Atravessei a parede
"Porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esse monte: passa daqui´para acolá! E hás de passar e nada vos será impossível." Mateus 17,20
Foi em 1945, eu, um judeu, o último sobrevivente da família, fugia do campo de concentração de Bergen-Belsen, correndo, desabalado, desesperado e faminto, pele e osso, mas com fé, força e determinação, dizia a mim mesmo: eu vou sair daqui e honrar os meus. - Atrás de mim, a cinco metros de distância, vinham furiosos os soldados armados, seus cachorros, carros faróis, sirenes. Eu estava perdido, mas não perdi a esperança. À minha frente, um beco sem saída, um muro, então vi uma claridade, um ser de luz, talvez um anjo, a intensidade do clarão aumentou e ofuscou minha visão. Não parei de correr, senti uma resistência estranha, como se eu atravessasse uma gelatina, o que me pareceu uma eternidade, e caí no mar.
Fui resgatado por pescadores e muito estranho, em 1985, com outra idade e com outra aparência, mais estranho ainda é que eu falava português também. As autoridades pensaram que eu tivesse tido amnésia, fizeram uns exames, hipnose e eu não encontrei vestígios sobre mim nem na Alemanha, nem no Brasil. Aqui, tirei documentos, optei por um sobrenome judeu, para voltar a frequentar as sinagogas. Comecei a trabalhar como estivador e a estudar, cursei a faculdade de Física na UFRJ, concentrando meus esforços na quântica. Farei um pequeno resumo, para explicar o que aconteceu comigo e talvez os senhores não me achem tão louco: 
A matéria não possui substância! Um átomo não é sólido, ele tem um pontinho no centro, cercado por elétrons que aparecem e desaparecem, seu núcleo não é denso e aparece e desaparece também , a parte mais sólida desta matéria seria um pensamento, um bit de informação concentrada.
Ainda bem que não virei mulher!
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Colegas, escutem meus áudios musicais! Beijo.
Foi em 1945, eu, um judeu, o último sobrevivente da família, fugia do campo de concentração de Bergen-Belsen, correndo, desabalado, desesperado e faminto, pele e osso, mas com fé, força e determinação, dizia a mim mesmo: eu vou sair daqui e honrar os meus. - Atrás de mim, a cinco metros de distância, vinham furiosos os soldados armados, seus cachorros, carros faróis, sirenes. Eu estava perdido, mas não perdi a esperança. À minha frente, um beco sem saída, um muro, então vi uma claridade, um ser de luz, talvez um anjo, a intensidade do clarão aumentou e ofuscou minha visão. Não parei de correr, senti uma resistência estranha, como se eu atravessasse uma gelatina, o que me pareceu uma eternidade, e caí no mar.
Fui resgatado por pescadores e muito estranho, em 1985, com outra idade e com outra aparência, mais estranho ainda é que eu falava português também. As autoridades pensaram que eu tivesse tido amnésia, fizeram uns exames, hipnose e eu não encontrei vestígios sobre mim nem na Alemanha, nem no Brasil. Aqui, tirei documentos, optei por um sobrenome judeu, para voltar a frequentar as sinagogas. Comecei a trabalhar como estivador e a estudar, cursei a faculdade de Física na UFRJ, concentrando meus esforços na quântica. Farei um pequeno resumo, para explicar o que aconteceu comigo e talvez os senhores não me achem tão louco: A matéria não possui substância! Um átomo não é sólido, ele tem um pontinho no centro, cercado por elétrons que aparecem e desaparecem, seu núcleo não é denso e aparece e desaparece também , a parte mais sólida desta matéria seria um pensamento, um bit de informação concentrada.Ainda bem que não virei mulher!
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Colegas, escutem meus áudios musicais! Beijo.