Não foi eu, foi a mulher de vermelho

Sexta feira. Uma da manhã.

Estava sem sono, meio acabrunhado com um fato que havia acontecido há algumas horas. Me rolava impacientemente pela cama e nada de conseguir bater uma pestana. Olhei para o lado e minha esposa dormia pesadamente. Me arranquei daquele infortúnio. Calcei meu velho tênis e fui ver se havia algo de bom na televisão.

Dei uma passada na cozinha, abri a geladeira e aquele ar gélido se encontrou com meu corpo. Tremi! Dentro da geladeira, havia um saboroso suco de morango. Uma delícia! Tomei num gole só. Por sorte, também, a minha esposa tinha preparado na ceia uma linda e deliciosa torta de frango. Não resisti! Eu adoro tortas de frango. Agarrei dois pedaços e fui em direção à sala.

Liguei a televisão e me aconcheguei no sofá. Não havia nada de interessante na programação. Fiquei impaciente. Fui até a estante e liguei o DVD. Coloquei o filme: A hora do pesadelo 1 – Fred Krueger. Eu adoro assistir filmes de terror antigos, ainda mais na madrugada.

Na metade do filme, uma pancada na porta da sala. Entrei em estado de alerta! Abaixei o volume da televisão e fui na ponta dos pés para verificar o que era. A porta da sala é de alumínio, com o vidro no centro. Abri o vidro devagarzinho e... Vi a noite e o silêncio passeando na rua.Nada mais! Olhei para o céu e a super lua estava lá.

Confesso que toda essa situação me deixou com medo, pois cogitei a possibilidade de ser alguém do outro lado da vida me enchendo o saco. Não havia ninguém também no quintal. Tudo bem, menos mal. Resolvi entrar em casa. Espanto...!

Tinha uma mulher sem face, com um vestido vermelho, bem curtinho - periguete do além ? - parada na frente da televisão. Me belisquei para ver se estava dormindo. Não estava! Fiquei teso, com os olhos bem abertos, sem piscá-los, observando aquela coisa horripilante. Ela se coçava, tinha as unhas enormes, o bumbum saliente bem parecida com as meninas que gostam de dançar um Funk. Eu não conseguia reagir. Ela emitia um murmúrio grave e inteligível, meio demoníaco. Loucura! Meu coração quase pulou pela boca. Acredito que durou uns dois minutos essa aparição. Para mim, foi a eternidade. De repente, ela começou a entrar dentro da televisão e foi caminhando por uma estrada dentro do filme do Fred. E a televisão começou a chiar, e chiar, e chiar e...pifou!

No dia seguinte, contei o fato inusitado para a minha esposa. Ela riu da minha cara. Disse que não era nenhuma criança para acreditar nessas minhas fantasias. Acrescentou que eu vou comprar outra televisão e a mais cara. Mas, amor, eu digo e repito:

- Não fui eu, foi a mulher de vermelho!

Acredite se quiser!

Já comprei uma televisão nova.

Sampa Ribeiro
Enviado por Sampa Ribeiro em 22/09/2014
Reeditado em 22/09/2014
Código do texto: T4972123
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