“Todos os personagens e lugares contidos neste conto são frutos de minha imaginação e não tem qualquer relação com nomes e/ou personalidades da vida real. Qualquer semelhança terá sido mera coincidência.”
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CAPITULO II - AQUI
A ameaça pairava no ar...
Vários outros tremores, sem avisar, dizimavam todo o país. Morte e destruição reinavam absolutos.
Milhares de quilômetros longe de Bela Vista, um grupo se reunia sigilosamente. Nas dependências de uma base militar do governo Brasileiro, instalada na Amazônia, onde somente poucos, ou melhor, pouquíssimos sabem de sua existência.
- Então começou? – uma voz autoritária quebrou o silencio reinante na grande sala branca sem ornamentos.
- Parece que sim, senhor. Estamos vivendo algo novo na história e que Deus tenha misericórdia do mundo. – foi a resposta dada por um pequeno e obeso senhor, careca e suando as bicas. Era o cientista mais renomado do Brasil. Dr. Hermes Tobias.
Continuou, quase sem respirar mostrando que os pontos dos abalos intensificaram exponencialmente.
- São cataclismos programados, dizimando a terra. Em poucos dias o Brasil será apenas um amontoado de escombros e nada podemos fazer, pois nossa tecnologia não chega aos pés da que enfrentamos agora. – soltando os braços em total demonstração de desanimo, Dr. Tobias seguiu em silencio para sua cadeira.
- Como começou isso? – A voz, agora mais intensa, queria respostas.
- Nada sabemos senhor. Estamos às escuras. – alguém se adiantou em responder – Somos uma nação que não sobreviverá a essas catástrofes, nossos equipamentos não detectam os tremores com antecedência, então...
O homem não conseguiu terminar suas palavras que foram cortadas pelo general de semblante triste, porém rude.
- Voltamos à estaca zero. Estamos à mercê de nem sei o que, imponentes como uma criança que perdeu seus pais.
No fundo da sala, quase invisível, devida a parca iluminação estava um cientista, que parecia alheio aos burburinhos.
Levantando-se calmo, pediu educadamente a palavra.
- Senhores? – disse com sotaque forte - Peço um instante da atenção de todos. Meu nome é Sergei Burakowiski, sou da equipe russa que acompanha esses tremores desde o início, e após longos dias de cálculos e noites em claro, chegamos a uma conclusão.
Os olhos curiosos fitavam o forasteiro, e como se não quisessem perder nem uma virgula dita por ele, mantinham um silencio sepulcral.
Burakowiski fez um sinal ao rapazote que se escondia atrás de um lap-top e o jovem, que saindo de um estado letárgico quase derruba o aparelho. Recompondo-se rapidamente apertou uma tecla e a parede branca começa a reproduzir imagens que mais pareciam sair de um filme de ficção.
(continua)...