A SERPENTE DO FARAÓ
 
 
O dia 20 de abril de 1314 nasceu ensolarado e com o céu excepcionalmente limpo no condado de Gard, sul da França. Pudera, a primavera tinha chegado mais cedo naquele ano e os vinhedos da famosa Côte Du Rhone estavam começando a florescer. O velho castelo de Roquemaure, doado por Raimundo VI, de Toulouse, ao papa Inocêncio III, para que este não o acusasse de abrigar e proteger os hereges albigenses, estava engalanado para receber Clemente V e sua corte. O papa pernoitaria ali, para, na manhã seguinte, continuar a viagem que empreendera, de Avignon para sua cidade natal.
Roquemaure era um castelo que tinha boas histórias para contar. Situado ás margens do Ródano, no centro de uma região onde floresceu e viveu a heresia cátara, ainda conservava uma forte tradição ligada a esses estranhos inimigos da Igreja de Roma, que acreditavam num mundo regido por dois princípios – as trevas e a luz –, princípios esses que guiavam as almas dos homens para Deus ou para o Diabo, conforme se escolhesse ser vassalo de um ou de outro.
Os cátaros se diziam vassalos do verdadeiro Deus, pois haviam escolhido a luz em oposição ás trevas. Por isso odiavam a matéria e todos os seus esforços eram feitos no sentido de libertar-se dela, para que seus espíritos se convertessem em pura luz. Seus líderes se diziam em franca oposição com o clero católico. Para eles, os padres da Igreja de Roma, e o próprio papa, só visavam o poder temporal e as riquezas que ele proporcionava. Por isso, eles queriam distância de Roma e das doutrinas da sua Igreja. Os católicos eram os “discípulos das trevas”, e o papa, seu chefe, o próprio Diabo.
Essa era uma heresia brava que a Igreja não podia tolerar. Até porque as idéias cátaras começavam a contaminar toda a sociedade da região, que abrangia, na época, uma das populações mais civilizadas e desenvolvidas da Europa, o Langedoc.
O castelo de Roquemaure fora uma das fortalezas sitiadas por Simão de Montfort, em julho de 1244, e ali ocorreria a chacina de mais de uma dezena de cátaros, em uma de suas últimas e desesperadas tentativas de defesa. Dizia-se que os fantasmas dos hereges queimados costumavam aparecer lá, em meados de julho, guarnecendo as ameias do castelo, á espera das tropas católicas, e ainda se podia ouvir o retinir das espadas em choque, os gritos dos combatentes, o crepitar das fogueiras erguidas no patio para queimar os sobreviventes da pavorosa matança que os cruzados de Simão de Montfort promoveram naquele dia.
Clemente V não acreditava em fantasmas. E nem estava preocupado com o fato de aquele castelo estar agora nas mãos de Filipe, o Belo, pois ele havia sido adquirido pelo rei Luis IX junto ao papa Bonifácio III, em 1229. Só queria uma boa cama para descansar seus ossos cansados pela viagem de vinte e seis quilômetros que fizera entre Avignon e Chateauneuf du-Pape, e mais os dez que separava essa nova morada papal de Roquemaure. Ah! e não desprezaria uma jarra do excelente vinho produzido naquela região.
Eram cerca de seis horas da tarde quando o séquito papal cruzou a pesada porta do castelo. João de Cherchemont, o condestável de Roquemaure, á frente de um destacamento de arqueiros, estava á sua espera em frente á ponte levadiça, que mandara baixar. O papa desceu da sua liteira e estendeu a mão ao condestável, que a beijou.
– Estavamos á espera de Sua Santidade para as horas noas – disse o condestável. – Espero que tenhais feito boa viagem, embora isso seja quase impossível por essas nossas terríveis estradas litorâneas ─ disse o condestável. Era verdade. Aquela região era bela, mas difícil de transitar, com suas colinas, barrancos e terras de aluvião, que se desmanchavam sob a pata dos cavalos.
