O dono do cemitério

Os personagens dessa história bizarra:

Sr. Bóris ou como era cohecido O dono do cemitério.

Ninguém sabe desde quando ele tomava conta do cemitério daquela pacata cidade, mas todos o respeitavam, ou melhor dizendo, tinham medo dele.

Sempre usando seu terno preto bem cortado, no alto de seus 1,80 m, apesar da idade um pouco avançada.

Ele era imponente e causava respeito e medo.

Nunca o viam fora do cemitério. Nunca. Na verdade ele morava lá, em casa pequena nos fundos do cemitério. Seu cemitério.

Wagner

Toda cidade pequena tem uma figura exótica, e nessa cidade era ele.

Vivia pelas ruas desde que sua esposa faleceu de uma doença misteriosa.

Não era má pessoa, mas sua sanidade havia ido embora há muito tempo.

Perambulava pelas ruas, parando nas esquinas e fazendo profecias e pregações infundadas.

Os góticos.

Um grupo de jovens que se vestiam de preto, e circulavam geralmente pela noite afora, procurando algo para fazer.

E geralmente, para o desespero do Sr. Bóris, acabavam indo terminar a noite no "seu" cemitério, onde ficavam circulando entre os túmulos.

Até Wagner algumas vezes acabava dormindo no cemitério, mas o Sr. Bóris tinha certa simpatia por ele.

Mas dos góticos, ele tinah verdadeira aversão.

Talvez por saber que eles não tinham o devido respeito pelos mortos.

Pois bem, até agora fomos apresentados aos nossos personagens.

Claro que na cidade havia muitos outras pessoas, mas não são relevantes para a história.

Ah sim, esqueci-me de uns personagens importantes, os fantasmas do cemitério.

Todo bom cemitérios tem seus fantasmas ou pelo menos as suas lendas, e esse também tinha.

Reza a lenda que o próprio Sr. Bóris era um fantasma.

Mas o que se falava e muitos acrditavam era que ele tinha "amizades" com todos os fantasmas do cemitério.

Mas tudo era pacato naquela pequena cidade. Calmaria. Monotonia. Marasmo.

Até que uma noite, a escuridão e o silêncio foi quebrado por gritos de desespero e dor foram ouvidos por quase todos.

Mas o medo não deixou ningém se levantar e sair para ver de onde vinham.

Todos pensaram ser os fantasmas do cemitério.

Pela manhã, o sol demorou a sair e a chuva caia de modo persistente.

Mas algo mais acontecia, algo medonho, algo assustador aguardava os espectadores.

No cemitério, cinco corpos dilacerados e espalhados foram encontrados pelos túmulos.

Pelas vestimentas pretas rasgadas não foi dificil saber que eram os góticos, os jovens que frequentavam o cemitério nas noites mais escuras.

Como aquilo havia acontecido ninguém podia imaginar. Pedaços de corpos espetados nas cruzes, marcas de sangue ficaram por toda parte. Simplesmente inexplicável.

Pareciam ter sidos atacados por feras selvagens.

A poliícia foi chamada e o Sr. Bóris foi ouvido, uma vez que ele morava lá no cemitério.

Ele aaprentava estar calmo e rspondeu a todas as perguntas de modo satisfatório.

Terminando seu relato, Sr. Bóris completou dizendo que muitas vezes havia avisado os góticos de que era perigoso ficarem durante a madrugada no cemitério e que caso ocorresse algo ele não poderia ajudá-los.

Inclusive durante aquela noite, quando eles pularam o muro e entraram.

Mas eles nunca me ouviam, ele afirmou.

Até qque aconteceu essa tragédia. A culpa é deles mesmos. Eu avise, ele completou.

E voltou para sua casa, não sem antes pedir para que deixassem seu cemitério limpo como antes.

Algumas horas depois Wagner entrou na delegacia, parecia apavorado com os olhos arregalados e tremendo.

Ele disse que precisava contar algo muito sério.

Pediu um copo de água e se sentou.

-Eu estava lá....Ontem á noite eu dormia lá quando tudo aconteceu. Vocês querem saber ??

E começou seu relato.

" O Sr. Bóris não me viu quando entrei no cemitério por volta das 17 horas, antes que ele trancasse o portão às 18 horas em ponto, como sempre fazia.

