O ESPÍRITO DE VINGANÇA - PARTE 4

O penúltimo capítulo dessa série. Mais uma vez Michael Rudolph se depara com o ingrato destino batendo a sua porta. Agora, o caminho não tem volta. Boa leitura a todos.

O ESPÍRITO DE VINGANÇA - PARTE 4

M DAMER SIMAS

- Então seu nome não é Carl? Como burlou o nosso sistema de seleção garoto?

- Isso não interessa. Seja plausível e responda apenas o que eu perguntei. Agora, quem faz perguntas sou eu. Vou tentar mais uma vez. Como eu tiro essa merda da minha cabeça?

- Eu não sei! Eu já disse isso!

- Meu rosto vai ser a sua última visão caso não saiba mesmo seu porco maldito. Ou você conta logo o que sabe ou arranjo outra pessoa que saiba o mesmo que você. Não deve ser difícil nessa maldita cidade. Ou conta logo ou eu mato você e sua família.

NEW YORK CITY, 27 DE OUTUBRO DE 2006 – PRIMEIRAS HORAS DO DIA.

A criminalidade já havia diminuído em nova Iorque. Desde que Michael caminhava como mendigo pela zona portuária, alguns dos mais perigosos bandidos da área haviam sumido, Como policial recém-formado as coisas seriam mais fáceis.

A polícia faria sua parte nos casos. Mas apenas “em partes”. Michael era o encarregado da zona portuária, onde ele varava os dias atrás de provas de crimes que ele mesmo cometeria a noite e que ele mesmo ocultaria. Jamais seria desmascarado, pois era esperto demais, audaz como nenhum outro e dentre tudo o que corria pelos labirintos das mentes mundanas, todos os segredos que jamais seriam revelados, pelo menos com um deles ele não havia de se preocupar. Com a morte.

Seu primeiro caso havia chegado. Um assaltante estava às vésperas de ser linchado pela população quando a viatura com Michael e Sam chegou ao porto. Um adolescente negro, chamado Junior, havia se envolvido em um roubo de cargas. Os navios atracavam noite e assim que a tripulação dormia, Junior e seus comparsas roubavam a carga. Nada estranho ao dia a dia do porto se não fosse pelo fato de terem sido roubadas, doações de comidas, roupas e remédios. Tudo seria distribuído nas redondezas do Brooklin se não fosse pela ação daquela quadrilha fuleira. Era o tipo de coisa que Michael não deixaria passar.

- Camarada, eu quero saber o porquê de sua intervenção a esses navios. Você é simplesmente louco ou totalmente vagabundo, para estar roubando doações?

- Eu... Eu não mando em nada aqui policial. Eu só faço o que me mandam. Por favor, me solte.

- Vou soltá-lo com as pernas e mãos amarradas dentro desse rio, seu vagabundo. Agora, é sua última chance. Conte-me logo quem está por trás disso.

- Eu já disse, não sei!

- Ok. Sam! Afaste a população daqui enquanto eu amarro esse estrume. Vou jogá-lo no rio!

- ESPERE! Eu falo! Foi Rush! Ele que nos manda roubar os navios. Troca tudo que rouba com traficante de drogas e depois revende e também as usa em suas feitiçarias! Não me jogue no rio, isso é tudo que sei!

- Veja bem. Você falou feitiçaria?

- Sim, sim! Mas ele apenas mente, eu acho. Acho que põem drogas para enganar as mulheres que frequentam a sua casa.

- Mulheres têm aparecido mortas nessa área, não é mesmo?

- Sim. Mas não é Rush que as mata. Eu acho.

- Sam, leve esse elemento para a delegacia. Vou tirar a limpo essa história com esse tal de Rush.

Quando a noite chegasse, Michael saberia o que fazer. Atacaria sem piedade e deixaria mais um vagabundo sem coração. As almas estavam felizes com o retorno dado por ele. Eram precisamente vinte e três horas quando Michael encontrou dois traficantes vendendo drogas pelas ruas do Brooklin. Venda de drogas era algo que acontecia diariamente naquela região, até mesmo era normal, o que não era normal e nem um pouco viável, era oferecer cocaína a Michael. Um gordo chamado Brick e um negro chamado Snoop cavaram sua cova quando responderam que sim, que faziam muito dinheiro vendendo seus tóxicos.

Cabeça chocou-se contra cabeça e sangue escorreu por entre os dedos de Michael. Ele desferiu uma série de socos no rosto de Brick e então guinchado por seu próprio peso, o gordo estendeu-se no chão. Com o pé pressionando o pescoço do elefante caído, Michael tirou de seu peito o coração dele. Enquanto oferecia às almas mais essa oferenda, dois disparos da pistola Glock de Snoop acertaram suas costas. A morte não acompanhava os caminhos de Michael e logo Snoop descobriria isso. Tomado por uma fúria incontrolável, possessiva, Michael abraçou as pernas do homem e o derrubou ao chão. Com uma forte pressão, furou os olhos do traficante e arrancou suas vísceras com as mãos. Os gritos certamente chamariam a atenção de todos os moradores da área e então Michael correu para o casebre de Rush. A porta de madeira foi derrubada com um chute, na mesma hora em que o homem despejava seu veneno entorpecente na boca de uma menina. Não houve tempo para fuga.

