Dissecado vivo- parte 3

Dissecado Vivo- Parte 3

Jorge Linhaça

Desperto mais uma vez, rezando pra que o pesadelo tenha se acabado, que tudo não tenha sido apenas um fruto de minha imaginação. Pura ilusão.

Ao abrir os olhos vejo meu algoz ao meu lado, a poucos centímetros de mim, os olhos demonstram uma ansiedade sádica e quase posso perceber uma certa dose de alegria.

Ouço, mais uma vez, o som de objetos metálicos arrastados sobre a mesa, e vejo-o erguer um alicate de corte, aparentemente muito afiado, desses alicates articulados que se usam para cortar cadeados e correntes. O suor frio do medo já escorre pela minha testa, imaginando a qual suplicio corporal e mental ele me submeterá desta vez. Tento não olhar, mas, meus olhos se fixam no espelho acima de mim e percebo que minhas mãos estão calçadas, mantendo meus dedos acima da superfície de minha prisão metálica. O alicate, o maçarico e minhas mãos. Percebo, finalmente, as suas intenções. Minha voz continua muda, não consigo emitir um único som que possa expressar meu pavor enquanto ele inicia seu pavoroso mister, envolvendo dedo após dedo com as garras metálicas do tal alicate e decepando-os um a um.

O sangue jorra, escorre pele mesa e mela o alicate maldito enquanto que eu totalmente paralisado nada posso fazer senão assistir ao cenário de horror que se desenrola à minha frente.

Termina sua macabra obra em minha mão esquerda, e com o maçarico cauteriza a sangue frio as veias que param de jorrar sangue. Nessa hora dou graças aos céus por nada poder sentir fisicamente.

Contorna pelo caminho mais longo a mesa e ocupa-se de repetir os seu procedimento macabro em minha outra mão... Lá se vai o mindinho...depois o anelar...o dedo médio logo lhes faz companhia em mais um frasco, onde meus dedos flutuam como algum tipo de picles demoníaco, logo o indicador e o polegar encontram o mesmo destino.

Novamente o maçarico entra em ação.

O homem se afasta por um momento, não sem antes me fazer olhar para o frasco em suas mãos, como que a me dar a oportunidade de despedir-me de meus dedos ensanguentados.

Quando retorna traz em suas malignas mãos um serra circular, dessas que se usam em autópsias, aproxima-as de meus olhos e a faz funcionar, obrigando-me a ouvir o ruído assustador e medonho que invade meus tímpanos e minha mente.

Desliga a odiosa serra e posiciona-se atrás de mim, só nesse momento percebo que minha cabeça está raspada à navalha, o homem monstro marca minha testa com uma espécie de caneta hidrográfica, pontilhando-a e continuando a marcação pelas laterais, circundando meu crânio por completo.

A tenebrosa serra volta a zunir em meus ouvidos e vejo-a aproximar-se de meu crânio e começar a serra-lo, o maldito teve o cuidado de começar a sua tortura pela lateral a fim de que o sangue não escorre-se sobre meus olhos impedindo-me de ver mima cabeça sendo aberta paulatinamente. Vasos rompiam-se, o sangue espirrava em seu jaleco, e ele continuava calmamente o seu horripilante afazer até que acabou de fazer a sua volta.

No entanto, antes que serra-se a minha testa, cobriu meus olhos com uma bandagem qualquer, e ali permaneci, ouvindo o tétrico roncar da serra chocando-se contra os ossos de meu crânio. Tão logo o som foi interrompido, ele retirou-me as bandagens dos olhos para que eu pudesse vê-lo retirar o tampo de meu cérebro que ficou exposto como se fora um modelo plástico de uma aula de anatomia.

Continua....