- Aguarde só mais alguns instantes, por favor.
- Impossível. O sr. Elton deve estar impaciente.
- Que espere! Além disso, o horário de trabalho já acabou. Esse feitor não dispõe do dia todo para isso?
A mulher olhou para ele. Sorria.
- Esse feitor está ganhando muito dinheiro para você!
O homem, enquanto acendia um cigarro, olhava para a mulher de soslaio. Estavam dentro do carro, em frente à porta da casa. Perante eles se estendia um grande e magnifico jardim. Um aroma excitante de rosas e outras flores entravam pelas janelas abertas do belo Ford Torino modelo 1970.
- Com o meu capital.
- Bem, mas ele faz todo o trabalho, Léo.
- Quase todo.
Tentou abraça-la. Ela permitiu, passivamente. O homem a soltou com uma exclamação.
- Você é um bloco de gelo!
- É que não é hora e nem lugar, Léo.
A mulher devia ter no máximo trinta anos. A luz das estrelas deixava ver seus traços, ligeiramente angulosos. Usava um belo vestido e uma capa marrom, curta, caída descuidadamente sobre os ombros. Irresistivelmente linda, ele voltou a abraça-la.
- Arre, deixe que o velho se afogue nos papeis essa noite. Vamos embora!
- Impossível, e você sabe disso. Não sei porque insiste tanto. Deixe-me ir.
Leonardo Marques tinha passado dos quarenta anos e seu rosto começava a demonstrar a idade. Porém, graças ao seu cuidado com o corpo e à disciplina na malhação, se mantinha em boa forma.
Os passos de Liza fizeram Léo voltar de seus pensamentos que flutuavam com a fumaça de suas tragadas, ele ainda permaneceu ali observando o sacolejar das ancas da mulher que caminhava calmamente em direção à porta da bela e cuidada casa.
Olhou no relógio sem se importar com as horas, contou vinte e seis segundos. Às vezes ele se perguntava, porque sempre vinte e seis segundos? Ela caminhava tão calma, quase flutuava e ainda assim tudo se resolvia em vinte seis segundos.
O som do estampido seco fez Léo sair de seus devaneios...
- Acho que preciso parar com isso – disse com os dentes apertando o cigarro que estava quase no fim.
Ligou o lindo carro e aguardou impacientemente os outros dez segundos que viriam.
Liza viria exuberante com seus doces lábios úmidos de prazer dizendo “feito” e voltariam para casa tranquilos por queimarem mais um arquivo vivo.
Mas não dessa vez...
“Há coisas que devem permanecerem ocultas” – pensava.
A porta da casa abriu tão rápido que as dobradiças se soltaram e o ser que apareceu no lugar de Liza tinha os olhos vermelhos como fogo e empunhava uma arma que nem Léo tivera o prazer de conhecer...
O coração de Léo disparou tão rápido que ele sentia seu peito pular.
- O quê? O que está acontec...
Não deu tempo de terminar a frase, a bala disparada pelo homem voava em sua direção. Léo foi pego de surpresa.
O projetil quebrou o para-brisa do veículo acertando entre os olhos do homem que encomendara a morte de seu contador.
Os olhos de Léo permaneciam abertos destilando a surpresa, incrédulos emanavam o vazio da morte.
Liza caminhou calmamente em direção ao carro e com seus lindos e carnudos lábios balbuciou:
- Entre agora Elton, meu amor, preciso revelar algo ao nosso chefe...
Léo, eu estou apaixonada pelo seu contador e sei que você não fará objeções.
A bela moça soltou uma gargalhada que ecoou pela rua deserta.
O filete de sangue que escorria humilde de sua boca foi a única manifestação daquele pobre cadáver...
- Impossível. O sr. Elton deve estar impaciente.
- Que espere! Além disso, o horário de trabalho já acabou. Esse feitor não dispõe do dia todo para isso?
A mulher olhou para ele. Sorria.
- Esse feitor está ganhando muito dinheiro para você!
O homem, enquanto acendia um cigarro, olhava para a mulher de soslaio. Estavam dentro do carro, em frente à porta da casa. Perante eles se estendia um grande e magnifico jardim. Um aroma excitante de rosas e outras flores entravam pelas janelas abertas do belo Ford Torino modelo 1970.
- Com o meu capital.
- Bem, mas ele faz todo o trabalho, Léo.
- Quase todo.
Tentou abraça-la. Ela permitiu, passivamente. O homem a soltou com uma exclamação.
- Você é um bloco de gelo!
- É que não é hora e nem lugar, Léo.
A mulher devia ter no máximo trinta anos. A luz das estrelas deixava ver seus traços, ligeiramente angulosos. Usava um belo vestido e uma capa marrom, curta, caída descuidadamente sobre os ombros. Irresistivelmente linda, ele voltou a abraça-la.
- Arre, deixe que o velho se afogue nos papeis essa noite. Vamos embora!
- Impossível, e você sabe disso. Não sei porque insiste tanto. Deixe-me ir.
Leonardo Marques tinha passado dos quarenta anos e seu rosto começava a demonstrar a idade. Porém, graças ao seu cuidado com o corpo e à disciplina na malhação, se mantinha em boa forma.
Os passos de Liza fizeram Léo voltar de seus pensamentos que flutuavam com a fumaça de suas tragadas, ele ainda permaneceu ali observando o sacolejar das ancas da mulher que caminhava calmamente em direção à porta da bela e cuidada casa.
Olhou no relógio sem se importar com as horas, contou vinte e seis segundos. Às vezes ele se perguntava, porque sempre vinte e seis segundos? Ela caminhava tão calma, quase flutuava e ainda assim tudo se resolvia em vinte seis segundos.
O som do estampido seco fez Léo sair de seus devaneios...
- Acho que preciso parar com isso – disse com os dentes apertando o cigarro que estava quase no fim.
Ligou o lindo carro e aguardou impacientemente os outros dez segundos que viriam.
Liza viria exuberante com seus doces lábios úmidos de prazer dizendo “feito” e voltariam para casa tranquilos por queimarem mais um arquivo vivo.
Mas não dessa vez...
“Há coisas que devem permanecerem ocultas” – pensava.
A porta da casa abriu tão rápido que as dobradiças se soltaram e o ser que apareceu no lugar de Liza tinha os olhos vermelhos como fogo e empunhava uma arma que nem Léo tivera o prazer de conhecer...
O coração de Léo disparou tão rápido que ele sentia seu peito pular.
- O quê? O que está acontec...
Não deu tempo de terminar a frase, a bala disparada pelo homem voava em sua direção. Léo foi pego de surpresa.
O projetil quebrou o para-brisa do veículo acertando entre os olhos do homem que encomendara a morte de seu contador.
Os olhos de Léo permaneciam abertos destilando a surpresa, incrédulos emanavam o vazio da morte.
Liza caminhou calmamente em direção ao carro e com seus lindos e carnudos lábios balbuciou:
- Entre agora Elton, meu amor, preciso revelar algo ao nosso chefe...
Léo, eu estou apaixonada pelo seu contador e sei que você não fará objeções.
A bela moça soltou uma gargalhada que ecoou pela rua deserta.
O filete de sangue que escorria humilde de sua boca foi a única manifestação daquele pobre cadáver...