- Seu porco imundo. Antes que eu lhe mate, tente salvar a sua vida. Menina! Suma já daqui!

- o que você quer de mim?

- Eu quero algumas respostas. Você é feiticeiro, não é?

- É claro que não! Eu apenas uso drogas...

- Então vou mata-lo, não tem serventia para mim.

- Espere! Eu posso ajuda-lo – o medo da morte liberta os fantasmas que vivem dentro de nós – Eu tenho um livro!

- Vou ser breve com você. Quero tirar algumas vozes da minha cabeça.

- Você deve estar louco. Isso não existe!

- Isso lhe parece brincadeira – Michael fez com que as vozes falassem. - ALMAS... QUEREMOS ALMAS...

- Que porra é essa cara?

- Isso é o que vai matar você se tentar me enrolar.

Descendo as escadas, em direção ao porão da casa do bandido, Michael avistou o livro sobre uma pequena mesa de madeira. De couro, com a capa preta e as letras em dourado. Era ali que estaria a solução de seus problemas. A vontade de matar teria que esperar.

- Eu preciso saber como foi que essa coisa foi parar na sua cabeça.

- Meu pai. Isso é tudo o que você tem que saber.

- Que merda de pai cara!

- Não importa o que ele fez e porque fez. Se abrir sua boca de novo eu vou procurar isso sozinho.

- Desculpa cara, não vou falar mais nada.

A pesquisa perdurou por quase toda a noite. Às escuras páginas do livro traziam respostas mais escuras ainda. O entendimento daquelas linhas era sombrio e nada fazia sentido. Tudo estava ali, mas o que era lido por olhos comuns tornava-se indecifrável, até que Rush soltou um grito.

- Aqui! Achei o que você procurava Michael.

- Então, o que tenho que fazer?

- Michael, preste bem atenção, pois tudo o que foi feito será desfeito se você o fizer. Inclusive o propósito dessa mandinga.

- Então procure outra forma.

- Não há mais nada no livro.

- Droga! Diga logo então.

- Palavras serão pronunciadas e o beneficiário do feitiço o recusará e também perfurará o coração de quem o fez.

- E se quem o fez estiver morto?

- Aí, meu amigo, quem está morto deve voltar.

- Isso é possível?

- Somente com a autorização de Deus. Um padre com a fé inabalável deve pedi-lo. Um Homem interessado deve fazer o feitiço para abrir o portão do céu. E mais uma coisa. Quando tudo estiver feito, o demônio deve ter um novo receptáculo. Alguém disposto a morrer quando o exorcismo for concluído.

- Tem mais alguma coisa que eu tenha que saber?

- Não. Isso é tudo. Agora, pode ir embora e deixar-me em paz. Já fiz o que você queria.

- Sim, mas quem disse que eu lhe deixaria em paz?

- Não espere, tem mais uma coisa... O velho Winstoll sabe mais que eu. Ele está por traz dos roubos Michael. Ele é que manda. Seu chefe é um bruxo!

- Isso eu resolverei depois. Primeiro tenho que matar você!

37 DP NOVA IORQUE – 27 DE OUTUBRO A NOITE

- Você esta me dizendo que o chefe Winstoll meche com bruxarias? Você já é o segundo que me fala isso.

- Sim! Por favor, pare de me bater. Se seus amigos vierem aqui e souberem o que eu disse vão bater mais.

- A porta está trancada seu cão sarnento. Eu quero a verdade! Agora!

- Sim, esse tal Winstoll frequenta casas de feitiçaria no porto. Ele tem respostas que você procura. Eu já o vi por lá.

Michael caminhou até a porta, destrancou-a e assim seus companheiros entraram na sala correndo. Aos gritos chefe Winstoll o chamara:

- DETETIVE CARL! EM MINHA SALA AGORA!

Era tudo o que Michael precisava. Após ouvir algumas frases e um mandato para tirar férias, Michael não se conteve...

HORAS MAIS TARDE!

- Então seu nome não é Carl? Como burlou o nosso sistema de seleção garoto?

- Isso não interessa. Seja plausível e responda apenas o que eu perguntei. Agora, quem faz perguntas sou eu. Vou tentar mais uma vez. Como eu tiro essa merda da minha cabeça?

- Eu não sei! Eu já disse isso!

- Meu rosto vai ser a sua última visão caso não saiba mesmo seu porco maldito. Ou você conta logo o que sabe ou arranjo outra pessoa que saiba o mesmo que você. Não deve ser difícil nessa maldita cidade. Ou conta logo ou eu mato você e sua família.

- Carl, não faça isso!

- Meu nome não é Carl, é Michael seu gordo fétido! Fale logo ou vou mata-lo agora!

- Ok! Você deve voltar para Londres e fazer o feitiço lá! É somente isso que eu sei além do que já foi lhe dito!

- PENSA QUE EU SOU IDIOTA VELHO! EU VOU TE MATAR!

- NÃÃO! É VERDADE!

- Tem um cara no porto que pode confirmar...

- Rush já está morto. Eu espero que a história que vocês dois contaram seja realmente verdade. Se for, você nunca mais verá minha cara, se não for, minha cara será a última coisa que você vai ver!

CONTINUA NA PARTE FINAL

M Damer Simas
Enviado por M Damer Simas em 10/03/2014
Código do texto: T4723442
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