Não Deixe seu Bebê Sozinho!
Diziam que eu era o assassino daquele bebê chinês, além de outros três.
- Infanticida! Pena de morte! Cadeira elétrica! – A multidão frenética, diante do presídio me mataria, se pudesse. Desci do ônibus atordoado, como sempre. Não sabia que dia da semana era e meus pensamentos eram confusos.
Antes daquela maluquice era um sujeito normal. Tinha uma linda mulher, duas filhas maravilhosas, vestia minha gravata com paletó todas as manhãs e seguia feliz da vida para o meu trabalho em uma agência de automóveis. As coisas iam muito bem, até que um dia, quando acordei, via-me dentro daquela cela no presídio em um rosto e em um corpo que não reconhecia.
Minha fisionomia antiga de vendedor bom-moço, com o rosto escanhoado, corpo leve e proporcional, dera lugar a músculos avantajados, braços, pernas e tórax tatuados com motivos demoníacos, uma barbicha densa, emoldurando a boca e um olhar firme metálico, que fazia-me tremer ao encarar-me no espelho.
- Não sou um monstro! – Gritava para a multidão ao sair do ônibus. Meu esforço era inútil. Os guardas que me conduziam diziam:
- Cale a sua boca suja, seu palhaço! A cadeira elétrica te espera!
Eram dias e noites terríveis preso àquele corpo de porte abominável no corredor da morte. E onde estaria minha esposa, Lizie e minhas adoráveis filhas Berenice e Natália? Como fora parar ali, transportado da minha vida boa e pacífica para um presídio, sofrendo toda aquela tortura psicológica? O psiquiatra que me ouvia, Dr. Anderson, anotava tudo, mas dando-me pouco crédito. Começou a prestar atenção nos detalhes que lhe dava, da minha vida como vendedor e pai de família. Passei-lhe meu endereço, os dados da minha família e pedi que buscasse a verdade, visto faltarem poucos dias para minha execução.
O fato é que o Dr. Anderson diagnosticara-me como portador de dupla personalidade e ignorava totalmente as minhas requisições para que procurasse minha família atribuindo meu estado a uma providencial fuga da realidade.
No dia da minha execução, no entanto, deu-lhe uma vontade de apurar alguns dos fatos e telefonou para o número que lhe dera. Falou com um homem que se identificou com aquele que era meu nome real, Matheus.
O vendedor foi educado, afirmou que sua esposa, realmente, chamava-se Lizie e os nomes das filhas coincidiam e que todos esses detalhes podiam ser facilmente obtidos em uma famosa Rede Social.
Dr. Anderson acreditou que era apenas uma maneira que encontrara de ¨fugir¨ do meu estado doentio tentando sensibilizar as autoridades, mas um ¨infanticida¨, naquele Estado dos EUA, nunca seria perdoado, mesmo que fosse provado ser um demente.
Perturbado, passei minha última noite chorando.
Enquanto isso, o falso Senhor Matheus, que ardilosamente, enquanto era prisioneiro no corpo que eu agora habitava, estudara métodos de transpor sua mente para a de outras pessoas, sorria admirando os belos pescoços de Lizie, Berenice e Natália...
- Infanticida! Pena de morte! Cadeira elétrica! – A multidão frenética, diante do presídio me mataria, se pudesse. Desci do ônibus atordoado, como sempre. Não sabia que dia da semana era e meus pensamentos eram confusos.
Antes daquela maluquice era um sujeito normal. Tinha uma linda mulher, duas filhas maravilhosas, vestia minha gravata com paletó todas as manhãs e seguia feliz da vida para o meu trabalho em uma agência de automóveis. As coisas iam muito bem, até que um dia, quando acordei, via-me dentro daquela cela no presídio em um rosto e em um corpo que não reconhecia.
Minha fisionomia antiga de vendedor bom-moço, com o rosto escanhoado, corpo leve e proporcional, dera lugar a músculos avantajados, braços, pernas e tórax tatuados com motivos demoníacos, uma barbicha densa, emoldurando a boca e um olhar firme metálico, que fazia-me tremer ao encarar-me no espelho.
- Não sou um monstro! – Gritava para a multidão ao sair do ônibus. Meu esforço era inútil. Os guardas que me conduziam diziam:
- Cale a sua boca suja, seu palhaço! A cadeira elétrica te espera!
Eram dias e noites terríveis preso àquele corpo de porte abominável no corredor da morte. E onde estaria minha esposa, Lizie e minhas adoráveis filhas Berenice e Natália? Como fora parar ali, transportado da minha vida boa e pacífica para um presídio, sofrendo toda aquela tortura psicológica? O psiquiatra que me ouvia, Dr. Anderson, anotava tudo, mas dando-me pouco crédito. Começou a prestar atenção nos detalhes que lhe dava, da minha vida como vendedor e pai de família. Passei-lhe meu endereço, os dados da minha família e pedi que buscasse a verdade, visto faltarem poucos dias para minha execução.
O fato é que o Dr. Anderson diagnosticara-me como portador de dupla personalidade e ignorava totalmente as minhas requisições para que procurasse minha família atribuindo meu estado a uma providencial fuga da realidade.
No dia da minha execução, no entanto, deu-lhe uma vontade de apurar alguns dos fatos e telefonou para o número que lhe dera. Falou com um homem que se identificou com aquele que era meu nome real, Matheus.
O vendedor foi educado, afirmou que sua esposa, realmente, chamava-se Lizie e os nomes das filhas coincidiam e que todos esses detalhes podiam ser facilmente obtidos em uma famosa Rede Social.
Dr. Anderson acreditou que era apenas uma maneira que encontrara de ¨fugir¨ do meu estado doentio tentando sensibilizar as autoridades, mas um ¨infanticida¨, naquele Estado dos EUA, nunca seria perdoado, mesmo que fosse provado ser um demente.
Perturbado, passei minha última noite chorando.
Enquanto isso, o falso Senhor Matheus, que ardilosamente, enquanto era prisioneiro no corpo que eu agora habitava, estudara métodos de transpor sua mente para a de outras pessoas, sorria admirando os belos pescoços de Lizie, Berenice e Natália...