A Coisa Que Veio Do Céu

Laura acordou com o toque do celular que a chamava para começar mais um dia. Espreguiçou-se na cama, satisfeita com o novo dia que era de sol, com o fato de estar viva e com a beleza em flor de seus 20 anos. A moça se levantou, ainda sonolenta, pensando no dia de trabalho e estudo que tinha pela frente. Abriu seu Facebook para ver as últimas mensagens, enquanto procurava a toalha para tomar banho.

Foi então que veio aquele clarão medonho do céu e um estrondo pavoroso, indescritível, sacudiu o prédio inteiro! Laura foi jogada contra a parede do quarto, enquanto ouvia os gritos de terror dos vizinhos. Seus pais entraram no quarto também em trajes de dormir, feições transtornadas pelo horror e arrastaram com eles, corre filha, as paredes estão cedendo, corre! Mas o que é isso, o que aconteceu, perguntava Laura desesperada, descendo as escadas em meio às ondas de gente em pânico que fugiam, mães com seus bebês nos braços, idosos, outros que estavam no banho corriam pelados, uma gritaria só... O fogo se alastrava rapidamente pelos últimos andares. Foi então que Laura lembrou de Axel!

Seu querido pintcher de estimação, que ficara no apartamento! Desesperada, Laura se soltou da mãe e correu degraus a cima, trombando em gente que fugia, mãe o Axel, a gente esqueceu do Axel, eu não vou abandonar o Axel! Laura você está louca volte aqui gritava a mãe, Laura continuou a avançar, o corredor já estava tomado pela fumaça preta e sufocante, ela tossiu, entrou no apartamento semi destruído, a coisa que viera do céu rachara ao meio a sala e o seu quarto, onde pouco antes dormia tão sossegada... horrorizada, Laura viu um tronco humano mutilado no coredor, um pé de homem com um sapato preto de grife, vísceras espalhadas, sangue... Axel latia desesperado na cozinha, Laura o tomou nos braços e correu, voltou a descer os degraus.

Conseguiram chegar à rua, era um cenário de guerra, escombros e cinzas por todo lado, no meio do asfalto uma cratera e um avião ardendo em chamas, gritos, choro, desespero, sirenes da polícia e dos bombeiros que chegavam aos bandos. Exausta e coberta de fuligem, tremendo de frio na sua camisola fina, pés descalços, Laura sentou na beira da calçada com Axel nos braços. Foi então que ela percebeu que o cachorrinho tinha uma coisa entre os dentes, algo semelhante a uma bola de gude ensanguentada. Laura puxou para ver o que era... e desmaiou, pois o que tinha nas mãos era um olho humano arrancado da órbita. Um olho verde como uma esmeralda!

FIM

Maryrosetudor
Enviado por Maryrosetudor em 16/08/2014
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