Eu estava cansado e acabei me deitando num canto afastado do cemitério. Acabei pegando no sono logo.

Por volta das 23:00 horas acordei com o barulho dos góticos pulando o muro e falando entre si.

Não estranhei pois eles sempre faziam isso, e eu sabia que o Sr. Bóris iria sair de sua casa e ia se dirigir até eles para ameaç´-los como sempre fazia.

Ele detestava os góticos. Mas nessa noite ele não foi até lá e nem saiu logo que eles pularam para dentro do cemitério.

Eu continuei ali sentado e vendo os góticos a uma certa distância de onde eu estava.

E acabei pegando no sono novamente, mas acabei sendo acordado com barulhos estranhos.

Olhei para a casa e lá estava ele, o Sr. Bóris, mas de uma maneira que eu nunca tinha visto, parecia bem mais alto do que o normal, estava com os braços erguidos para o alto e olhava também para cima e falava coisas em uma lingua estranha.

Os góticos estavam como que paralisados olhando pra ele.

De repente ouvi claramente o Sr. Bóris dizer : Saiam e façam o que tem de ser feito. Eles profanam nosso cemitério.

Após dizer isso, algo que eu ainda não creio ter visto aconteceu.

Sei que vai ser difícil acreditar, mas alguns túmulos se abriram e pude ver corpos saindo e se transformarem em algo que parecia um lobo com garras enormes e se dirigirem em direção aos góticos, que começaram a gritar e a correr.

Mas tudo em vão, os lobos ou seja lá o que fossem eram muito rápidos e os atacaram de maneira cruel.

Rugindo como feras e estraçalhando com dentes e garras.

E o ele continuou lá, imóvel. apenas vendo a cena se desenrolar diante de seus olhos.

Quando todos os góticos estavam sem vidas, após os gritos de desespero, Sr. Bóris assobiou e cada fera tomou a forma humana e voltou para seus túmulos.

O Sr. Bóris sorriu de maneira horrenda e voltou para dentro.

Eu continuei onde eu estava até amanhecer, e depois pulei o muro e sai perambulando pelas ruas não acreditando que havia acontecido tudo aquilo.

Queria que fosse só um pesadelo. Andei sem parar o dia todo.

E só agora a pouco voltei lá para ver se algo tinha acontecido, ou se fora pesadelo.

Chegando lá, havia muitas pessoas limpando os túmulos e tive a certeza de que havia acontecido mesmo.

Sr. Bóris estava lá, calmo e com a mesma postura de sempre.

Se dirigiu a mim e me disse que os góticos haviam sido atacados por algum animal durante a madrugada.

E que sempre os avisava sobre esse perigo.

Eu não soube o que dizer. Saí correndo e vim direto para cá.......

Os fantasmas dos cemitério mataram os góticos, a mando do Sr. Bóris.

É isso que tenho para contar a vocês.

Vocês precisam ir até lá e fazer algo.

Precisam....."

E começou a chorar e a tremer desesperadamente.

Lhe deram outro copo de água.

Nisso, o Sr. Bóris entrou na delegacia calmamente e perguntou se estava tudo certo.

Sim, foi a resposta.

Vamos colocar policiais para vigiarem o cemitério para o caso de algum animal voltar essa noite.

Wagner não sabia o que dizer, sua história caiu no descrédito. Tudo o que ele disse foi em vão.

O Sr. Bóris se virou e foi se dirigindo para a porta. Ao passar na frente de Wagner seus olhos cruzaram e ele disse:

- Cuidado Sr. Wagner. Temos uma fera à solta.

Estou te avisando como sempre avisei os góticos. Pena que nunca deram ouvidos às minhas palavras.

Sorriu discretamente e saiu.

Os policiais falaram para Wagner que era melhor ele passar aquela noite com eles, em uma cela.

Afinal havia uma fera á solta lá fora.

E você? Em quem acredita? No Sr. Bóris? O dono do cemitério?

Ou em Wagner? Um andarilho que sempre tem um discurso desconexo.....

A proósito, tranque bem as portas quando for dormir, afinal há uma fera lá fora.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 26/04/2014
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