Eu te amo...
Já fazia dias que eu a observava, cada passo, cada conversa. O que era muito fácil, já que morávamos juntos a algum tempo. Enquanto ela dormia, eu pegava seu celular e lia suas conversas, procurando por vestígios de sua podre traição, eu sabia que ela estava me traindo, só precisava de uma prova concreta. Seu comportamento havia mudado, estava me evitando, não me desejava mais... Há! Aquela cadela, eu tinha feito tudo por ela, tudo! E agora ela estava simplesmente me trocando por um filho da puta qualquer, mas isso não ficaria assim, não...
Eu faria ela pagar cada centavo, cada noite de sono minha perdida trabalhando para mantê-la confortável, e ela pagaria com seu sangue.
Não fazia muito tempo, que eu havia comprado um belo facão numa loja de artigos para acampamento, e escondido debaixo do meu banco de motorista, e pra falar a verdade: Eu estava ansioso para usá-lo.
Hoje quando cheguei do trabalho, ela me encarou, e disse ansiosa:
- Amor, eu preciso ir à casa da Juliana hoje, tá? Volto bem tarde.
- Claro amor, pode ir. - Eu digo, com toda a calma, eu sabia que ela estava mentindo, então retruco com outra mentira, passo a mão em meu bolso e logo digo:
- Ah ! Merda ! Esqueci minha carteira no escritório, vou lá buscar amor, o pessoal da faxina ainda deve estar por lá, quer uma carona até a casa da Juliana?
- Não, amor não precisa, eu pego um táxi.
Eu saio, de casa, entro em meu carro, dou a volta no quarteirão e o estaciono perto de um beco escuro, para que ela não me veja quando sair. E não demora muito até ela sair, arrumada de mais para uma simples visita à casa da amiga, eu espero ela entrar no táxi para arrancar, com os faróis desligados, seguindo-a com muita cautela, para nem ela, nem o motorista do táxi desconfiarem.
A perseguição me guia até um edifício, pra falar a verdade, eu não sei bem se essa é ou não a casa de Juliana, eu não gostava dela, eu sempre achei aquela mulher uma megera, uma piranha, não ia me assustar se ELA tivesse feito minha mulher me trair, sempre foi má companhia.
Espero ela entrar, dou a ela 3 minutos, e saio do carro, com o facão escondido em meu terno, o porteiro me olha com certa desconfiança, mas logo, ao lhe mostrar duas notas de cem reais, ele me permite entrar, sem nem mesmo avisar aos condôminos. Eu pergunto a ele, qual o apartamento de Juliana, e ele me responde, o andar e o número:
- Andar décimo quarto, apartamento 1403.
Eu vou pelo elevador de emergência, para não chamar a atenção, é quando o aço gelado do facão começa a me incomodar fortemente, e minha consciência pesa, em ter de matar a minha esposa. Mas logo a ira e a insanidade tomam conta do meu cérebro, e eu esqueço de qualquer valor moral que eu tenha aprendido.
A porta, estava entreaberta, música podia se ouvir, risos e pequenos gemidos, eu agarro o cabo do facão, com até certo prazer, e com passos leves, olho pela porta, vejo minha mulher de costas dançando com Juliana, e de repente, uma voz masculina, grita ao fundo da casa:
- Tá quase pronto !
Eu transbordo de ódio,e chuto a porta. Minha mulher e Juliana gritam, aquele homem, sai do banheiro, sem camisa e um pouco suado e olha para mim, com desespero. Dou um passo largo pra frente, e enfio o facão no peito de Juliana, e... Há!... ME DELICIO COM SEU GRITO DE AGONIA. Minha mulher cai aos prantos, e o homem avança em minha direção, eu o golpeio no estômago e sua investida para, eu giro o facão em suas entranhas, e puxo para cima, abrindo seu abdome quase que completamente, e ele cai, sem vida, é quando olho para minha mulher, seus olhos encharcados por lágrimas, me olhando com pavor, eu amava aquela mulher, nunca tinha pensado em fazer nada daquilo, ela havia me obrigado... Sim ! A culpa era toda dela, ela merecia a morte, eu caminho até ela, e ergo o facão, ela paralisada de medo, apenas fecha os olhos e murmura:
- Eu te amo...
Aquilo, não fazia sentido, eu estava confuso, o que eu tinha feito? Matado duas pessoas, brutalmente, eu... Aquele não era eu, mas agora, era tarde de mais, eu tinha que ir até o fim, e eu vou...
Eu golpeio minha própria garganta, e caio de joelhos, olho para ela e me desculpo, sufocadamente dizendo:
- Eu te amo...
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