estava diferente, corri para lá, já não havia mais nada a fazer, ele trajava jeans, um tênis caro, de marca, um casaco de capuz azul. Fui olhar seu rosto bem de perto, semi-coberto. E quem eu vejo? Meu próprio rosto. Esta visão, me parece que todos os dias a carga de realidade dela aumenta e eu me sentindo cada vez mais triste.

Se eu for procurar um médico, sabe o que irá dizer? Distúrbio de ansiedade, distúrbio do sono, que sou um deprimido, um suicida em potencial e vão me tascar remédios...
Visão do inferno, visão remota do caralho... Alguém seria capaz de apresentar uma solução para este meu problema? Senão, sei lá, tenho medo do que possa acontecer!


Os grandes olhos  perseguem
Grandes olhos
grande irmão
muitos ohos nem enxergam
 veem com a mente
e o coração
olhos físicos
e não físicos
olhos máquina
no meio de tantos outros
na horda
na multidão
outros opacos 
desejam as luzes,
 tantas luzes 
ofuscam a visão
estes olhos
em tantas ruas
tantas luas
tantos becos
de neon
nas esquinas
almas vagam perdidas
em outra dimensão
nas estradas
e avenidas
entre bosques
que se chamam
que se chamam
solidão
LYGIA VICTORIA
Enviado por LYGIA VICTORIA em 01/12/2014
Reeditado em 16/02/2016
Código do texto: T5054466
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