A fera que me vigia
Adotei meu cachorro quando passei por uma situação difícil à perda de minha mãe,com apenas vinte anos eu era solteiro e não tinha muitos amigos, e acho que ninguém tem na verdade para ser bem sincero, acho que nascemos sós, vivemos sós e morremos em igual condição.
Fui a um abrigo de animais, e procurei algo que se adequasse a mim, morava em uma casa pequena, mas com um bom quintal espaçoso que abrigaria um animal de médio porte, lá chegando vi escolhi um filhote mestiço de vira lata com pastor alemão ele parecia um pequeno lobo, dai resolvi chama-lo de lobinho. Ele se tornou um bom amigo, me fazia companhia nos sábados a noite, e também atraia garotas, que gostavam de animal, ele sempre foi dócil comigo, mas no começo do verão ele começou a ficar agitado e latia muito para mim, eu não entendia aquela aspereza por parte dele que sempre foi tão manso. Cada dia estava piorando até que um dia ele rosnou para mim. Eu resolvi acorrenta-lo no quintal. E pensei em buscar um veterinário na semana que viria para examina-lo. Coisa que não aconteceu no dia que resolvi leva-lo para o veterinário, meu carro ao passar pelo cruzamento foi atingido por uma viga que se soltou de um caminhão, lobinho choramingou enquanto eu morria e eu ao olhar para o retrovisor do carro, entendi finalmente para quem lobinho latia e rosnava, ele queria me proteger, mas pobre amigo, deste ninguém protege, entendi o que Moreira Campos quis dizer quando falou “dizem que os cães veem coisas”.