Criaturas da Noite
Entre elas na há pudor. Não existe respeito. Somente a lei do mais forte! Das garras pontiagudas, do rugido mais alto, sinistro e assustador. Entre elas quem tem o maior canino e conseguir estraçalhar as carnes sanguinolentas vence. São seres rastejantes, fétidos, maquiavélicos. Alguns alados, cuspindo fogo, ácido, germes. Todos de olhos arregalados, mesmo com o breu em volta.
O cheiro do medo, o som dos nervos tremendo aguçam seus ouvidos, atiçam seus instintos. A sombra da morte sempre a espreita, apavorante, constrita, fria, firme e disposta a cumprir seu dever. Mas elas não esperam, buscam saciar sua fome, sede, mastigando as vísceras e sugando a linfa pungente que derrama em bicas das artérias.
Elas são as criaturas da noite. Que perambula pelos vales. Que atocaiam os mais fracos e desavisados dos perigos das madrugadas. Maquinas famintas programadas para matar, torturar, humilhar, subjugar outras espécies. Mundanas, com formas horripilantes! Travando uma batalha épica. Não se importando com o pranto, com a ranger de dentes. Dando vazão, apenas a seus apetites sórdidos, insanos, lascivos. São elas as criaturas da noite.
Corja sedenta, que se camuflam, no calor do dia, no brilho do sol em forma de seres humanos.