– Não se deve marcar hora para encontros quando se trata de viajar por essas estradas, meu filho – respondeu o papa. – Por sorte, viajo bem de liteira, pois se tivesse que cavalgar, os meus rins já estariam moídos a esta hora.
– Imagino que deveis estar bem cansado e desejando vos recolher ao leito o mais rápido possível. Mas gostaríamos que compartilhasseis da nossa pobre ceia – disse, todo solícito, o condestável.
– Sem dúvida, meu filho. Essa viagem toda me deixou com fome. E tomarei, com prazer, umas taças do vosso bom vinho. A fama dos vinhos produzido nesta região precede o seu nome.
– É verdade, Santidade. E com o maior prazer vos serviremos o melhor dos nossos vinhos. A propósito, temos conosco messier João, um renomado vinhateiro que veio de Valence e nos trouxe um grande estoque de uma boa safra.
– Vejo que a minha estada aqui compensará, de longe, a fadiga desta viagem – respondeu Clemente V, com um suspiro de satisfação.
O séquito papal seguiu o condestável para dentro do castelo. A ponte levadiça foi levantada e o Sumo Pontífice foi conduzido aos seus aposentos.
 
Na cozinha, João du Pré, o vinhateiro, supervisionava os preparativos da ceia que seria servida ao papa e a seus convivas. Prestava especial atenção na escolha dos vinhos que seriam levados para a mesa. Sabia que Clemente apreciava os bons vinhos tintos da Côte du Rhone, e essa era das boas razões do porque ele se dera bem em Avignon, terra onde essa fonte de prazer era perene e jucunda.
Prestava especial atenção á jarra de prata onde o vinho do papa seria servido. Especial atenção, também, á bela taça dourada, timbrada com o brasão de armas da família Cherchemont, em que o papa beberia. João du Pré poliu os dois utensílios com um estranho sorriso de satisfação. As sombrancelhas negras e espessas ocultavam dois olhos pequeninos e maldosos. A farta barba branca escondia a enorme cicatriz que saia da cavidade do olho esquerdo e terminava no canto do lábio superior. Não fosse a espessa barba que lhe cobria todo o rosto, ninguém acreditaria que aquele homem era o dono de um lagar, produtor de um dos melhores vinhos da região, e não um soldado que já havia lutado em muitas guerras.
Sim, pois que João du Pré, o suposto fabricante de vinhos era, nada mais, nada menos do que mestre Jehan du Pré, cavaleiro Templário, que escapara da inquisição e se empregara em uma das melhores casas de Valence, produtora de vinhos. Iniciado nas ciências dos Adeptos, como se chamava então a alquimia, tinha aprendido com mestre Everardo de Evreux diversas composições químicas que se usavam como ácidos e sais no processo de obtenção da Obra, assim chamada o grande sonho dos alquimistas, ou seja, a pedra filosofal. Um deles era o veneno chamado “Serpente de Faraó”, um sal feito á base de mercúrio, que se apresentava como um pó fino e quase inodoro, cujo gosto só poderia ser pressentido se diluído em água. Misturado ao vinho era imperceptível e bastava uma pequena dose para causar a morte do consumidor em menos de duas horas, desde que ele tomasse pelo menos umas três taças temperadas com aquele ingrediente.
 
O papa Clemente V estava alegre naquela noite. Afinal, fazia tempo que não visitava a sua amada Gorth, local do seu nascimento e sede da sua primeira diocese. Estava também satisfeito com os rumos que as coisas tinham tomado. Havia feito as pazes com Filipe, o Belo, e recuperado, em parte, os poderes que lhe cabiam, como chefe da Igreja. Tivera que mitigar o desejo de influenciar na política da França de lado, é claro, pois nos territórios controlados por Filipe o poder da Igreja, tanto quanto os dos nobres, havia sido eclipsado pela autoridade real. Mas ele poderia conviver com isso. Aplicaria uma política de tolerância em relação aos assuntos franceses e continuaria mantendo a sua influência nos demais reinos europeus, contando, para isso, com o próprio peso da França, então a maior e mais poderosa monarquia da Europa. Assim, contados todos os prós e contras, não tinha do que reclamar.
