VAMPIRO

Deem-me flores

Que faço abutres

Regurgitá-las

Deem-me abutres

Que os faço

Rapinarem a grama rasteira

E permitir daninhas ervas

Como corações solitários

Que querem rasgar túmulos abandonados e rumar noite adentro por alamedas silenciosas. Respirar suavemente sob o pio de aves invisíveis e arrepiarem felinos incautos de caudas descuidadas. Aviso- os de que ao fim delas, as alamedas, haverá uma confluência qual funil onde vos espero, armado da mais profunda melancolia e do mais vil desejo de que sofram comigo a dor da derrota de renunciar à vida e de não ser desejado pela morte.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 07/04/2014
Código do texto: T4759981
Classificação de conteúdo: seguro