Psicopatia

Eram 6 horas, eu me encontrava só, o suor salgado escorria sobre minha testa avulsa ao chão de um lugar qualquer. O cheiro fétido de podridão encobria por completo aquele local, eu não sabia onde estava, muito menos como fui para ali, lembrava somente dos doces momentos passados com aquele filho da puta, morador de um botequim incrédulo.

O maldito som do bater de um enorme relógio antigo escancarado sobre a gigantesca janela de madeira do sul ecoava com raiva sobre meus ouvidos, naquele momento inútil nada passava pela minha cabeça, a morte era certa, o pesar das minhas dores nada menos fazia com que eu sentisse pena de mim mesma, porque a mim? Eu não sabia, meus olhos continuavam fechados, o medo era maior, ele corroía minh'alma e aquilo era desgastante, podia somente esperar pelo pior.

Com firmeza deixei-me ver o que estava a aguardar, era uma sala, ao meu lado destroços de gente, o piso quadriculado, as grandes portas de marfim e as estrelas de ponta cabeça não diziam nada; aquelas pessoas mutiladas explicavam somente o mau-cheiro forte que exalava dali.Fiquei de pé, o chão mostrava-se escorregadio, sangue, na porta pude enxergar algo e fiquei boquiaberta, não sei descrever oque era, parecia ser outras pessoas, mas também estavam esquartejadas. Olhei por toda a sala, havia nos cantos armas, facas, entre outros mecanismos de tortura. Quem em sã consciência faria aquilo? O desespero tomou-me.

Armei-me com um facão, e quando me abaixei percebi involuntariamente um volume em meu bolso, era uma chave, não pude descrever oque sentia, corri para a porta, e sim, ela estava aberta, aberta como as portas para o céu, mas se estavam abertas porque eu tinha aquela chave, isso pouco importava, minhas feições estavam mudadas e de repente aparecera em meus lábios um sorriso espontâneo demonstrando felicidade. Tinha um corredor frio e mal iluminado, as poucas lâmpadas que restavam não funcionavam bem e ficavam a todo momento piscando dando aquele imundo local ares como naqueles falsos filmes de horror das décadas antigas, mas eu não deixei-me impressionar, precisava sair dali ou eu seria a próxima. Peguei a mesma chave e tentei abrir a porta da frente, e ela abriu, tinha 2 mulheres com alguns ferimentos e ao me ver correram em minha direção, começaram me atacar, porque? Apareceu também um homem por trás, completamente sujo que começou a me bater, eu cortei-lhe fora sua mão, o facão foi-me útil, não entendia o porque disso, com custo fechei a porta e cansada sentei-me ao chão. Chega!!! Eu já estava farta, agora sim poderia voltar a torturá-los, inúteis! Passo tudo isso para sentir oque eles sentem e me agradecem assim?!Ok mas seria preciso bem mais que isso para importunar-me, então..., logo será sua vez, topa brincar comigo? Talvez seja somente mais um caso daqueles em que não tem final feliz, para mim sim, talvez seja somente um caso de psicopatia, eu sei, eu sei, eu não sou doida, nem maluca, eu sou somente mais uma pobre garota feliz.

Paloma B
Enviado por Paloma B em 06/06/2014
Reeditado em 08/06/2014
Código do texto: T4834925
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