Só havia uma coisa que o incomodava. Sentia um aperto no coração quando pensava nos Templários. Não estivera presente na Ilha dos Judeus, para ver, de corpo presente, os dois grandes dignatários do Templo na fogueira. Mas não podia deixar de fazer uma imagem da cena. Afinal, Tiago de Molay havia sido seu amigo pessoal e defensor da Igreja. Sentia tristeza e culpa ao mesmo tempo. E uma certa vergonha por não ter sido mais corajoso para enfrentar o rei Filipe.
Aliás, ele não concordara com a decisão de mandar o grão-mestre do Templo para a fogueira. Escrevera a Filipe dando ciência do seu desgosto por aquele desfecho, mas sabia que estava fazendo isso só por desencargo de consciência, por que em nada adiantaria. Sua culpa, nesse caso, não seria afastada.
Talvez houvesse, entre os Templários, alguns irmãos que tinham se afastado do caminho. Em todas as Ordens sempre  havia. Homens que vivem juntos num claustro nem sempre são fortes o suficiente para mitigar os seus instintos. Acabam se servindo dos próprios irmãos para satisfazer os prazeres da carne. Isso devia ter acontecido com os Templários. E também, quanto ás demais acusações, não era difícil entender que pessoas submetidas a tantas influências, envolvidos com tantas doutrinas, tradições e crenças diferentes, não tivessem, em algum momento, claudicado em sua fé. Clemente V não puro nem ingênuo. Conhecia bem a Igreja que dirigia e o povo a quem servia. Tinha consciência de que todas as tradições cultivadas pelo povo, referentes á feitiçaria, bruxaria, magia, demonologiaa e outras crendices populares eram fruto da ignorância que a própria Igreja incentivava para evitar que o povo se afastasse dos dogmas e da doutrina da Igreja de Roma. Heresias eram apenas crenças antigas que o Vaticano havia condenado, mas que continuavam sendo professadas por grupos sectários, que ousavam adotar independência de pensamento. Mas liberdade de pensamento é o primeiro passo para outro tipo de liberdade, perigosa demais para quem deter o poder. Isso era o que Clemente V mais temia. Mais até que o poder dos reis, pois com esse ele podia compor. Mas com a liberdade de o povo escolher no que, e em quem acreditar, isso não. Ele sabia que no dia em que isso acontecesse, nunca mais a Igreja seria a mesma.
Ele não podia deixar que isso acontecesse justamente no seu papado. Não queria passar para a História como um papa que permitira a divisão da Igreja e a perda do seu poder espiritual. Se a Ordem do Templo tivesse cultivando uma semente que fosse dessa planta maligna, então a sua supressão tinha sido justificada. Isso acalmava sua consciência, e ele se sentia agora confortado por ter mandado encerrar o Pergaminho de Chinon no mais secreto da biblioteca do Vaticano e não ter dado a luz ao verdadeiro pensamento que Igreja tinha em relação aquele processo contra os Templários.
Até pensava que algumas superstições tivessem contaminado os ritos praticados pelos Templários. Era normal que isso acontecesse. Em todas as Ordens monacais havia, num certo grau, um componente de mistério e magia que fazia o charme dessas organizações. As pessoas se sentem mais importantes quando pensam que dividem um segredo que ninguém mais conhece. Assim, as Ordens iniciáticas se valiam do romantismo esotérico para cooptar seus membros e constituir seus quadros. A própria Igreja não conseguira evitar que muitos dos seus membros mais preparados de dedicassem á procura da pedra filosofal, por exemplo. Ele, Clemente V, nunca acreditara nessa quimera. Era um sonho de malucos, uma quimera de românticos amadores do insólito, mas havia importantes cabeças dentro da Igreja praticando a arte da Alquimia.[1]
    A Ordem do Templo não deveria ser diferente. Encastelada em sua própria magnificência, não escapara da contaminação  da época. Provavelmente deixara incubar em seu seio idéias e práticas heterodoxas, contrabandeadas dos diversos grupos e povos com os quais se interava. Judeus, muçulmanos, cristãos ortodoxos, bizantinos, seitas orientais, enfim, em todo o amplo espectro no qual ela se movimentava no exercício das múltiplas atividades. Mas dificilmente se acreditaria que isso envolvesse a Ordem como um todo, tranformando-a numa organização demoníaca, herética, devassa e corrompida, como Filipe quis demonstrar.
