Tá ouvindo?
— Meu nome não é da sua conta. Nem minha idade, que não é pouca, nem estatura ou condição financeira. A você tenho apenas uma coisa a dizer: hoje é o dia de sua morte!
— Por que eu?
— Já vejo suas pupilas dilatadas de medo. Sua morte será rápida e quase indolor, não se preocupe. Pode respirar mais devagar.
— Por favor me diga…
— Você não precisa saber de nada. Você será um cadáver em pouco tempo. Um belo cadáver, diga-se de passagem!
— Não…
— Sim! Cale essa PORRA dessa MERDA dessa BOCA!!! Está ouvindo a música?
— Ahnn… Não. Que música? Por que você quer…
— Dane-se porra. A música é envolvente. Vou praticar um passos de dança para ver se você…
— Pode me soltar para dançarmos juntos?
— Poderia… Mas não, você não tá ouvindo. Vou dançar com a faca mesmo!
— Olha, agora que você mencionou, estou ouvindo sim!
— Mentira. Calaboca vadia. Vou meter algo nessa merda dessa sua boca.
— …
— O que foi espertinha, ficou com medo?
— Absolutamente.
— Hoje quando eu acordei a música era a de sempre. (Um dois três pra lá…) A que me acalma. Mas quando eu te vi em pleno exercício da sua função, minha bela policial, a música trocou. (Um dois três pra cá…) É essa que me excita, que me faz desejar sangue. Não foi uma excelente ideia dizer que tinha um homem ferido aqui?
— Excelente.
— E você nem chamou reforços. Se eu fosse o seu chefe te daria uma bela advertência.
— Ele vai dar.
— De que adianta dar advertências a cadáveres?
— Se você me soltar prometo que não vai acontecer nada com você.
— Não dá. A música está mais alta agora. Sim, oh sim, mais alta, está chegando a hora. Está chegando, oh sim, oh yes, mais alto, mais alto, mais, mais, mais… Aaaah… Sim! Sim! Agora, amor, agora!
— Oh, merda…