Maria Eugênia - Sexta Parte
Ao ver a carte, Renita assentiu, como que confirmando o que sentia.
- A carta sorteada fala por si. - disse ela. - O menino e gata já não pertencem mais a esse mundo. Mas também é uma carta que, embora assuste muitas pessoas, também significa mudanças, ou o término definitivo de alguma coisa. Aqui, quer dizer que essa situação que os aflige está próxima de terminar definitivamente. Basta que a gata seja enterrada junto do menino, no cemitério. Enquanto isso não acontecer, nenhum dos dois descansará, e continuarão vagando pela Terra.
- Bem, - disse Helena , - Então só precisamos descobrir em qual cemitério o menino está sepultado, e levamos os ossos da Maria Eugênia para lá...
- E que seja o quanto antes. - emendou Jorge. - Tia, a senhora sabe, eu nunca acreditei muito nessas coisas, mas confesso que estou assustado... muito assustado.
Renita balançou a cabeça.
- Esse não é um ritual para leigos, meu caro sobrinho. - falou. - Eu é que terei de fazê-lo. Assim que você descobrir onde o menino está sepultado, desenterre os ossos da gata e me avise. Então iremos juntos ao cemitério, eles terão paz, e vocês também...
Helena estava visivelmente abalada.
- Mas, tia Renita, enquanto isso não acontece, não tem como fazer a Maria Eugênia se afastar de nós? Não queria mais vê-la dentro de casa. Marina está morrendo de medo... e eu também.
Renita fez que sim. Foi até o altar, de onde pegou uma vela branca e um saquinho de sal grosso, que entregou a Helena.
- Acenda essa vela na porta de entrada da casa e espalhe o sal grosso em redor dela. Maria Eugênia não poderá entrar.
Jorge foi a uma biblioteca e pesquisou em jornais de 10 anos atrás. Encontrou a notícia sobre um trágico acidente de carro que vitimara o pequeno Lucas Renan Pinho de Souza, de 7 anos. Um pouco mais adiante encontrou o convite do enterro do menino.
Já sabia onde Lucas fora enterrado.
CONTINUA