T.O.C Sobrenatural - Parte 3 (O FINAL)
No primeiro golpe, uma surpresa, suas mãos transpassavam os corpos dos bandidos como se fossem energias. Na ânsia de dar um fim nesta barbárie, repete o ato por várias vezes, sempre com um final idêntico e inútil. Ainda assim, ele grita, aos berros, porém, de nada adianta, é como se não estivesse ali.
Sem compreender o porquê disso, e totalmente agoniado, vem à sua mente, a ideia de sair correndo pela casa afora e solicitar por socorro. Na primeira parte, o horror, ele descobre os seus irmãos mortos, cada qual em suas camas. As gargantas cortadas, rasgos pelo corpo inteiro.
Neste meio-tempo, não suportando tal vista, o menino vomita, o inferno se apresentava com todo furor. Mas o martírio, tão somente, exibia o cartão de visitas, coisas piores viriam. Em seu retorno ao quarto, implora pela vida dos seus pais. Nada feito, pessoa alguma, naquele ambiente fechado, o notava.
A esperança se aparentava perdida, até que três figuras fantasmagóricas emergem ao lado da cama, onde a pobre mulher expiava os seus pecados.
O rapaz, apesar do susto em virtude da aparição, clama por ajuda, contudo, os espectros, permanecem impassíveis. Com os rostos voltados para o chão, davam a impressão de estarem orando. Enquanto isso, os bandidos massacravam impiedosamente as suas vítimas.
Ao garoto, em sua impotência, resta-lhe o choro, próximo à genitora. Em meio aos prantos, acompanha o suplício da infeliz, assistindo o último suspiro. Do outro lado, seu pai igualmente não suporta os ferimentos e vem a falecer. Com a morte do casal, os marginais entram em regozijo, tripudiando sobre os cadáveres.
O filho arrasado e desanimado, não encontra forças para coisa alguma. As pessoas em que ele mais amava, estão estendidas e sem vida, bem diante de seus olhos.
Entretanto, a vida, como sempre, reserva algo a mais. Dentro daqueles corpos sem existência, erguem-se dois espíritos, que se movem para perto das almas, às quais, rezavam sem cessar.
Em seguida, um clarão se apossa do local, e como se fosse um sinal, as entidades se encaminham para dentro dele. Uma a uma vão desaparecendo, até que a última olha para trás, e acena para o seu filho, convidando-o a ir com eles.
Apesar disso, Manoel não atende ao pedido de sua mãe. Na sequencia, em poucos minutos, um grande vazio se instaura ao redor do rapaz. Tudo havia passado, assassinatos, torturas, fantasmas, enfim, toda a tragédia que o cercou.
Resignado, volta suas atenções ao seu porto seguro, "seu quarto". Lá chegando, depara-se com o seu corpo morto e degolado. Mesmo assim, deita-se ao lado de seus restos mortais.
Sem demora, o T.O.C recomeça, a única diferença, que desta vez, Manoel, encontra-se sozinho, recluso em seu mundo. Um universo onde ele é o rei de si mesmo.
Zilber