Clemente V guardara, a sete chaves, o pergaminho com o relatório dos bispos que primeiro interrogaram os dignatários do Templo. Neles, a conclusão era pela inocência daqueles ho-mens e da Ordem, em geral. Por isso ordenara que o Pergaminho de Chinon, como ele o chamava, com as conclusões dos inquisidores e a sua própria sentença de absolvição fosse ocultado até que as condições políticas se modificassem. Fora atropelado pelas ações do rei, mandando queimar os dois principais oficiais da Ordem, e agora já não adiantava divulgar essa decisão. Tiago de Molay e Godofredo de Charney eram, agora, um monte de cinzas. Os outros altos dignatários do Templo definhavam nas masmorras. Logo estariam mortos, se é que já não estavam. Não convinha mexer mais nesse assunto.
Fora informado do anátema lançado por de Molay sobre ele, o rei e sua família, e sobre os ministros do rei, que foram responsáveis pela destruição do Templo. Seu camareiro, o bispo Arnaud de Auch, assistira as últimas horas de vida do Grão-Mestre, sendo inclusive o responsável pela leitura da sentença que mandava os dois dignatários do Templo para a fogueira.  Rindo, dissera ao papa que o velho grão-mestre, em meio ás chamas que começavam a torrar-lhe as barbas, lançara sobre todos aqueles que lhe causaram a perdição uma terrível maldição. Segundo o bispo, todos estariam mortos durante aquele mesmo ano.
Clemente Vdesdenhara daquele vaticínio, pois estava com apenas cinqüenta anos e nenhum sinal em sua saúde que indicasse uma possível morte prematura. E depois ele não era tão supersticioso a ponto de acreditar que a imprecação de um velho tivesse o condão de aliciar as forças do inferno contra ele.        
No entanto, ele sabia com quem estava lidando e conhecia o ambiente em que vivia. Papas e reis, nem sempre morriam de morte natural. Por isso tinham camareiros e escudeiros que andavam na sua sombra dia e noite, protegendo suas costas, provando a comida que comiam e vestindo primeiro as roupas que eles usariam, pois não foram poucos os reis e os potentados da Igreja envenenados pela comida que comiam ou pela roupa que usavam.
Todavia, naquele castelo onde se dizia que as almas dos hereges cátaros que ali foram queimados costumavam aparecer de vez em quando, Clemente V pensava não correr perigo algum. Não obstante, tomara todas as precauções, mandando revistar o quarto que lhe havia sido reservado e verificar toda a roupa de  cama, bem como as roupas que vestiria pela manhã. Quanto á comida e o vinho, seu escudeiro a provara antes e continuava ali, em pé, as suas costas, aparentemente bem. A comida era farta e de boa qualidade. O papa comeu até se fartar. Todo mundo conhecia seu apetite á mesa. Era proverbial. O vinho era bom, podia beber á vontade. E ele bebeu a jarra toda.
“ Neste castelo habitado por fantasmas” pensou, com alegria do vinho se espalhando pelo seu corpo, “talvez eu esteja mais seguro do que em meu próprio palácio em Avignon.” 
 
As primeiras dores começaram mal ele havia se deitado. Era como se alguém tivesse dando um nó em suas tripas. Depois veio a sensação, dilacerante, de que todo o seu ventre estava pegando fogo. Sentiu uma dor atroz, que o obrigou a sentar-se na cama, apertando com os braços o ventre em brasa, lutando contra a ânsia de vômito que começava a subir-lhe pela garganta.
