Jogo Oculto

Quando coloquei o dedo naquele maldito copo, fiz uma promessa. E mesmo que eu tirasse meu dedo dali, eu continuaria gratificantemente presa à esse turbilhão de sentimentos ocultos e verdades duvidosas.

Quando deixei o medo para trás e casei-me com nosso jogo, ousei, rebelde, correr qualquer risco para permanecer ali.

A energia do momento fez com que as letras se juntassem em palavras e, de repente, eu me vi abaixo da linha do desespero. O medo da morte tocou meus pés outra vez, e a adrenalina no sangue corria em prol da liberdade da alma. Pediste por suicídio.

Vi meu corpo tremer e temer a solidão, e agora o coração de minha mente se via em complexa decisão.

Tocaste os meus lábios, arrepio que sobe à espinha. Em palavras, disseste: Eu te amo, venha para mim.

Corri minha mão à boca, acariciando onde deixaste sua marca, não podia deixar de sorrir. Por séculos sua amada esquecida, a dama da vingança, da promessa, sua propriedade e agora eu.

O copo então se quebrou, em pedaços, mas não em vidro. Ele quebrou e partiu meu coração, que se custa informar, ainda está a sangrar.

Vieste em sonho, em forma chamaste, e eu sussurrei seu nome negro, não em cor, mas em aura: Pedro Gonzalez.

Escorreram-se as lágrimas. Acariciaste meu rosto. Abraçaste-me como se dissesse: Querida, eu estou aqui.

E eu reatei nosso caso perdido. No tempo, na fé e na loucura.