– Arnaud! – gritou. Mas a voz perdeu-se na garganta, misturada à golfada de sangue pisado, enegrecido, que lhe saiu pela boca, como lava expulsa pela cratera de um vulcão.
– Arnaud! – Tentou chamar de novo, mas o que saia de sua boca era mais sangue, cada vez mais negro e malcheiroso, em meio a restos de comida ainda não digeridos. Levantou-se, cambaleante, arrastando os lençóis manchados pela pasta nauseabunda que golfava de sua boca a cada contração que seu abdome dava. Saiu tateando, escostando-se pelas paredes, procurando, na penumbra do quarto, iluminado por uma única vela, a porta. Não conseguiu chegar até ela. Escorregou no próprio vômito e caiu. Ficou ali, no chão, os braços agarrados ao ventre, contorcendo-se na gosma escura que começava a inundar o quarto, até que se pôs em uma posição fetal, o corpo todo tremendo, os lábios arroxeados, os olhos sem brilho. Um último jorro de sangue chegou até a garganta, mas não teve forças para ser expulso em jato. Ficou parado na cavidade bucal, escorrendo aos poucos pelos lábios roxos, manchando a barba do papa já sem vida. Clemente V morreu afogado no próprio vômito.[2]
Era o dia 20 de abril de 1314. Há pouco menos de um mês, no dia 18 de março, Tiago de Molay, o último grão-mestre da
 
Ordem do Templo e o preceptor da Normandia Godofredo de Charney haviam sido queimados em Paris, na Ilha dos Judeus. As intimações para que seus algozes comparecessem perante o tribunal divino começavam a ser cumpridas.

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NOTAS HISTÓRICAS

  
[1] O papa Bonifácio VIII e o sucessor de Clemente V, Jacques Duéze, futuro papa João XXII ,tinham fama de alquimistas.
[2] Clemente V foi um dos papas mais controvertidos e polêmicos da história da Igreja. Ele é geralmente lembrado por sua submissão ao rei da França, Filipe, o Belo, que o obrigou a levar a corte papal para Avignon e pela atitude subserviente que adotou no caso da extinção da Ordem do Templo. Mas afora a sua controvertida atuação política, ele deixou para a Igreja uma obra de vulto que merece ser lembrada. Uma dessas obras foi a reunião das principais leis canônicas em um único código denominada Clementinae que se tornou o Corpus iuris canonici, trabalho que facilitou bastante o estudo do direito canônico, antes disperso em diversos códigos e leis esparsas. Patrocinou o ensino na Europa de várias cátedras de línguas asiáticas, contribuindo dessa forma para a difusão da comunicação entre o Oriente e o Ocidente.  Na sua gestão foi fundada a Universidade de Oxford, na Inglaterra. Foi o papa que pôs fim à antiga dissidência entre a Ordem franciscana, que advogava a pobreza absoluta para os membros da Igreja e as demais Ordens, que eram contra o exagerado ascetismo dos franciscanos. Ao fim da  sua vida foi acusado de simonia e nepotismo, pois suas disposições testamentárias favoreciam a própria família de forma tão constrangedora que o seu sucessor, João XXII, foi obrigado a abrir um processo para anular o seu testamento. Segundo a versão mais acreditada ele teria morrido de infecção intestinal, provocada por um câncer, do qual já sofria há algum tempo. A tradição, todavia, associada á suposta maldição sobre ele lançada pelo grão-mestre dos Templários, sustenta que ele teria sido envenenado por um membro da Ordem, disfarçado de criado. Hoje, a atuação de Clemente V em relação ao processo dos Templários é vista como uma concessão que ele teve que fazer aos seus adversários, para evitar um grande cisma na cristandade. A esse respeito ver o estudo fundamental, já citado, feito pela Dra. Bárbara Frale, no Pergaminho de Chinon.